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Maiores contagens diárias de passos estão associadas a menos sintomas depressivos; aponta estudo
Estudo revela que caminhadas diárias podem ser uma estratégia eficaz para reduzir sintomas depressivos em adultos. A depressão é uma condição de saúde mental que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, impactando negativamente a qualidade de vida e o bem-estar.
Embora tratamentos tradicionais como a terapia e a medicação desempenhem um papel crucial no manejo da doença, cada vez mais estudos sugerem que comportamentos modificáveis, como a prática de atividades físicas, podem oferecer benefícios significativos.
Um estudo recente publicado no JAMA Network Open investigou a relação entre a contagem de passos diários, medida por dispositivos vestíveis, e os sintomas depressivos em adultos.
A pesquisa, realizada por uma equipe de pesquisadores espanhóis e sul-americanos, analisou dados de 33 estudos observacionais, abordando como o aumento da atividade física, especialmente por meio de caminhadas, pode contribuir para a redução dos sintomas de depressão.
O estudo destacou que, ao atingir mais de 7.000 passos diários, os indivíduos apresentam um risco reduzido de depressão.
A relação entre atividade física e saúde mental
A depressão é uma das condições mais prevalentes no cenário global, afetando a saúde mental de milhões de pessoas. Esse transtorno é caracterizado por sentimentos de tristeza profunda, falta de energia, perda de interesse nas atividades diárias e outros sintomas que podem afetar o funcionamento cotidiano.
Embora diversos fatores biológicos, psicológicos e ambientais contribuam para o desenvolvimento da depressão, a atividade física tem se mostrado uma aliada importante na prevenção e no tratamento da doença. Atividades de intensidade leve, como caminhadas, podem proporcionar alívio significativo dos sintomas depressivos.
A atividade física regular tem sido associada à liberação de endorfinas, hormônios que promovem sensação de prazer e bem-estar. Caminhadas, por exemplo, são uma forma simples e acessível de exercitar o corpo e a mente.
Estudos anteriores já indicavam que o aumento da atividade física pode ser um fator protetor contra a depressão, mas quantificar essa relação de forma objetiva era um desafio. Muitos estudos anteriores dependiam de dados autorrelatados, o que poderia comprometer a precisão dos resultados.
A inovação do estudo publicado no JAMA Network Open foi utilizar dispositivos vestíveis para medir a quantidade exata de passos dados pelos participantes, permitindo uma análise mais precisa e confiável dos dados.
O estudo e seus achados
O estudo em questão teve como objetivo explorar a relação entre a contagem diária de passos e a depressão, utilizando dispositivos vestíveis como acelerômetros, pedômetros e smartphones para medir a atividade física.
Para isso, foi realizada uma revisão sistemática e uma meta-análise de 33 estudos observacionais que envolviam mais de 96.000 participantes de diferentes países. Esses estudos, que abrangem tanto estudos transversais quanto longitudinais, analisaram a relação entre a quantidade de passos dados diariamente e os sintomas de depressão.
Os pesquisadores analisaram as contagens de passos diárias em categorias, como níveis baixos, moderados e altos, e correlacionaram essas variáveis com a presença de sintomas depressivos.
Eles também realizaram uma análise de subgrupos para avaliar as diferenças de idade, sexo e tipo de dispositivo utilizado, permitindo um entendimento mais profundo sobre como diferentes fatores podem influenciar essa relação.
A análise dos dados mostrou que, em geral, maiores contagens de passos diários estavam associadas a menos sintomas depressivos, com destaque para os benefícios de caminhar mais de 7.000 passos por dia.
Este achado reforça a ideia de que a caminhada, como forma acessível e de baixo impacto de exercício físico, pode ser uma estratégia eficaz para reduzir sintomas depressivos em adultos.
Além disso, os pesquisadores ressaltam que a prática regular de caminhada pode ser uma intervenção de baixo custo e fácil de implementar, com grandes potenciais benefícios para a saúde mental.
A importância de mais de 7.000 passos diários
Entre os resultados mais significativos do estudo, destaca-se a recomendação de que os indivíduos busquem atingir pelo menos 7.000 passos diários para reduzir o risco de depressão.
Esse valor é considerado um patamar ideal para promover a saúde mental, sem exigir grandes mudanças no estilo de vida. Para muitas pessoas, atingir essa meta pode parecer desafiador inicialmente, mas estudos anteriores mostram que mesmo pequenas aumentos na quantidade de passos podem trazer benefícios substanciais.
A recomendação de 7.000 passos diários é baseada em uma análise detalhada dos dados, que sugerem que caminhar esse número de passos está correlacionado com uma significativa redução nos sintomas depressivos.
Além disso, o estudo sugere que as caminhadas diárias podem funcionar como uma medida preventiva eficaz, particularmente para pessoas em risco de desenvolver problemas de saúde mental, como aqueles que enfrentam estresse crônico, ansiedade ou transtornos de humor.
Além disso, os pesquisadores destacam que o uso de dispositivos vestíveis, como pedômetros e smartphones, oferece uma maneira prática e eficaz de monitorar a quantidade de passos dados diariamente, permitindo que os indivíduos acompanhem seu progresso e ajustem suas rotinas conforme necessário.
Implicações para a saúde pública
Os resultados deste estudo têm importantes implicações para a saúde pública, especialmente em uma era em que os problemas de saúde mental estão se tornando cada vez mais prevalentes.
Com a depressão afetando milhões de pessoas em todo o mundo, estratégias acessíveis e de baixo custo, como a promoção de atividades físicas regulares, são essenciais.
O estudo sugere que políticas públicas que incentivem as caminhadas e outras formas de exercício físico podem desempenhar um papel fundamental na redução da prevalência de doenças mentais, além de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos.
Além disso, essa pesquisa pode ajudar a esclarecer o papel da atividade física como uma intervenção eficaz e não invasiva no tratamento e prevenção da depressão.
Com base nas evidências apresentadas, pode-se afirmar que caminhar mais de 7.000 passos por dia é uma prática simples, mas com grande potencial para promover o bem-estar mental, combatendo a depressão de forma natural e acessível.
Este estudo reforça a importância da atividade física, especialmente a caminhada, como uma ferramenta eficaz no combate aos sintomas da depressão.
A evidência de que maiores contagens diárias de passos estão associadas a menos sintomas depressivos abre novas possibilidades para a implementação de estratégias de saúde mental baseadas em comportamentos modificáveis.
Promover caminhadas diárias pode ser uma abordagem simples, acessível e de baixo custo para melhorar a saúde mental de muitas pessoas, especialmente em uma época em que a depressão é uma preocupação crescente.
Ao adotar hábitos mais saudáveis, como caminhar regularmente, é possível reduzir o risco de depressão e promover uma vida mais equilibrada e satisfatória.
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Fonte: News Medical
Estudo: Bizzozero-Peroni, B., Díaz-Goñi, V., Jiménez-López, E., Rodríguez-Gutiérrez, E., Sequí-Domínguez, I., Sergio, Francisco, LJ, Martínez-Vizcaíno, V., & Mesas , AE (2024). Contagem diária de passos e depressão em adultos: uma revisão sistemática e meta-análise. Rede JAMA aberta , 7(12), e2451208–e2451208. doi :10.1001/jamanetworkopen.2024.51208 https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2828073