Estimulação elétrica transcraniana melhora equilíbrio em pacientes com Parkinson, aponta estudo brasileiro

A doença de Parkinson, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, é conhecida por seus sintomas motores, como tremores e rigidez muscular. No entanto, um dos desafios mais significativos para os pacientes é a instabilidade postural, que aumenta o risco de quedas e pode levar a lesões graves.

Um estudo brasileiro recente, publicado na revista Gait & Posture, traz uma nova esperança: a técnica de estimulação elétrica transcraniana (tDCS) mostrou-se eficaz na melhora do equilíbrio e da resposta postural em pacientes com Parkinson, com benefícios que persistem por até um mês após o tratamento.

O que é a estimulação elétrica transcraniana (tDCS)?

A tDCS é uma técnica não invasiva que utiliza uma corrente elétrica de baixa intensidade (2 miliamperes) aplicada no couro cabeludo para modular a atividade cerebral. A corrente é administrada por meio de dois eletrodos posicionados em áreas específicas do cérebro, dependendo do objetivo do tratamento.

A técnica já é utilizada em casos de depressão e tem sido testada em pacientes com desordens neurológicas, como o acidente vascular cerebral (AVC). No caso do Parkinson, a tDCS tem sido estudada como uma forma de melhorar sintomas motores e posturais, mas ainda não há um protocolo clínico definido.

A pesquisa, conduzida na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Presidente Prudente, e financiada pela FAPESP, envolveu 22 voluntários com doença de Parkinson.

Os participantes foram submetidos a oito sessões de tDCS, com a corrente sendo aplicada no córtex motor primário – área do cérebro associada ao controle do movimento e da resposta postural. Cada sessão durou 20 minutos.

Para avaliar os efeitos da técnica, os voluntários foram colocados em uma plataforma móvel que simulava perturbações do equilíbrio, como as que ocorrem no cotidiano – por exemplo, ao tropeçar ou pisar em um piso irregular.

Os resultados mostraram que, após as oito sessões, os pacientes apresentaram uma melhora significativa na recuperação do equilíbrio após essas perturbações.

Além disso, os pesquisadores observaram mudanças neuromusculares e na atividade cerebral. Houve uma redução no tempo necessário para ativar os músculos envolvidos na resposta postural, o que significa que os voluntários reagiram mais rapidamente para evitar quedas.

Outro achado importante foi a diminuição da atividade no córtex pré-frontal, indicando uma maior “automaticidade” no controle postural – ou seja, os movimentos de equilíbrio se tornaram mais automáticos e menos dependentes de esforço consciente.

Por que esses resultados são importantes?

A instabilidade postural é um dos sintomas mais debilitantes do Parkinson, pois aumenta significativamente o risco de quedas. Essas quedas podem resultar em fraturas, hospitalizações e perda de independência, impactando drasticamente a qualidade de vida dos pacientes.

Atualmente, os medicamentos disponíveis para o tratamento do Parkinson nem sempre são eficazes no controle postural, o que torna a tDCS uma opção terapêutica complementar promissora.

Outro aspecto relevante é a duração dos efeitos. Os benefícios observados no estudo persistiram por até um mês após o término das sessões de tDCS, o que sugere que a técnica pode oferecer melhorias duradouras. Isso é particularmente importante para pacientes que enfrentam dificuldades diárias com o equilíbrio e a mobilidade.

Próximos passos e perspectivas futuras

Apesar dos resultados promissores, ainda há desafios a serem superados. Um deles é a necessidade de mais estudos para estabelecer um protocolo clínico padronizado, que possa ser aplicado em larga escala.

Além disso, pesquisas futuras devem investigar se a técnica pode ser combinada com outras terapias, como fisioterapia e medicamentos, para otimizar os resultados.

Outra possibilidade interessante é o desenvolvimento de dispositivos portáteis de tDCS, que permitiriam a aplicação da técnica em casa, aumentando a acessibilidade e a conveniência para os pacientes.

Essa inovação poderia revolucionar o tratamento do Parkinson, oferecendo uma alternativa não invasiva e de baixo custo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

O estudo brasileiro sobre a estimulação elétrica transcraniana representa um avanço significativo no tratamento da instabilidade postural do Parkinson.

Ao demonstrar melhoras no equilíbrio e na resposta postural, com efeitos que persistem por até um mês, a técnica abre novas perspectivas para o manejo de uma doença que ainda não tem cura.

Embora mais pesquisas sejam necessárias, a tDCS pode se tornar uma ferramenta valiosa no arsenal terapêutico contra o Parkinson, oferecendo esperança e uma melhor qualidade de vida para milhões de pacientes em todo o mundo.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
E-mail: raqueldefaria68@gmail.com

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