Book Appointment Now

O exercício que faz mais pelo diabetes do que você imagina (e não envolve longas corridas)
Publicado em 30 de outubro de 2025 no Journal of Sport and Health Science, um estudo norte-americano trouxe uma descoberta importante sobre a relação entre musculação e diabetes.
Pesquisadores da Universidade da Virgínia e do Virginia Tech Carilion Research Institute compararam os efeitos do exercício de resistência (como a musculação) e do exercício aeróbico (como a corrida) em modelos animais com obesidade.
O estudo analisou animais com resistência à insulina, um quadro que simula as alterações metabólicas vistas no diabetes tipo 2.
O resultado chamou a atenção.
O treino de força foi mais eficaz que o aeróbico para reduzir o acúmulo de gordura e melhorar a forma como o corpo responde à insulina, que é o hormônio responsável por controlar o açúcar no sangue.
Peso na balança não é tudo (a gordura corporal é o alvo)
Durante oito semanas, os pesquisadores alimentaram os ratos com uma dieta rica em gordura.
Parte deles praticou uma versão adaptada de “musculação” (um modelo de levantamento de peso para roedores) e outra parte realizou corridas em rodas — o equivalente ao treino aeróbico.
Ambos os grupos se beneficiaram, mas os resultados foram mais expressivos entre os que “levantavam peso”.
Houve maior redução da gordura visceral e subcutânea, as mais perigosas para o metabolismo e para o coração.
Já os que faziam exercício aeróbico apresentaram mais resistência física, mas não melhoraram tanto o controle da glicose.
Isso reforça uma ideia que tem ganhado força na ciência, a de que a musculação pode ser uma aliada poderosa no combate ao diabetes tipo 2.
Seu benefício se dá especialmente por aumentar a sensibilidade à insulina, algo essencial para manter o equilíbrio do açúcar no sangue.
Musculação e diabetes: por que o treino de força faz diferença no controle
Quando praticamos exercícios de resistência, os músculos passam a usar a glicose do sangue como fonte de energia de forma mais eficiente.
Além disso, esse tipo de treino traz uma série de efeitos metabólicos importantes:
- Estimula a produção de massa magra, que ajuda a manter o metabolismo ativo mesmo em repouso;
- Melhora a resposta das células à insulina, favorecendo o controle do açúcar no sangue;
- Aumenta a sensibilidade à insulina, mesmo sem grandes perdas de peso ou aumento visível de músculo;
- Favorece o equilíbrio metabólico e reduz a gordura corporal, especialmente a visceral e a subcutânea — as mais ligadas ao risco de diabetes tipo 2.
Segundo os autores, essa adaptação metabólica ajuda a explicar por que a musculação melhora o controle da glicemia de forma mais consistente, inclusive em pessoas com resistência à insulina.
Eles destacam ainda que o efeito do treino de força é semelhante ao obtido com alguns medicamentos usados para controlar o açúcar no sangue, mas com vantagens extras, como:
- ausência de efeitos colaterais,
- fortalecimento global do corpo,
- e melhora da composição corporal.
Combinar é ainda melhor
Embora o estudo tenha sido feito com animais, ele reforça evidências já observadas em humanos.
A combinação entre musculação e exercícios aeróbicos é a estratégia mais completa para controlar o diabetes e melhorar a saúde metabólica.
Para quem vive com diabetes tipo 2 ou quer preveni-lo, o importante é entender que não basta apenas caminhar ou pedalar.
Incluir o treino de força na rotina, de forma orientada e segura, pode trazer benefícios significativos para o corpo e para o controle da glicose.
Em resumo, quando o assunto é musculação e diabetes, a ciência aponta que a força pode ser uma das maiores aliadas no controle da doença e na proteção do metabolismo.



