Crianças de 16 a 30 meses no SUS vão passar por rastreio de autismo; veja o que muda

O Ministério da Saúde anunciou a criação de uma nova linha de cuidado para autismo, iniciativa que pretende melhorar o atendimento oferecido pelo SUS para crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A medida chega acompanhada de investimentos que vão reforçar a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência em diferentes estados do país.

Além da habilitação de novos serviços, a proposta inclui mudanças na forma como profissionais da atenção básica acompanham o desenvolvimento infantil, permitindo identificar sinais de autismo cada vez mais cedo.

O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O TEA, ou Transtorno do Espectro Autista, é uma condição que afeta a forma como a pessoa se comunica, interage socialmente e percebe o mundo ao seu redor.

Trata-se de um espectro porque os sinais e a intensidade variam bastante de um indivíduo para outro.

Algumas pessoas podem ter dificuldades leves, enquanto outras necessitam de apoio contínuo em diferentes áreas da vida.

Segundo o IBGE, cerca de 1,2% da população brasileira vive com TEA.

Além disso, pesquisas indicam que grande parte dessas pessoas também apresenta outras condições associadas, o que aumenta a necessidade de uma rede de atendimento integrada e multidisciplinar.

Como funciona a nova linha de cuidado para autismo

A principal mudança anunciada pelo Ministério da Saúde está no acompanhamento precoce.

Agora, todas as crianças de 16 a 30 meses atendidas na atenção primária passarão por rastreios de sinais de TEA como parte da rotina de consultas.

O objetivo é identificar indícios antes mesmo do diagnóstico fechado, permitindo que os estímulos e intervenções comecem o quanto antes.

Na prática, o novo protocolo prevê:

  • Rastreamento precoce com o questionário M-Chat, já disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico do SUS.
  • Encaminhamentos imediatos: caso haja sinais de autismo, as famílias receberão orientações e poderão iniciar terapias adequadas.
  • Apoio no Guia de Intervenção Precoce, atualizado recentemente para oferecer recomendações claras sobre estímulos e acompanhamento.
  • Fortalecimento do Projeto Terapêutico Singular (PTS), que garante planos de tratamento individualizados construídos entre equipes multiprofissionais e familiares.

Esse conjunto de medidas pretende tornar o atendimento mais ágil e centrado nas necessidades de cada criança e sua família.

Por que a intervenção precoce é tão importante

Especialistas destacam que a identificação de sinais de autismo ainda nos primeiros anos de vida pode fazer grande diferença no desenvolvimento da criança.

Estímulos adequados e acompanhamento terapêutico ajudam a fortalecer a autonomia, a comunicação e a interação social.

Além disso, famílias que recebem orientações claras desde cedo têm mais condições de apoiar o desenvolvimento dos filhos, reduzindo dificuldades futuras.

Nesse sentido, a nova linha de cuidado para autismo reforça a importância da atenção primária como porta de entrada para um atendimento mais eficiente e humanizado.

Expansão dos Centros de Reabilitação

Paralelamente à nova linha de cuidado para autismo, também foi anunciada a ampliação dos Centros Especializados em Reabilitação (CERs), que são unidades multiprofissionais voltadas para diagnóstico, terapias e acesso a tecnologias assistivas.

Serão construídos 23 novos Centros de Reabilitação, outros 33 receberão reforço financeiro e oito serão ampliados.

Também haverá a entrega de 15 veículos adaptados para facilitar o transporte de pessoas com deficiência ou TEA até os serviços de saúde.

Apoio às famílias e cuidadores

Outra frente da iniciativa é a implementação de um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que será implementado no Brasil.

A proposta prevê capacitar profissionais para apoiar pais e familiares no dia a dia, oferecendo ferramentas que estimulem o desenvolvimento, melhorem a convivência e ajudem a reduzir estigmas.

Essa ação é voltada principalmente para famílias de crianças com atraso no desenvolvimento ou deficiência, mas deve beneficiar diretamente também quem convive com o TEA.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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