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Nova terapia genética pode revolucionar o tratamento da surdez hereditária
Imagine o impacto de ouvir pela primeira vez o som da voz de alguém querido, o riso de uma criança ou o canto dos pássaros. Para milhões de pessoas que nascem com surdez genética, isso nunca foi possível.
Até hoje, o tratamento mais utilizado era o implante coclear, que ajuda a captar sons, mas não devolve a audição natural.
Agora, uma nova descoberta na medicina está abrindo um caminho revolucionário: a terapia genética para surdez.
Mais do que um avanço científico, essa técnica representa uma chance real de devolver a audição a quem acreditava ser impossível voltar a ouvir.
A seguir, aqui no SaúdeLAB, vamos explicar o que é essa terapia, como ela funciona, seus benefícios e o que esperar do futuro desse tratamento.
O que é a terapia genética para surdez?
A terapia genética é uma técnica inovadora que busca tratar doenças causadas por mutações genéticas, corrigindo diretamente a falha no DNA.
No caso da surdez hereditária, isso significa levar uma cópia saudável do gene defeituoso para as células do ouvido interno, permitindo que elas voltem a funcionar normalmente.
Entre as principais descobertas, está o tratamento de mutações no gene OTOF, que é responsável pela produção da proteína otoferlina, essencial para a transmissão de sinais auditivos para o cérebro.
Quando esse gene não funciona, a pessoa nasce sem audição. Com a terapia genética, os cientistas conseguiram restaurar essa função e devolver a percepção dos sons.
Por que esse tratamento é diferente de tudo o que já existe?
Os aparelhos auditivos e os implantes cocleares são tecnologias que amplificam ou traduzem sons, mas não corrigem o problema biológico.
A terapia genética para surdez é diferente porque age na raiz da causa, “reparando” o ouvido de dentro para fora.
Isso significa que, em vez de depender de eletrônicos e baterias, as pessoas podem recuperar uma audição mais natural, sem a necessidade de dispositivos externos.
Para quem nunca ouviu nada, essa diferença pode transformar completamente a vida, desde o desenvolvimento da fala até a interação social e profissional.
Resultados animadores: o que a ciência já alcançou?
Pesquisas com a terapia genética para surdez recentes mostraram resultados impressionantes.
Em um estudo publicado na revista Nature Medicine, crianças e jovens que receberam o tratamento experimental com AAV-OTOF (um tipo de vetor viral) apresentaram uma melhora significativa da audição em apenas um mês.
Antes da terapia, todos viviam com surdez profunda; depois, muitos passaram a ter apenas perda auditiva moderada, conseguindo ouvir sons do dia a dia.
Esse avanço traz esperança para milhares de famílias que convivem com a frustração de não encontrar tratamentos realmente eficazes.
Quem pode se beneficiar da terapia genética para surdez?
A princípio, essa terapia é destinada a pessoas com perda auditiva hereditária causada por mutações genéticas específicas, como no gene OTOF.
Porém, os pesquisadores já planejam testar a técnica em outros genes, como o GJB2, uma das causas mais comuns de surdez congênita.
Se os resultados continuarem positivos, é possível que, no futuro, essa solução chegue a diferentes tipos de perda auditiva, inclusive para pessoas que ficaram surdas por outros motivos.
Desafios e perspectivas para o futuro
Apesar do entusiasmo, é importante lembrar que a terapia genética para surdez ainda está em fase experimental e não está disponível em clínicas ou hospitais. Para que esse tratamento seja acessível, será necessário:
- Realizar estudos maiores com mais participantes.
- Confirmar a segurança a longo prazo.
- Tornar a tecnologia mais acessível economicamente.
Mesmo assim, a comunidade científica acredita que estamos diante de uma nova era na medicina auditiva, e que essa inovação pode mudar a forma como entendemos e tratamos a surdez no mundo.
O que as famílias devem fazer enquanto o tratamento não chega?
Se você ou alguém da sua família tem perda auditiva, o ideal é procurar um otorrinolaringologista ou um especialista em audiologia.
Hoje, o implante coclear e os aparelhos auditivos ainda são as principais soluções, mas acompanhar as novidades da ciência é essencial.
Além disso, conhecer o tipo de perda auditiva por meio de exames genéticos pode ser um passo importante para identificar se, no futuro, a terapia genética pode ser uma opção.
A terapia genética para surdez não é apenas uma promessa científica, é um avanço que pode devolver algo fundamental: a capacidade de ouvir o mundo.
Embora ainda não esteja disponível como tratamento convencional, os resultados já obtidos mostram que estamos mais próximos de uma revolução na medicina auditiva.
Para quem nasceu sem ouvir, cada descoberta como essa traz esperança de uma vida com mais autonomia, conexões e experiências sonoras que, até pouco tempo atrás, pareciam impossíveis.
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