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Nova vacina da dengue: quem pode tomar e o que muda de fato
A aprovação da nova vacina da dengue do Instituto Butantan marca um avanço importante no controle da doença no Brasil. O imunizante, chamado Butantan-DV, é o primeiro de dose única no mundo e terá uso exclusivo pelo SUS.
Com o registro já confirmado pela Anvisa, o instituto está autorizado a ampliar gradualmente a produção até 2027.
Nesse contexto, uma dúvida comum já começa a surgir: quem poderá tomar a nova vacina da dengue? Embora o início da campanha dependa do cronograma do Ministério da Saúde, algumas definições já foram feitas.
Como funciona a nova vacina da dengue
A Butantan-DV é uma vacina tetravalente, o que significa que protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Isso é essencial porque a circulação do vírus muda com o tempo e pode elevar o risco de surtos.
Nos estudos apresentados à Anvisa, a vacina mostrou:
- 74,7% de eficácia contra casos sintomáticos;
- 91,6% de proteção contra quadros graves;
- 100% de proteção contra hospitalização.
Segundo o Ministério da Saúde, os voluntários permaneceram protegidos por até cinco anos após a aplicação. E, como é dose única, dispensa retorno para reforço, o que facilita campanhas e tende a aumentar a adesão.
Diferenças em relação à vacina já usada no SUS
Desde 2024, já existe outra vacina contra a dengue disponível pelo SUS, a Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda. Ela continuará sendo aplicada no público de 10 a 14 anos, faixa etária para a qual possui estudos completos.
Veja as diferenças principais:
- Qdenga: duas doses; indicada para 10 a 14 anos;
- Butantan-DV: dose única; indicação inicial de 12 a 59 anos.
As duas vacinas não competem entre si, serão complementares, cada uma destinada ao público para o qual foi estudada.
Quem será o primeiro a receber a nova vacina da dengue
A definição dos grupos prioritários considerou critérios técnicos e o perfil de risco da população.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação começará por:
- Profissionais da Atenção Primária à Saúde;
- Adultos de 50 a 59 anos, começando pelos mais velhos.
Depois disso, a imunização será ampliada gradualmente para o restante da população de 12 a 59 anos, conforme o Butantan entregar novos lotes.
Hoje o instituto já possui 1 milhão de doses prontas e prevê produzir 25 milhões até 2026, chegando a 35 milhões em 2027.
O Ministério da Saúde informou que o primeiro lote distribuído deverá ter 1,3 milhão de doses.
A estimativa é que a campanha comece até o fim de janeiro de 2026.
E quem tem mais de 60 anos?
Por enquanto, pessoas com 60 anos ou mais não serão vacinadas.
A Anvisa autorizou o Butantan a realizar um estudo clínico específico para essa faixa etária. A inclusão desse grupo dependerá dos resultados.
Situação das crianças menores de 10 anos
A Butantan-DV ainda não tem estudos concluídos para crianças pequenas, e o Ministério da Saúde informou que não há previsão de ampliar os testes para menores de 10 anos neste momento.
Assim, para esse grupo, a proteção continua baseada em prevenção e eliminação do mosquito, que seguem como medidas essenciais.
Uso regional e estratégias complementares
Parte das doses será utilizada para avaliar o impacto da vacinação em regiões com circulação predominante do sorotipo DENV-3.
O primeiro município a participar será Botucatu (SP), onde cerca de 50% da população de 15 a 59 anos deverá ser imunizada.
Outras cidades com perfil epidemiológico semelhante também poderão entrar na avaliação.
Mesmo com a redução dos casos registrada em 2025, o Ministério da Saúde reforça que as medidas de prevenção continuam fundamentais:
- retirar recipientes que acumulam água,
- manter telas nas janelas,
- e limpar reservatórios com frequência.
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