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O que causa água no pulmão? Entenda os sintomas, causas e tratamentos
Descubra o que causa água no pulmão, quais os sintomas, como é feito o tratamento e quando procurar ajuda médica. Informação confiável e clara para você se cuidar melhor.
Você já ouviu alguém dizer que está com “água no pulmão”? Apesar de parecer algo simples, essa condição — conhecida na medicina como derrame pleural — pode indicar problemas sérios de saúde. Mas afinal, o que causa água no pulmão? Quais são os sintomas? Existe tratamento?
Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos entender de forma clara tudo o que você precisa saber sobre essa condição. Acompanhe até o fim para entender quando procurar ajuda médica, como é feito o diagnóstico e o que esperar do tratamento.
O que é água no pulmão?
A expressão popular “água no pulmão” refere-se ao acúmulo anormal de líquido na membrana que reveste os pulmões e a parede interna do tórax, chamada pleura. Esse acúmulo é chamado de derrame pleural, e não significa que a água está dentro do tecido pulmonar, mas sim ao redor do pulmão.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), o derrame pleural pode variar desde quadros leves, assintomáticos, até situações graves, que dificultam a respiração e exigem intervenção médica imediata.
Existem diferentes tipos de líquido que podem se acumular, como:
- Transudato: geralmente causado por problemas não inflamatórios, como insuficiência cardíaca.
- Exsudato: ocorre em situações inflamatórias ou infecciosas, como pneumonia ou câncer.
Compreender a causa é fundamental para o tratamento correto.
O que causa água no pulmão?
A presença de líquido ao redor dos pulmões não é uma doença, mas sim um sinal de que algo está errado no corpo. Diversas condições podem levar a esse acúmulo de líquido, algumas mais simples e outras bem graves. Entender as causas é essencial para buscar o tratamento certo.
Aqui estão as 10 principais causas, explicadas de forma simples:
1. Insuficiência cardíaca congestiva
Quando o coração não consegue bombear o sangue corretamente, o líquido pode se acumular nos pulmões e ao redor deles. Esse é um dos motivos mais comuns para o derrame pleural, especialmente em idosos. O paciente costuma sentir falta de ar, principalmente ao deitar.
2. Pneumonia
Infecções pulmonares graves, como a pneumonia bacteriana, podem causar inflamação e levar ao acúmulo de pus e líquido entre os pulmões e a pleura. Essa condição é chamada de empiema pleural e costuma vir acompanhada de febre, dor no peito e tosse com catarro.
3. Câncer (pulmão, mama ou outros)
Certos tipos de câncer podem causar “água no pulmão”, seja pelo próprio tumor ou por metástases que afetam a pleura. Nesses casos, o derrame pode ser recorrente e até de difícil controle. Os sintomas variam, mas incluem falta de ar e cansaço persistente.
4. Doenças autoimunes (como lúpus e artrite reumatoide)
O sistema imunológico pode, por engano, atacar os tecidos do corpo, incluindo a pleura. Isso pode causar inflamação e acúmulo de líquido. Muitas vezes, essas doenças vêm com dores articulares, cansaço extremo e outros sinais pelo corpo.
5. Tuberculose
Essa infecção antiga, mas ainda presente no Brasil, pode causar um tipo crônico de derrame pleural. Os sintomas geralmente são perda de peso, suores noturnos e tosse persistente. O diagnóstico exige exames específicos, como teste de escarro e raio-x.
6. Embolia pulmonar
Quando um coágulo de sangue obstrui um vaso nos pulmões, ele pode causar inflamação e derrame pleural. Esse quadro é grave e pode evoluir rapidamente. Os sinais incluem dor torácica súbita e falta de ar intensa.
7. Doenças hepáticas (cirrose)
Na cirrose, o fígado danificado altera a circulação dos líquidos no corpo. Isso pode provocar acúmulo de líquido não só no abdômen (ascite), mas também na pleura, principalmente do lado direito. É chamada de hidrotorax hepático.
8. Doenças renais
Quando os rins falham, o corpo retém líquidos em excesso. Esse acúmulo pode acabar se depositando na pleura. Em muitos casos, a pessoa também tem inchaços nas pernas e pressão alta.
9. Traumas ou cirurgias torácicas
Batidas fortes no tórax, fraturas de costelas ou cirurgias na região pulmonar podem causar sangramento ou vazamento de líquidos na pleura. Isso também pode acontecer após punções ou procedimentos médicos.
10. Uso de certos medicamentos
Alguns remédios — como amiodarona (usada no coração), metotrexato (para doenças autoimunes) e certos quimioterápicos — podem provocar inflamação da pleura como efeito colateral.
Importante lembrar
Nem sempre o paciente percebe que está com líquido no pulmão logo no início. Por isso, ao sentir falta de ar, dor no peito ou cansaço sem explicação, é fundamental procurar um médico para investigar a causa.
Quais são os sintomas?
O derrame pleural (água no pulmão) pode ser identificado por alguns sinais e sintomas. Nem sempre eles são graves, mas é importante estar atento para buscar ajuda médica o quanto antes, caso haja qualquer suspeita. Os sintomas mais comuns incluem:
Falta de ar
A dificuldade para respirar é um dos sintomas mais notáveis. Isso ocorre porque o líquido acumulado na pleura interfere na expansão dos pulmões, o que torna a respiração mais difícil e superficial.
Dor no peito
A dor no peito, que pode ser aguda ou em forma de desconforto, é comum. Ela pode ser mais intensa ao respirar ou ao tossir, já que a pleura inflamada gera dor devido à fricção entre as camadas pleurais.
Tosse persistente
A tosse é outro sintoma frequente, especialmente em casos onde a causa do derrame é uma infecção, como pneumonia. A tosse pode ser seca ou produtiva, com expectoração (muco).
Cansaço excessivo
Sentir-se constantemente cansado, mesmo sem realizar atividades extenuantes, é um sintoma que pode acompanhar o derrame pleural. Isso acontece porque o corpo está lidando com uma inflamação ou infecção, o que demanda mais energia.
Febre (se houver infecção)
Se o derrame pleural for causado por uma infecção, como pneumonia ou tuberculose, a febre pode estar presente. A febre ocorre como resposta do organismo à infecção e à inflamação da pleura.
Sons respiratórios anormais
Ao ouvir os pulmões com um estetoscópio, o médico pode identificar sons anormais, como estalidos ou roncos. Isso ocorre porque o líquido na pleura pode interferir na passagem do ar e afetar o funcionamento normal dos pulmões.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de derrame pleural começa com a avaliação clínica do paciente. O médico fará uma análise detalhada dos sintomas e, a partir disso, solicitará exames para confirmar a presença de líquido na pleura e determinar a causa. Os principais exames incluem:
Raio-X
O raio-X de tórax é o primeiro exame utilizado para verificar a presença de líquido ao redor dos pulmões. Ele permite visualizar a quantidade de líquido e a localização do derrame. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma radiografia em posição específica para destacar a presença do líquido.
Tomografia
Se o raio-X não for conclusivo ou se for necessário obter mais informações detalhadas, a tomografia computadorizada (TC) pode ser solicitada. Esse exame é mais preciso e permite observar em detalhes a quantidade de líquido e possíveis complicações, como a presença de tumores.
Exame físico
O médico também realizará um exame físico, que envolve ouvir os pulmões com um estetoscópio para identificar sons respiratórios anormais e verificar a condição geral do paciente. Isso ajuda a localizar a área afetada e a identificar o padrão de respiração.
Gasometria arterial (se pertinente)
Em casos mais graves, pode ser necessário realizar uma gasometria arterial para avaliar a oxigenação do sangue. Esse exame mede a quantidade de oxigênio e dióxido de carbono no sangue, ajudando a entender o impacto do derrame pleural na função respiratória do paciente.
Análise do líquido pleural
Quando necessário, o médico pode realizar uma toracocentese, que é a retirada de uma amostra do líquido acumulado na pleura. Esse líquido é então enviado para análise laboratorial, o que pode ajudar a identificar a causa do derrame, como uma infecção ou um câncer.
Tem cura? Qual o tratamento?
A boa notícia é que, na maioria dos casos, o derrame pleural tem tratamento. O tipo de tratamento varia conforme a causa do derrame, e os objetivos são reduzir o acúmulo de líquido e tratar a condição subjacente. Os tratamentos mais comuns incluem:
Remoção do líquido (toracocentese)
A toracocentese é um procedimento médico onde uma agulha é inserida na pleura para retirar o excesso de líquido. Esse procedimento pode aliviar a falta de ar e reduzir a pressão sobre os pulmões, proporcionando alívio imediato. Dependendo da quantidade de líquido, pode ser necessário realizar esse procedimento mais de uma vez.
Tratamento da causa base
Além de remover o líquido, o tratamento da causa subjacente é essencial. Isso pode envolver o uso de antibióticos (no caso de infecções), diuréticos (para ajudar o corpo a eliminar excesso de líquido, no caso de insuficiência cardíaca), ou tratamentos específicos para câncer ou doenças autoimunes, como quimioterapia ou imunossupressores.
Medicamentos (diuréticos, antibióticos etc.)
Medicamentos como diuréticos podem ser usados para reduzir o acúmulo de líquido no corpo, especialmente se a causa for insuficiência cardíaca ou renal. Em caso de infecção, os antibióticos são fundamentais para combater o agente causador, seja uma bactéria ou outro patógeno.
Internação em alguns casos
Em casos mais graves, especialmente quando o derrame pleural está associado a uma condição séria, como insuficiência cardíaca descompensada ou câncer, pode ser necessário que o paciente seja internado para receber tratamento intravenoso, acompanhamento contínuo e outros cuidados médicos especializados.
Quando procurar um médico?
Embora o derrame pleural possa ser causado por uma variedade de fatores, a presença de sintomas graves ou novos sempre exige atenção médica. Abaixo estão os principais sinais de alerta que indicam que é hora de procurar um médico imediatamente:
Sinais de alerta que exigem atenção imediata
- Falta de ar súbita ou intensa: Se você sentir dificuldade para respirar de forma repentina ou se estiver ficando sem ar, especialmente ao realizar atividades simples, procure ajuda médica imediatamente.
- Dor no peito: Uma dor no peito que seja forte, persistente ou que piore com a respiração e tosse pode ser sinal de um problema grave. Se essa dor for acompanhada de outros sintomas, como falta de ar, procure atendimento médico urgente.
- Tosse com sangue ou secreção purulenta: Se a tosse começar a trazer sangue ou secreção com aspecto de pus, isso pode indicar uma infecção grave que precisa de tratamento imediato.
- Cansaço excessivo e febre: Se o cansaço persistir e for acompanhado de febre alta, isso pode ser sinal de infecção no pulmão ou em outra parte do corpo que está afetando a pleura.
O diagnóstico precoce do derrame pleural é fundamental para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível. Quanto mais cedo a causa for identificada, mais fácil será controlar a situação e evitar complicações graves, como danos permanentes aos pulmões ou outros órgãos vitais.
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Água no pulmão pode matar?
Essa é uma pergunta importante e que gera muitas preocupações. A resposta depende de vários fatores, como a causa, a gravidade do derrame pleural e o tratamento recebido.
Depende da causa, gravidade e tratamento
Em muitos casos, o derrame pleural pode ser tratado eficazmente com a remoção do líquido acumulado e o tratamento da causa subjacente, como uma infecção ou insuficiência cardíaca.
No entanto, se o derrame não for tratado a tempo ou se for causado por uma condição grave, como um câncer avançado ou uma infecção grave (como a tuberculose), ele pode levar a complicações sérias e, em casos extremos, ser fatal.
Importante: a busca por tratamento médico imediato faz toda a diferença
Embora o derrame pleural, por si só, não seja necessariamente fatal, ele pode ser uma condição séria se não tratado corretamente. A chave para evitar complicações graves e potencialmente fatais é procurar tratamento médico assim que os sintomas se manifestarem.
Como prevenir?
Embora algumas causas de derrame pleural sejam imprevisíveis, existem várias maneiras de prevenir condições que aumentam o risco de seu desenvolvimento. Aqui estão algumas ações simples e eficazes:
Controle de doenças cardíacas e hepáticas
Doenças como insuficiência cardíaca e cirrose hepática são fatores de risco importantes para o acúmulo de líquido nos pulmões.
Manter essas condições controladas, através de um acompanhamento médico regular, adesão ao tratamento adequado e mudança de hábitos (como dieta saudável e exercícios físicos) é fundamental para prevenir complicações.
Vacinação
A vacinação contra doenças respiratórias graves, como pneumonia e gripe, pode reduzir significativamente o risco de infecções pulmonares que podem levar a derrames pleurais. É importante seguir o calendário vacinal recomendado, especialmente para crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
Check-ups regulares
A realização de exames médicos regulares é essencial para identificar problemas de saúde em estágios iniciais, antes que eles se agravem. Consultar-se com seu médico periodicamente, mesmo na ausência de sintomas, é uma forma eficaz de monitorar sua saúde e prevenir condições que possam levar ao derrame pleural, como infecções pulmonares ou doenças cardíacas.
A presença de “água no pulmão”, ou derrame pleural, é sempre um sinal de que algo no organismo precisa de atenção. Embora possa ser causada por condições tratáveis, como uma infecção respiratória, também pode estar ligada a doenças mais sérias, como insuficiência cardíaca ou câncer.
Por isso, é fundamental ficar atento aos sintomas — como falta de ar, dor no peito e cansaço excessivo — e buscar avaliação médica o quanto antes.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam significativamente as chances de recuperação e evitam complicações. Além disso, manter o controle de doenças crônicas, manter a vacinação em dia e fazer check-ups regulares são atitudes simples que podem ajudar a prevenir o problema.
Se você ou alguém próximo estiver enfrentando sintomas respiratórios persistentes, não hesite em procurar orientação profissional. Informar-se é o primeiro passo para cuidar melhor da sua saúde.
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