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Cirurgião alerta: esses sintomas podem ser endometriose intestinal
“Os sinais da endometriose intestinal variam de pessoa para pessoa, mas alguns sintomas são mais frequentes, principalmente nos dias que antecedem ou acompanham o período menstrual"
Endometriose intestinal – Nem toda dor abdominal é apenas “cólica”. Quando ela vem acompanhada de alterações intestinais, desconforto para evacuar e piora durante o período menstrual, é hora de ligar o sinal de alerta.
Esses sintomas, muitas vezes ignorados ou tratados como algo “normal da menstruação”, podem estar relacionados a uma condição silenciosa e debilitante: a endometriose intestinal.
Tenho acompanhado mulheres que passam anos buscando respostas — e convivendo com dor, angústia e diagnósticos imprecisos.
Por isso, quero compartilhar informações sobre essa forma específica de endometriose, explicando como ela afeta o intestino e, principalmente, em quais casos o tratamento cirúrgico é realmente necessário.
Afinal, o que é a endometriose intestinal?
A endometriose é uma doença em que células semelhantes às do endométrio (aquele tecido que reveste o útero) crescem fora dele.
Quando essas células atingem o intestino, temos o quadro conhecido como endometriose intestinal.
Isso significa que, a cada ciclo menstrual, esse tecido fora do lugar também reage aos hormônios do corpo da mulher, gerando inflamações, dor e outros sintomas incômodos.
E como o intestino está envolvido, os desconfortos não se limitam à região pélvica: podem afetar o sistema digestivo de maneira significativa.
Sintomas que vão além da menstruação
Os sinais da endometriose intestinal variam de pessoa para pessoa, mas alguns sintomas são mais frequentes, principalmente nos dias que antecedem ou acompanham o período menstrual:
- Dor na parte baixa do abdômen (às vezes intensa);
- Dificuldade para evacuar ou dor ao evacuar;
- Diarreia frequente ou alternância com constipação;
- Sensação de inchaço abdominal;
- Náuseas e vômitos;
- Dor nas costas ou na perna esquerda, especialmente durante a menstruação;
- Em casos mais avançados, pode até haver sangue nas fezes.
Esses sintomas podem ser confundidos com outras condições, como síndrome do intestino irritável, hemorroidas ou até infecções.
Por isso, o diagnóstico correto é essencial para não perder tempo e evitar que a doença evolua.
Como é feito o diagnóstico da endometriose intestinal?
Não é raro que uma mulher passe anos convivendo com dor até descobrir que tem endometriose intestinal.
O diagnóstico exige uma avaliação cuidadosa com exames específicos.
O mais comum é a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, capaz de identificar lesões no reto e no sigmoide.
Também é comum solicitar ressonância magnética da pelve e do abdômen, especialmente para investigar se outras áreas também foram afetadas, como o diafragma.
Vale lembrar: exames como colonoscopia, apesar de úteis para investigar outros problemas do intestino, não costumam detectar a endometriose intestinal, já que ela geralmente compromete a parte externa da parede intestinal.
Cirurgia nem sempre é a única saída
Uma dúvida que escuto com frequência no consultório é: “Doutor, se for endometriose intestinal, vou ter que operar?”. A resposta é: não necessariamente.
Nem todo caso precisa de cirurgia. O tratamento depende de muitos fatores, como a intensidade dos sintomas, o tamanho das lesões e, claro, o desejo de ter filhos.
O mais importante é lembrar que cada mulher é única. E por isso, o plano de tratamento deve ser feito de forma personalizada, respeitando a história de vida, as necessidades e os objetivos de cada paciente.
📌 Leitura Recomendada: Menos dor e recuperação rápida: veja o que é cirurgia robótica
Quais são as opções de tratamento?
O tratamento da endometriose intestinal pode ser clínico ou cirúrgico. E muitas vezes, é possível começar com abordagens menos invasivas, especialmente quando os sintomas estão controlados.
Veja algumas opções utilizadas no dia a dia:
- Medicamentos para dor: ajudam a aliviar os sintomas em momentos de crise;
- Tratamento hormonal: com pílulas ou injeções que interrompem os ciclos menstruais e reduzem o crescimento do tecido endometrial;
- Atividade física regular: contribui para diminuir os processos inflamatórios e melhora o bem-estar geral;
- Alimentação anti-inflamatória: uma dieta equilibrada pode reduzir os sintomas, principalmente se houver acompanhamento nutricional;
- Apoio psicológico: lidar com uma doença crônica pode ser emocionalmente desgastante. A psicoterapia é fundamental para fortalecer a saúde mental.
Quando a cirurgia é necessária — especialmente nos casos de dor intensa, sangramentos ou obstrução intestinal — ela pode ser feita de forma segura com técnicas modernas, como a cirurgia robótica ou laparoscópica.
Essas abordagens são menos invasivas e permitem uma recuperação mais rápida.
Por que o diagnóstico precoce faz toda a diferença
Apesar dos avanços na medicina, muitas mulheres ainda demoram anos para receber o diagnóstico correto de endometriose intestinal.
Isso acontece por causa do desconhecimento, da banalização dos sintomas menstruais e da desinformação generalizada.
Por isso, é tão importante buscar um especialista ao menor sinal de que algo está errado.
Dor não deve ser considerada normal, especialmente se ela atrapalha sua rotina, seus relacionamentos ou sua saúde digestiva.
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de controlar a doença com tratamentos simples, evitando cirurgias complexas e complicações.
Você não está sozinha — e não precisa conviver com dor
Se você tem sentido dores abdominais frequentes, alterações intestinais que se repetem todos os meses ou outros sintomas que não passam, não ignore.
Procure um coloproctologista com experiência em endometriose intestinal e comece a investigar.
O acompanhamento com uma equipe multiprofissional, que pode incluir ginecologista, urologista, fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga e outros especialistas, é o que garante os melhores resultados.
Com a abordagem certa, é possível retomar sua qualidade de vida, seus planos e sua liberdade de viver sem dor.
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Dr. Alexandre Nishimura