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O que é lipodistrofia? Descubra os sintomas, causas e como identificar no seu corpo
Saiba o que é lipodistrofia, quais os sintomas, causas, riscos e como identificar sinais dessa condição rara e silenciosa.
Você já ouviu falar em lipodistrofia? Esse nome pouco conhecido representa um conjunto de doenças raras que afetam a forma como a gordura se distribui no corpo humano. Mas o que é lipodistrofia, exatamente? Quais são os sinais de alerta? Tem cura?
Vamos responder a todas essas dúvidas, para ajudar quem busca entender mais sobre essa condição pouco falada, mas que pode impactar fortemente a saúde de quem a desenvolve.
O que é lipodistrofia e por que ela ocorre?
A lipodistrofia é uma condição caracterizada pela ausência total ou parcial de tecido adiposo, ou seja, a gordura do corpo.
Essa perda pode ocorrer de forma generalizada ou localizada e, em alguns casos, vem acompanhada de acúmulo de gordura em outras partes do corpo.
Ela pode ter origem genética (congênita), aparecendo desde o nascimento, ou ser adquirida ao longo da vida, muitas vezes ligada a infecções, doenças autoimunes ou uso de medicamentos específicos.
Entender o que é lipodistrofia envolve também compreender que a falta de gordura não é apenas uma questão estética.
O tecido adiposo tem funções essenciais no corpo, como o armazenamento de energia e a produção de hormônios.
Quando esse tecido é afetado, diversas complicações metabólicas podem surgir, como resistência à insulina, colesterol alto, diabetes e até doenças no fígado e nos rins.
Principais sintomas da lipodistrofia
Os sinais de lipodistrofia variam conforme o tipo da doença, mas o mais visível costuma ser a perda de gordura em regiões específicas do corpo, como rosto, braços, pernas ou tronco.
Em contrapartida, pode haver acúmulo de gordura em áreas como a barriga, costas ou pescoço.
Além das alterações físicas, a pessoa pode desenvolver:
- Aumento dos níveis de glicose no sangue (diabetes);
- Triglicerídeos elevados;
- Colesterol alto;
- Inflamação no fígado (esteatose hepática);
- Doenças cardiovasculares;
- Problemas nos rins.
É comum que os primeiros sintomas passem despercebidos e só sejam descobertos em exames de rotina.
Por isso, é essencial ficar atento a mudanças no corpo e buscar orientação médica caso perceba alterações incomuns na distribuição de gordura.
Tipos de lipodistrofia
Ao pesquisar o que é lipodistrofia, é importante saber que existem várias formas da doença, divididas principalmente em dois grupos: genéticas e adquiridas.
Formas genéticas de lipodistrofia
Esses tipos são causados por mutações genéticas hereditárias e costumam se manifestar logo na infância:
Lipodistrofia generalizada congênita (síndrome de Berardinelli-Seip): caracterizada pela perda quase total de gordura no corpo. É uma condição rara, geralmente diagnosticada ainda no primeiro ano de vida.
Lipodistrofia parcial familiar: também hereditária, mas com perda de gordura em regiões específicas, como braços e pernas, enquanto o rosto e o pescoço podem apresentar acúmulo de gordura.
Formas adquiridas de lipodistrofia
Acontecem por fatores externos e podem surgir em qualquer idade. São mais comuns do que as genéticas.
Lipodistrofia generalizada adquirida (síndrome de Lawrence): perda de gordura no corpo inteiro, que pode acontecer de forma rápida ou gradual. É mais frequente durante a infância ou adolescência, mas pode surgir em adultos.
Lipodistrofia parcial adquirida (síndrome de Barraquer-Simons): caracteriza-se pela perda progressiva de gordura principalmente no rosto, pescoço e tórax, geralmente durante a infância. Pode estar relacionada a doenças autoimunes.
Lipodistrofia induzida por antirretrovirais (HIV): associada ao uso prolongado de medicamentos para tratamento do HIV. Nesse caso, a perda e o acúmulo de gordura acontecem simultaneamente em diferentes partes do corpo.
Consequências da lipodistrofia no organismo
Com a perda de tecido adiposo, o corpo perde a capacidade de armazenar gordura de forma adequada.
Isso pode fazer com que a gordura se deposite em locais inapropriados, como:
- Fígado (levando à esteatose hepática);
- Músculos;
- Pâncreas.
Esses depósitos anormais prejudicam o funcionamento dos órgãos e favorecem o aparecimento de:
- Resistência à insulina;
- Diabetes tipo 2;
- Pancreatite;
- Síndrome metabólica;
- Doença arterial coronariana.
É importante lembrar que nem todas as pessoas com lipodistrofia vão desenvolver essas complicações, mas o risco é maior quando a condição não é acompanhada e tratada corretamente.
E a lipodistrofia localizada, o que é?
Uma forma mais leve da doença é a lipodistrofia localizada, em que a perda de gordura acontece em uma área bem específica do corpo, formando uma covinha ou depressão visível.
Apesar de mais comum após aplicação repetida de medicamentos injetáveis (como insulina), esse tipo pode causar desconforto estético.
Quem pode ter lipodistrofia? Veja os fatores de risco
Embora rara, a lipodistrofia pode afetar qualquer pessoa, dependendo da causa:
As formas genéticas são hereditárias e, portanto, não podem ser prevenidas.
As formas adquiridas têm maior incidência em mulheres, com exceção daquelas associadas ao HIV, mais comuns em homens.
Outros fatores de risco incluem:
- Uso prolongado de medicamentos antirretrovirais.
- Presença de doenças autoimunes.
- Histórico de infecções virais como sarampo ou varicela.
Como é feito o diagnóstico da lipodistrofia?
Para identificar o que é lipodistrofia e confirmar o diagnóstico, os médicos avaliam a aparência do corpo, o histórico clínico do paciente e solicitam exames específicos, como:
- Ressonância magnética para mapear a gordura corporal
- Exames de sangue para verificar glicose, colesterol e triglicerídeos
- Testes genéticos (nos casos suspeitos de origem hereditária)
- Teste de leptina, hormônio ligado ao metabolismo da gordura
- Biópsia renal, quando há suspeita de envolvimento dos rins
Tratamentos disponíveis para lipodistrofia
Embora não exista cura definitiva para muitas formas da doença, o tratamento pode controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
As abordagens variam conforme o tipo e as complicações apresentadas:
- Terapia de reposição de leptina;
- Medicamentos para controle do colesterol e triglicerídeos;
- Tratamento para diabetes e resistência à insulina;
- Cirurgias ou procedimentos estéticos, em alguns casos, para correção de assimetrias corporais.
O acompanhamento com uma equipe multidisciplinar (endocrinologista, nutricionista, cardiologista e dermatologista, por exemplo) é fundamental para o sucesso do tratamento.
É possível prevenir a lipodistrofia?
As formas genéticas da lipodistrofia não são evitáveis, já que envolvem alterações no DNA herdadas dos pais.
No entanto, é possível realizar testes genéticos antes da gravidez para avaliar o risco de transmitir a condição.
As formas adquiridas, por sua vez, podem estar ligadas a fatores como infecções e medicamentos.
Embora nem sempre possam ser prevenidas, manter o sistema imunológico saudável, fazer o uso correto de medicamentos e vacinar-se contra doenças infecciosas podem ajudar a reduzir os riscos.
Quando procurar um médico?
Se você percebeu perda de gordura em partes específicas do corpo ou mudanças incomuns na forma corporal, procure um especialista.
O diagnóstico precoce ajuda a evitar complicações sérias.
Quem já recebeu o diagnóstico de lipodistrofia deve manter o acompanhamento médico regular e seguir todas as orientações para garantir o melhor controle da doença.
Perguntas frequentes sobre lipodistrofia (FAQ)
1. O que é a síndrome da lipodistrofia?
A síndrome da lipodistrofia é um grupo de doenças raras caracterizadas pela perda total ou parcial de gordura corporal, o que pode causar problemas metabólicos como diabetes, colesterol alto e acúmulo de gordura em órgãos internos.
2. O que causa a lipodistrofia?
A lipodistrofia pode ser causada por mutações genéticas (formas congênitas) ou ser adquirida ao longo da vida, geralmente por doenças autoimunes, infecções ou uso de medicamentos como os antirretrovirais.
3. Como reverter lipodistrofia?
A lipodistrofia, especialmente nas formas genéticas, não tem cura. No entanto, o tratamento pode controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Em alguns casos, cirurgias estéticas ou terapias hormonais ajudam a suavizar os efeitos visuais e metabólicos.
4. Qual o tratamento para lipodistrofia?
O tratamento pode incluir reposição de leptina, medicamentos para diabetes, colesterol e triglicerídeos, além de cuidados com a alimentação e atividades físicas. O acompanhamento deve ser feito com uma equipe médica multidisciplinar.
5. Lipodistrofia é contagiosa?
Não. A lipodistrofia não é uma doença contagiosa. Ela pode ser genética ou resultar de fatores como uso de certos medicamentos, mas não é transmitida entre pessoas.
6. Lipodistrofia tem cura?
Atualmente, não existe cura para a maioria dos tipos de lipodistrofia. O foco do tratamento está no controle das complicações metabólicas e na melhoria da qualidade de vida do paciente.
7. Qual médico procurar para lipodistrofia?
O especialista mais indicado é o endocrinologista, que pode investigar alterações hormonais e metabólicas. Dependendo do caso, pode haver encaminhamento para outras especialidades como genética, cardiologia, nefrologia ou dermatologia.
8. Lipodistrofia pode causar morte?
A lipodistrofia em si não é fatal, mas pode levar a complicações graves como doenças cardiovasculares, diabetes descontrolado e insuficiência renal. O acompanhamento médico é essencial para evitar esses riscos.
Leia mais: O que é lipedema? Tudo que você sempre quis saber