O que é um superfungo? Casos recentes no Brasil ligam o alerta e mostram como ele é perigoso

Você sabe o que é um superfungo? Nos últimos anos, um tipo de fungo tem se destacado no cenário da saúde devido à sua resistência aos tratamentos convencionais.

Conhecidos como superfungos, esses organismos têm desafiado médicos em todo o mundo, especialmente por sua capacidade de resistir aos medicamentos antifúngicos mais comuns.

No Brasil, casos começaram a ser registrados, e é importante entender os riscos que eles podem representar para a saúde pública.

Aqui no SaúdeLab, vamos explicar o que é um superfungo, como ele se espalha, a situação atual no país e como a resistência aos medicamentos pode tornar mais difícil tratar infecções fúngicas comuns.

O que é um superfungo?

Quando falamos em superfungo, nos referimos a um fungo que desenvolveu resistência a vários medicamentos antifúngicos, o que torna o tratamento das infecções mais difícil e demorado.

Fungos comuns, como os responsáveis por micoses, são normalmente tratados com medicamentos que ajudam a eliminar a infecção de forma eficiente.

No entanto, quando o fungo se torna resistente, ele pode persistir no corpo, mesmo após o tratamento, e causar infecções recorrentes.

Os superfungos podem ser especialmente perigosos em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como pacientes em tratamento para câncer ou com HIV.

Além disso, esses fungos podem se espalhar facilmente em ambientes como hospitais, onde pacientes vulneráveis podem estar expostos.

O Trichophyton indotineae: o superfungo que chegou ao Brasil

Em 2024, o Brasil registrou o primeiro caso confirmado de infecção pelo superfungo Trichophyton indotineae, um fungo altamente resistente que está se tornando um problema de saúde em diversas partes do mundo.

Embora o paciente seja brasileiro, ele não reside no país, e o contágio ocorreu enquanto estava fora do Brasil.

Identificado pela primeira vez na Índia em 2020, o Trichophyton indotineae tem sido registrado em vários países desde então, incluindo aqueles visitados pelo paciente, como Áustria, Escócia, Eslováquia, Hungria, Polônia e Turquia.

O homem contraiu o fungo durante suas viagens e, antes de apresentar os sintomas de uma infecção na pele, com lesões nos membros inferiores e glúteos, já havia retornado ao Brasil.

As manchas eram grandes, muito coceiras e extensas, o que o levou a procurar atendimento dermatológico.

Confusão com uma forma de micose

Inicialmente, a infecção foi diagnosticada como dermatofitose, uma forma comum de micose.

No entanto, o tratamento convencional com medicamentos antifúngicos como a terbinafina não surtiram o efeito esperado.

Mesmo após o uso de um antifúngico mais potente, o itraconazol, os sintomas retornaram logo depois que o tratamento foi interrompido.

Foi então que os médicos realizaram um exame mais aprofundado e confirmaram a presença do superfungo Trichophyton indotineae.

Esse fungo, como muitos outros superfungos, possui uma característica genética que o torna resistente aos tratamentos, o que dificulta o controle da infecção.

Além disso, as lesões causadas por ele tendem a ser mais extensas, dolorosas e propensas a se tornarem crônicas.

O Candida auris: outro superfungo em circulação

Além do Trichophyton indotineae, outro superfungo que tem chamado atenção no Brasil é o Candida auris.

Identificado pela primeira vez em 2009 no Japão, esse fungo tem se espalhado por hospitais em diversos países e, em 2020, foi registrado pela primeira vez no Brasil, na Bahia.

Ele é particularmente preocupante porque pode sobreviver em superfícies por muito tempo, tornando-se fácil de se espalhar em ambientes hospitalares.

No início deste ano de 2025, o Hospital Estadual do Servidor de São Paulo registrou 15 casos de infecção pelo Candida auris, sendo que a maioria dos pacientes já recebeu alta e não apresentou complicações.

No entanto, um paciente de 73 anos, com múltiplas comorbidades, acabou falecendo devido a complicações relacionadas a uma cirurgia, mas não diretamente pela infecção do fungo.

A Candida auris pode não causar sintomas visíveis em muitos casos, mas quando entra na corrente sanguínea, pode causar infecções graves, atingindo órgãos vitais como o coração e o cérebro.

A resistência a antifúngicos torna o tratamento mais complexo, já que as opções eficazes são limitadas.

Esse tipo de fungo é particularmente preocupante em unidades de terapia intensiva (UTI), onde pacientes gravemente enfermos podem estar mais vulneráveis.

Como esses superfungos se espalham?

Os superfungos se espalham principalmente por contato direto com pessoas ou superfícies contaminadas.

Em ambientes hospitalares, por exemplo, eles podem ser transmitidos através do contato com superfícies como camas, toalhas e equipamentos médicos.

Isso torna a prevenção fundamental, especialmente em hospitais e clínicas onde pacientes vulneráveis podem estar mais expostos.

Além disso, a automedicação, especialmente o uso indiscriminado de antifúngicos e pomadas, é um risco significativo.

Isso pode mascarar os sintomas, dificultando o diagnóstico correto e permitindo que o fungo se torne ainda mais resistente ao tratamento.

Como prevenir a disseminação dos superfungos?

Agora que você já tem uma definição básica de o que é um superfungo, é fundamental entender que a prevenção da sua disseminação depende de algumas medidas essenciais.

Vigilância constante, diagnóstico precoce e práticas adequadas de higiene são muito importantes.

Vale lembrar que, no Brasil, ainda não existem protocolos específicos para o controle de superfungos como o Trichophyton indotineae.

No entanto, especialistas sugerem a implementação de testes laboratoriais mais avançados e o treinamento de profissionais de saúde para identificar essas infecções de forma rápida e eficiente.

As principais medidas de prevenção incluem:

Isolamento de pacientes infectados:

Em ambientes hospitalares, manter os pacientes com superfungos isolados ajuda a evitar a propagação da infecção.

Desinfecção rigorosa de superfícies:

Superfícies como camas, toalhas e equipamentos médicos devem ser limpas com desinfetantes eficazes para evitar que os fungos se espalhem.

Monitoramento constante:

Hospitais devem realizar coletas periódicas para monitorar a presença do fungo e agir rapidamente caso um novo caso seja identificado.

Treinamento dos profissionais de saúde:

Médicos e enfermeiros devem ser treinados para identificar os sinais de infecção por superfungos e tomar as medidas necessárias para o controle da infecção.

O futuro da luta contra os superfungos

A resistência aos antifúngicos é um problema crescente em todo o mundo, e os superfungos são apenas a ponta do iceberg.

À medida que continuam a se espalhar, é essencial que mais pesquisas sejam feitas para entender melhor o que é um superfungo, como eles se desenvolvem, como prevenir infecções e, principalmente, como tratar casos graves.

No Brasil, embora o número de casos ainda seja relativamente baixo, a crescente resistência aos tratamentos tradicionais levanta preocupações sobre o futuro.

A vigilância ativa, o diagnóstico precoce e o aprimoramento do tratamento continuam sendo fundamentais para controlar essa ameaça.

Para evitar que os superfungos se tornem um problema de saúde pública ainda maior, é essencial que todos os envolvidos — desde profissionais de saúde até pacientes — estejam cientes dos riscos e tomem as medidas necessárias para se proteger.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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