Efeito platô no emagrecimento: será que estou no caminho certo?

Você começou uma dieta com determinação, os primeiros quilos desapareceram, mas, de repente, a balança parou de mudar. A frustração bate: “Estou fazendo tudo certo, por que não emagreço mais?” Se essa situação parece familiar, saiba que você não está sozinho.

O chamado efeito platô no emagrecimento é mais comum do que se imagina – e, segundo a ciência, não significa que você falhou.

Um estudo recente conduzido pela CSIRO, a agência nacional de ciência da Austrália, trouxe uma revelação importante: a perda de peso bem-sucedida raramente é um processo linear.

Publicado no Journal of Medical Internet Research, a pesquisa analisou dados de mais de 6.500 participantes do programa CSIRO Total Wellbeing Diet Online ao longo de um ano.

Os resultados mostram que, mesmo com fases de estagnação ou pequenos retrocessos, a maioria das pessoas ainda alcançou resultados significativos.

Mas o que isso significa para você? Será que um platô é motivo para desistir? Vamos desvendar a ciência por trás desse fenômeno e descobrir como superá-lo.

O que é o efeito platô no emagrecimento?

O efeito platô acontece quando o corpo se adapta a uma rotina alimentar e de exercícios, reduzindo temporariamente a velocidade da perda de peso. É como se ele encontrasse um novo equilíbrio, resistindo a mudanças mais drásticas.

Segundo a pesquisa da CSIRO, a maioria das pessoas passa por pelo menos um platô de três meses durante sua jornada de emagrecimento. E isso não é um sinal de fracasso – na verdade, pode ser parte natural do processo.

Os dados reveladores do estudo

A análise identificou três padrões comuns de perda de peso, todos incluindo fases de estagnação:

  • 15% dos participantes perderam peso por seis meses e depois mantiveram o novo peso por mais seis meses, resultando em uma média de 11 kg perdidos (12% do peso inicial).
  • 11% emagreceram nos primeiros três meses e depois estabilizaram por nove meses, com uma perda média de 5 kg (quase 6% do peso inicial).
  • 9% tiveram perda contínua por nove meses, seguida por três meses de manutenção, alcançando uma redução média de 16 kg (17% do peso inicial).

O mais interessante? Dois em cada três participantes perderam pelo menos 5% do peso corporal em 12 meses, e um em cada três perdeu mais de 10%. Ou seja: mesmo com platôs, os resultados foram significativos.

Por que o platô acontece?

O corpo humano é uma máquina complexa, e a perda de peso não depende apenas de “comer menos e se mover mais”. Vários fatores contribuem para o efeito platô:

1. Adaptação metabólica: Quando você perde peso, seu metabolismo pode desacelerar. Isso acontece porque o corpo interpreta a redução calórica como uma possível ameaça e tenta conservar energia.

2. Redução da necessidade energética: Quanto menor o peso, menos calorias o corpo gasta em repouso. Se você não ajustar sua dieta e exercícios ao longo do tempo, a perda de peso pode estagnar.

3. Retenção de líquidos: Mudanças hormonais, aumento no consumo de sódio ou até mesmo o estresse podem levar à retenção de água, mascarando a perda de gordura na balança.

4. Relaxamento nos hábitos: Com o tempo, é comum que algumas pessoas se tornem menos rigorosas com a dieta ou os exercícios, mesmo sem perceber. Pequenos deslizes podem acumular-se e frear o progresso.

Como superar o efeito platô?

A boa notícia é que um platô não é o fim da linha – é apenas um sinal de que seu corpo precisa de um novo estímulo. Veja estratégias respaldadas pela ciência para retomar o emagrecimento:

1. Reavalie sua ingestão calórica: Se você perdeu peso, suas necessidades energéticas diminuíram. Use uma calculadora de metabolismo basal para ajustar suas calorias conforme seu novo peso.

2. Varie os exercícios: Seu corpo se adapta a rotinas repetitivas. Inclua treinos de alta intensidade (HIIT), musculação ou novas modalidades para desafiar seus músculos.

3. Priorize proteínas e fibras: Alimentos ricos em proteínas (ovos, peixes, carnes magras) e fibras (aveia, legumes, vegetais) aumentam a saciedade e ajudam a preservar a massa muscular.

4. Monitore seus hábitos: O estudo da CSIRO mostrou que participantes que usaram ferramentas de automonitoramento (como diários alimentares e rastreadores de progresso) tiveram melhores resultados. Anote o que come, meça suas porções e acompanhe sua evolução.

5. Gerencie o estresse e o sono: Cortisol elevado (hormônio do estresse) e noites mal dormidas podem atrapalhar a perda de gordura. Pratique meditação, yoga ou respiração profunda para manter o equilíbrio hormonal.

A pesquisa da CSIRO deixa claro: períodos de estagnação são normais e não indicam fracasso. A perda de peso não é linear. Fases de manutenção e pequenos ganhos são parte do processo – mas com persistência, os resultados significativos aparecem.

Se você está enfrentando um platô, respire fundo e lembre-se: isso não significa que seu corpo parou de responder. Pode ser apenas um convite para revisar sua estratégia, ajustar detalhes e seguir em frente.

A jornada do emagrecimento é feita de altos e baixos, mas cada passo – mesmo os mais lentos – conta. Continue, confie no processo e, acima de tudo, celebre cada vitória, grande ou pequena. O caminho certo nem sempre é uma linha reta, mas quem persegue chega lá.

Confira também: Leite vegetal para crianças pode oferecer algum risco? Estudo recente traz dados alarmantes

Compartilhe este conteúdo
Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

plugins premium WordPress

VIRE A CHAVE PARA EMAGRECER

INSCRIÇÕES GRATUITAS E VAGAS LIMITADAS