O que são emulsificantes e por que gestantes devem ficar atentas

O que são emulsificantes alimentares é uma dúvida comum de quem começa a observar melhor os rótulos dos produtos. Esses aditivos estão presentes em produtos bastante consumidos no dia a dia, como pães industrializados, bolos, sorvetes, margarina, molhos prontos, embutidos e até algumas fórmulas infantis.

Sua função é ajudar a misturar ingredientes que naturalmente não se combinariam, como água e gordura, deixando o alimento mais homogêneo, estável e visualmente atrativo.

Durante muitos anos, os emulsificantes foram considerados seguros do ponto de vista regulatório, já que passam por testes toxicológicos e têm uso autorizado.

Nos últimos tempos, porém, a ciência começou a investigar outra questão importante: quais são os efeitos do consumo frequente desses aditivos ao longo do tempo, especialmente em fases sensíveis da vida.

Foi nesse contexto que um estudo publicado na revista Nature Communications chama a atenção de pesquisadores e profissionais da saúde.

Por que esses aditivos entraram no radar da ciência

Entre os emulsificantes mais usados pela indústria estão a carboximetilcelulose e o polissorbato 80.

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que essas substâncias podem alterar a microbiota intestinal, que é o conjunto de bactérias que vive no intestino e participa da digestão, da imunidade e do metabolismo.

O novo estudo foi além.

Investigou se o consumo desses emulsificantes pela mãe, antes e durante o período de amamentação, poderia influenciar a saúde dos filhos a longo prazo.

Quando a alimentação da mãe deixa marcas duradouras

Os resultados do estudo indicam que a exposição da mãe a determinados emulsificantes, em fases iniciais da vida, pode provocar alterações precoces na microbiota intestinal da criança (mesmo sem consumo direto desses aditivos).

Essas mudanças não são permanentes. Com o tempo, a microbiota tende a se reorganizar e voltar a um padrão considerado normal. Ainda assim, o impacto desse desequilíbrio inicial permanece registrado no organismo.

Na vida adulta, isso se traduz em maior vulnerabilidade a inflamações intestinais e a alterações metabólicas, como maior ganho de peso e dificuldade no controle da glicose, sobretudo diante de dietas menos equilibradas.

Isso reforça a ideia de que os primeiros momentos de formação da microbiota funcionam como uma janela crítica para o desenvolvimento do sistema imunológico.

Um intestino em fase de aprendizado

Nos primeiros meses de vida, o intestino ainda está “aprendendo” a funcionar em equilíbrio com o sistema imunológico.

É nessa fase que ele passa a reconhecer o que é inofensivo e o que pode causar inflamação.

Os resultados do estudo indicam, portanto, que a exposição da mãe a determinados emulsificantes, logo no início do desenvolvimento da criança, pode provocar alterações precoces na microbiota intestinal, mesmo sem consumo direto desses aditivos.

Com isso, etapas importantes desse aprendizado acontecem de forma inadequada, deixando o organismo mais propenso a reações inflamatórias no futuro.

O que muda na prática ao entender o que são emulsificantes

O estudo não sugere que o consumo eventual de emulsificantes provoque doenças por si só.

O alerta está no consumo frequente, comum em dietas ricas em alimentos ultraprocessados.

Para gestantes e lactantes, os achados reforçam uma orientação já bem estabelecida, a de dar preferência a alimentos in natura ou minimamente processados sempre que possível.

Ler rótulos e reduzir o consumo de ultraprocessados são medidas simples que podem favorecer a saúde intestinal da mãe e, potencialmente, da criança.

Assim, entender o que são emulsificantes vai além da curiosidade nutricional e passa a fazer parte de escolhas alimentares mais conscientes desde os primeiros anos de vida.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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