Óculos de sol: estudo revela falhas na proteção contra raios ultravioleta

Usar óculos de sol é uma das principais formas de proteger os olhos contra os danos causados pela radiação ultravioleta (UV). No entanto, um estudo recente da Universidade de São Paulo (USP) revelou que muitos modelos disponíveis no mercado não oferecem a proteção necessária, o que pode aumentar o risco de doenças oculares.

A pesquisa, publicada na revista Research on Biomedical Engineering, analisou a eficácia de 12 modelos de óculos de sol e descobriu que apenas um deles atendia aos limites de segurança estabelecidos pela Comissão Internacional de Proteção Contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP).

Além disso, os testes mostraram que, com o tempo, as lentes perdem parte de sua capacidade de bloquear os raios UV, especialmente após longos períodos de exposição ao sol.

Essa recomendação foi reforçada por outro estudo do mesmo grupo, publicado na revista Scientific Reports, que mostrou que a proteção UVA deve ser superior a 86% para ser eficaz.

Mas o que isso significa na prática? Como saber se um óculos de sol realmente protege os olhos?

Entenda os principais achados do estudo e saiba como escolher um modelo seguro.

Radiação UV: um risco invisível para os olhos

A exposição aos raios ultravioleta pode causar danos sérios à visão.

Entre as doenças oculares associadas à radiação UV, destacam-se:

  • Catarata: Doença que torna o cristalino opaco, reduzindo a visão e podendo levar à cegueira.
  • Fotoceratite: Inflamação dolorosa na córnea, semelhante a uma queimadura solar nos olhos.
  • Degeneração macular: Afeta a retina e pode comprometer a visão central, dificultando atividades como a leitura.

O uso de óculos de sol com proteção adequada ajuda a prevenir esses problemas.

No entanto, o estudo mostra que nem todos os modelos disponíveis no mercado cumprem essa função de maneira eficiente.

O que o estudo descobriu sobre os óculos de sol?

Os pesquisadores da USP testaram 12 modelos de óculos de sol (sem revelar as marcas) e verificaram que apenas um deles oferecia proteção total contra a radiação UV dentro dos limites recomendados.

O diferencial desse modelo foi sua capacidade de manter a proteção mesmo após passar pelo teste de envelhecimento, que simulou 2.500 horas de exposição ao sol.

Apenas um dos modelos testados manteve a proteção total mesmo após esse teste, o que reforça a importância de escolher produtos de alta qualidade.

Esse teste foi essencial para avaliar a durabilidade das lentes, pois demonstrou que a maioria dos modelos perde eficiência com o tempo.

Isso significa que um óculos de sol que inicialmente bloqueia os raios UV pode se tornar menos eficaz após meses ou anos de uso.

Outro fator observado no estudo foi que a proteção inadequada pode ser agravada pelo campo de visão ampliado proporcionado pelo uso dos óculos.

Quando estamos ao ar livre sem proteção, nossos olhos tendem a semicerrar naturalmente para reduzir a entrada de luz.

No entanto, com óculos de sol, esse reflexo natural desaparece, aumentando a exposição aos raios UV caso as lentes não tenham o bloqueio adequado.

O estudo mostrou que o aumento da exposição aos raios UV não se deve apenas à dilatação da pupila, mas também à ampliação do campo de visão proporcionada pelos óculos de sol.

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Além disso, o estudo confirma que a proteção deve cobrir toda a faixa de radiação UVA e UVB, o que significa barrar raios UV até 400 nanômetros (nm).

Essa é a recomendação da ICNIRP e da Organização Mundial da Saúde (OMS), pois garante um bloqueio mais abrangente e eficaz.

No entanto, a norma vigente no Brasil permite a comercialização de óculos com proteção apenas até 380 nm, deixando os consumidores mais vulneráveis.

Como funcionam as categorias de lentes dos óculos de sol?

Os óculos de sol são classificados em cinco categorias, de acordo com a quantidade de luz visível que suas lentes conseguem filtrar:

  • Categoria 0: Lentes muito claras, indicadas para dias nublados ou ambientes internos.
  • Categoria 1: Lentes levemente escuras, para dias de pouca luminosidade.
  • Categoria 2: Bloqueiam mais luz e são adequadas para dias de sol moderado.
  • Categoria 3: Oferecem proteção elevada contra o brilho solar intenso, sendo ideais para praias e cidades ensolaradas.
  • Categoria 4: São as mais escuras, usadas em ambientes de alta luminosidade, como neve e montanhas. Não são recomendadas para dirigir, pois reduzem a visibilidade.

O estudo mostrou que, independentemente da categoria da lente (clara ou escura), a proteção contra raios UVA deve ser superior a 86% para ser eficaz.

Quando esse nível de proteção não é garantido, a exposição à radiação UV pode ser ainda maior do que se a pessoa estivesse sem óculos.

Como escolher óculos de sol seguros?

Para garantir que seus olhos estarão realmente protegidos, fique atento a alguns critérios essenciais na hora da compra:

  • Verifique a certificação UV: No Brasil, não há exigência obrigatória de certificação para óculos de sol, mas é fundamental buscar modelos que indiquem proteção UV no rótulo ou tenham selo de qualidade.
  • Escolha proteção até 400 nm: Produtos que bloqueiam apenas até 380 nm podem não ser suficientes, pois ainda permitem a passagem de radiação UVA. O ideal é escolher óculos com proteção completa até 400 nm.
  • Evite óculos falsificados: Lentes escuras sem proteção UV são perigosas, pois fazem a pupila dilatar e permitem a entrada de mais radiação. Prefira produtos de marcas confiáveis.
  • Considere o ambiente de uso: Para dirigir, escolha lentes das categorias 2 ou 3, pois garantem proteção sem comprometer a visibilidade. Para esportes na neve ou trilhas em montanhas, a categoria 4 pode ser necessária.
  • Óculos polarizados ajudam, mas não substituem a proteção UV: Lentes polarizadas reduzem o brilho e melhoram o conforto visual, mas não significam, necessariamente, mais proteção contra os raios UV.

A falta de regulamentação no Brasil coloca a visão em risco

O estudo reforça a necessidade de regulamentação mais rigorosa para os óculos de sol vendidos no Brasil.

Atualmente, as normas brasileiras seguem padrões menos exigentes do que os recomendados internacionalmente, permitindo a venda de produtos com proteção UV inferior a 400 nm.

Além disso, a certificação não é obrigatória, o que dificulta para o consumidor identificar quais modelos realmente oferecem segurança.

Cuide da sua visão: proteja seus olhos da radiação UV

A exposição aos raios UV pode causar sérios danos à visão ao longo do tempo.

Por isso, escolher óculos de sol de qualidade não é apenas uma questão de estilo, mas sim de saúde.

  • Dê preferência a modelos que bloqueiem radiação UV até 400 nm.
  • Verifique se os óculos possuem certificação de proteção UV.
  • Evite produtos falsificados ou sem informações claras sobre a proteção.

Cuidar da saúde ocular desde cedo pode prevenir doenças oculares no futuro.

Ao escolher um óculos de sol adequado, você garante que seus olhos fiquem protegidos e sua visão segura por muitos anos!

Veja também: Buscando fitoterápico para emagrecer? Este estudo revela benefícios extras para a saúde

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

Artigos: 169
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