Pressão oscilando? Seu cérebro pode estar sofrendo em silêncio

A pressão arterial oscilando pode parecer algo inofensivo, mas um novo estudo publicado em 17 de outubro mostra que essas variações rápidas podem trazer riscos silenciosos para o cérebro, mesmo quando os níveis médios estão dentro do normal.

Publicada na revista Journal of Alzheimer’s Disease, a pesquisa revelou que oscilações de pressão de um batimento para o outro estão associadas a sinais precoces de degeneração cerebral e a lesões nas células nervosas.

Pressão arterial oscilando: o impacto silencioso no cérebro

Imagine que, a cada batimento, seu coração envia ondas de pressão instáveis para o seu cérebro.

Essa oscilação constante, quase imperceptível no dia a dia, pode estar causando um dano silencioso e profundo.

Foi exatamente isso que pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC) descobriram.

O estudo revelou que idosos com pressão arterial oscilando de um batimento para o outro apresentaram redução significativa no volume de áreas cerebrais cruciais, como o hipocampo e o córtex entorrinal.

Pense nessas regiões como a “central de arquivos” do seu cérebro, fundamentais para criar memórias e aprender coisas novas.

Mas as evidências não pararam por aí.

Exames de sangue dos participantes mostraram níveis elevados de uma proteína chamada neurofilamento light (NfL), um verdadeiro “sinal de fumaça” no organismo, indicando que os neurônios estavam sendo danificados.

O dado mais preocupante? Essas alterações foram observadas mesmo em pessoas com pressão arterial média considerada controlada.

Isso sugere que não basta acompanhar apenas os números durante uma consulta médica, a estabilidade da pressão também é um fator crítico e, até pouco tempo atrás, negligenciado.

Segundo os cientistas, essas variações rápidas funcionam como pequenas pulsadas nos delicados vasos do cérebro, prejudicando o fornecimento contínuo de oxigênio e nutrientes de que as células nervosas precisam para funcionar bem.

O que os pesquisadores descobriram

O estudo analisou 105 adultos saudáveis, entre 55 e 89 anos.

Durante exames de ressonância magnética, a pressão foi medida a cada batimento do coração, por meio de um sensor no dedo.

Os pesquisadores observaram dois pontos principais:

  • Variabilidade (ARV): o quanto a pressão sobe e desce a cada batida.
  • Rigidez das artérias (ASI): mostra se os vasos estão mais elásticos ou endurecidos.

Quando esses dois fatores estavam altos, o encolhimento das áreas de memória no cérebro era mais evidente.

Curiosamente, esse efeito foi mais forte no lado esquerdo do cérebro, uma região que, segundo pesquisas anteriores, é mais vulnerável a problemas de circulação.

A prevenção da demência

Por muito tempo, a medicina focou apenas em reduzir a pressão alta.

No entanto, este estudo mostra que a oscilação da pressão arterial também precisa de atenção.

Manter a pressão estável pode ser tão importante quanto reduzi-la.

Os pesquisadores acreditam que hábitos como praticar exercícios físicos, manter uma alimentação equilibrada, controlar o estresse e seguir corretamente o uso de medicamentos podem ajudar a reduzir essas flutuações.

Ainda assim, eles alertam que novas pesquisas de longo prazo são necessárias para confirmar se estabilizar a pressão realmente ajuda a prevenir doenças como o Alzheimer.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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