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A verdade por trás dos produtos milagrosos para emagrecer divulgados por “médicos” na internet
Avatares criados por inteligência artificial imitam médicos para promover produtos milagrosos para emagrecer e espalhar desinformação.
Você já viu algum vídeo nas redes sociais em que um suposto médico ou especialista da saúde recomenda produtos milagrosos para emagrecer, prometendo resultados rápidos e impressionantes? Pois é, muitos desses conteúdos podem ser bem mais perigosos do que parecem.
Avatares criados por Inteligência Artificial (IA) estão sendo usados para imitar profissionais da área da saúde e convencer o público a confiar em tratamentos sem nenhuma comprovação científica.
A denúncia foi feita pela ESET, empresa especializada em segurança digital, que identificou uma campanha online preocupante.
Vídeos com avatares digitais simulando profissionais experientes estão circulando pelas redes sociais para promover substâncias e métodos que podem colocar a saúde das pessoas em risco.
Apesar da aparência profissional e de discursos bem ensaiados, esses conteúdos são enganosos.
Por trás da fachada, estão promessas falsas, produtos sem respaldo científico e recomendações perigosas.
E o objetivo por trás de tudo isso? Lucrar às custas da confiança do público.
Produtos milagrosos para emagrecer: Como funcionam os golpes com avatares de IA
A estratégia usada pelos golpistas segue um padrão bastante comum.
Em geral, o vídeo mostra a imagem de um suposto médico — normalmente posicionado no canto da tela — que se apresenta como um profissional experiente, com décadas de atuação.
Ele então começa a dar conselhos sobre alimentação, estética e, principalmente, perda de peso.
O conteúdo parece confiável à primeira vista, mas logo revela seu verdadeiro objetivo: convencer o espectador a comprar algum produto milagroso para emagrecer.
Esses produtos, no entanto, geralmente não têm nenhuma base científica ou aprovação de órgãos de saúde.
Um caso citado pela ESET mostra exatamente isso.
Em um vídeo, um avatar de IA dizia que um certo produto natural seria mais eficaz do que o famoso remédio Ozempic — usado para controle de diabetes e também conhecido pelo efeito colateral de perda de peso.
Ao clicar no link, o usuário era redirecionado para uma página da Amazon vendendo um produto descrito apenas como “gotas relaxantes” e “anti-inchaço”, sem nenhuma relação com as promessas feitas no vídeo.
IA a serviço da desinformação
Segundo a ESET, mais de 20 contas em redes sociais como TikTok e Instagram foram identificadas promovendo esse tipo de conteúdo enganoso.
Esses perfis usam avatares criados com ferramentas de inteligência artificial, que geram vídeos com aparência profissional, mas cheios de informações falsas.
Avatar, nesse contexto, é uma representação digital de uma pessoa — real ou fictícia — criada por meio de inteligência artificial para simular falas, expressões e movimentos, como se fosse alguém de verdade falando em vídeo.
O que torna tudo ainda mais preocupante é que muitos desses avatares são feitos com o rosto de pessoas reais, que aceitaram participar de plataformas de criação de conteúdo sem saber como sua imagem seria usada.
Em troca de um pagamento, elas gravam alguns minutos de vídeo, e depois esse material é transformado em vários conteúdos falsos por outras pessoas.
Um dos exemplos mais alarmantes é o de uma falsa ginecologista que supostamente teria “13 anos de experiência”, usada em vídeos para divulgar extratos naturais como soluções para problemas hormonais, sem qualquer comprovação.
Reconhecendo vídeos falsos e promessas enganosas
Com a sofisticação das ferramentas de Inteligência Artificial, pode ser difícil identificar o que é real e o que foi manipulado.
Por isso, é importante prestar atenção a alguns sinais que podem indicar que aquele “profissional” do vídeo, na verdade, nem existe.
A ESET alerta para os seguintes indícios de que você está diante de um deepfake:
- Movimentos da boca que não combinam com o áudio;
- Expressões faciais travadas ou com pouca naturalidade;
- Voz artificial ou com entonação robótica;
- Bordas borradas e mudanças estranhas na iluminação do vídeo;
- Frases exageradas como “cura milagrosa” ou “segredo que os médicos escondem”;
- Pressão para comprar logo, com frases como “últimas unidades” ou “oferta por tempo limitado”.
Além disso, vale desconfiar de contas com poucos seguidores, criadas recentemente, ou que nunca haviam postado conteúdo relacionado à saúde anteriormente.
O risco por trás dos produtos milagrosos para emagrecer
Prometer resultados rápidos sem esforço é uma tática antiga usada para vender produtos duvidosos.
Mas agora, com a ajuda da IA, essas promessas vêm disfarçadas de orientação profissional, o que torna tudo ainda mais perigoso.
Ao confiar em um avatar que parece um médico ou qualquer outro profissional de saúde, muitas pessoas acabam tomando decisões com base em informações falsas — o que pode gerar sérios prejuízos à saúde.
O uso do medicamento Ozempic, por exemplo, tem crescido entre quem busca perder peso.
Mas, apesar de ter esse efeito, ele é um remédio originalmente voltado ao tratamento da diabetes tipo 2.
Usá-lo sem acompanhamento médico pode causar efeitos colaterais sérios, como náuseas, vômitos, diarreia e até problemas pancreáticos. Quando avatares falsos afirmam que existe um substituto “natural” e mais potente, isso reforça uma ideia errada e perigosa.
Produtos como chás, extratos, cápsulas ou “gotas mágicas” vendidos pela internet com promessas milagrosas frequentemente não têm eficácia comprovada e, em muitos casos, nem passam por controle de qualidade.
Desinformação vai além dos produtos milagrosos para emagrecer
Embora muitos desses golpes tenham foco nos tais produtos milagrosos para emagrecer, a atuação dos golpistas vai além.
Também foram identificados vídeos que oferecem:
- Tratamentos “naturais” para dores articulares e problemas hormonais;
- Curas para doenças crônicas e inflamações;
- Suplementos supostamente capazes de substituir medicamentos prescritos;
- Dicas de saúde baseadas em informações distorcidas ou falsas.
Esses conteúdos geralmente abusam de frases de impacto como “cura milagrosa”, “revolução da medicina” ou “o segredo que os médicos não querem que você saiba”.
São estratégias para ganhar a confiança do público e acelerar a venda dos produtos.
Proteja-se e denuncie
Para se proteger desse tipo de golpe, a orientação dos especialistas é clara: desconfie de tudo que parecer bom demais para ser verdade.
E mais importante: jamais inicie um tratamento ou consuma qualquer produto com promessa de emagrecimento sem antes conversar com um médico ou nutricionista.
Ao encontrar vídeos ou postagens com conteúdos duvidosos, o ideal é denunciar à própria plataforma, como Instagram ou TikTok, para que essas publicações sejam removidas.
Isso ajuda a frear a disseminação de desinformação e a proteger outras pessoas.
E se você pensa em participar de plataformas que usam IA para criação de vídeos, vale ler com atenção os termos de uso e saber exatamente como sua imagem será utilizada.
Afinal, ninguém quer ser usado para promover produtos milagrosos para emagrecer que colocam a saúde alheia em risco.
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