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Refeições compartilhadas: a importância de comer em companhia para a saúde e bem-estar
Descubra por que refeições compartilhadas são essenciais para a felicidade e saúde. Estudos revelam que comer em companhia aumenta o bem-estar e reduz a solidão. Saiba como resgatar esse hábito!
Comer é um ato biológico essencial, mas compartilhar uma refeição vai além da nutrição. Desde os primórdios da humanidade, as refeições compartilhadas têm sido um momento de conexão, celebração e fortalecimento de laços.
No entanto, um estudo recente publicado no World Happiness Report revelou que esse hábito está em declínio, especialmente em sociedades urbanizadas, onde a rotina acelerada e o individualismo têm reduzido as oportunidades de comer acompanhado.
A pesquisa, conduzida por Micah Kaats, da Harvard Kennedy School, aponta que pessoas que fazem refeições com outras tendem a relatar maior satisfação com a vida e maior frequência de emoções positivas.
Esses efeitos são comparáveis aos de fatores econômicos tradicionais, como renda e emprego, sugerindo que o convívio à mesa pode ser um indicador tão relevante de bem-estar quanto condições materiais.
Aqui, no SaúdeLAB, você vai entender a importância das refeições compartilhadas, os impactos do isolamento alimentar e como resgatar esse hábito em meio a um estilo de vida cada vez mais fragmentado.
A relação entre refeições compartilhadas e felicidade
O estudo do World Happiness Report analisou dados de diferentes países e culturas, encontrando uma correlação consistente entre comer em companhia e níveis mais altos de felicidade.
Segundo os pesquisadores, esse padrão se mantém independentemente de idade, gênero ou contexto socioeconômico, indicando que se trata de uma tendência universal.
Uma possível explicação é que as refeições em grupo promovem interações sociais significativas, que ativam a liberação de hormônios como a oxitocina, associada ao bem-estar e à redução do estresse.
Além disso, esses momentos favorecem a troca de experiências, o apoio emocional e a sensação de pertencimento, fatores conhecidos por contribuir para a saúde mental.
O aumento do isolamento alimentar e seus riscos
Dados do Bureau of Labor Statistics mostram que, nos Estados Unidos, a proporção de pessoas que comem sozinhas aumentou 53% desde 2003. Em 2023, cerca de 25% dos americanos relataram ter feito todas as suas refeições do dia anterior sem companhia.
Esse fenômeno é particularmente acentuado entre os jovens, possivelmente devido ao uso excessivo de tecnologia, horários de trabalho inflexíveis e mudanças nos padrões de convivência.
Comer sozinho com frequência tem sido associado a maiores riscos de solidão, depressão e até mesmo problemas cardiovasculares.
Um estudo publicado no Journal of Nutrition, Health & Aging descobriu que idosos que comiam isolados tinham maior probabilidade de desenvolver declínio cognitivo, destacando como o isolamento alimentar pode afetar não apenas a saúde mental, mas também a física.
Refeições compartilhadas em diferentes culturas
Em muitas sociedades, as refeições em grupo são uma tradição arraigada. No Brasil, o almoço de domingo em família é um exemplo clássico. Na Itália, o “aperitivo” reúne amigos para conversar antes do jantar. No Japão, compartilhar pequenos pratos no estilo “izakaya” fortalece laços profissionais e pessoais.
Esses rituais demonstram que, culturalmente, comer junto é visto como mais do que uma necessidade física—é um ato de comunhão. A perda desse hábito em algumas sociedades modernas pode estar contribuindo para o aumento da solidão e da desconexão social.
Como resgatar o hábito de comer em companhia
Em um mundo onde a correria do dia a dia muitas vezes impede refeições prolongadas, é possível adotar pequenas mudanças para trazer de volta esse costume:
- Priorizar pelo menos uma refeição em grupo por dia – Mesmo que seja um café da manhã rápido ou um jantar simples, reservar esse momento para interações presenciais faz diferença.
- Criar rotinas alimentares sociais – Combinar almoços com colegas de trabalho ou jantares semanais com amigos pode ajudar a manter o hábito.
- Reduzir distrações durante as refeições – Evitar celulares e televisão à mesa favorece conversas mais profundas.
- Participar de eventos comunitários – Feiras gastronômicas, jantares coletivos ou grupos de culinária são oportunidades para comer acompanhado.
As evidências sugerem que comer em companhia é um poderoso indicador de felicidade e saúde. Enquanto a modernidade tende a priorizar a praticidade em detrimento dos rituais sociais, resgatar o hábito das refeições compartilhadas pode ser uma forma simples, mas eficaz, de combater a solidão e melhorar a qualidade de vida.
Políticas públicas que incentivem a convivência alimentar—como horários de almoço mais flexíveis em empresas ou programas comunitários de alimentação—poderiam ampliar esses benefícios.
Em nível individual, pequenas mudanças na rotina já são um passo importante para reconectar-se com os outros à mesa. Afinal, como mostra a pesquisa, a felicidade pode estar tão próxima quanto a próxima refeição feita em boa companhia.
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