Você sabia que o ar da sua casa pode estar elevando sua pressão? Veja o que fazer para se proteger

Sabia que purificadores de ar podem reduzir pressão arterial ? Se você mora em uma cidade com trânsito intenso, provavelmente já se acostumou ao barulho, à fumaça dos carros e à correria do dia a dia.

Mas o que talvez você ainda não saiba é que a poluição do lado de fora pode estar prejudicando sua saúde mesmo quando você está dentro de casa.

O ar que respiramos no ambiente doméstico, especialmente em áreas urbanas, pode carregar partículas invisíveis que aumentam o risco de pressão alta, um dos principais fatores ligados a infartos e outras doenças cardiovasculares.

E o pior: muitas vezes, não sentimos nenhum sintoma até que algo mais grave aconteça.

A boa notícia é que medidas simples e acessíveis podem ajudar a proteger seu coração (começando pela qualidade do ar que você respira em casa).

Um novo estudo traz evidências de que os purificadores de ar com filtro HEPA podem fazer diferença real nesse cuidado. Mas antes de chegar à solução, é importante entender por que esse problema é tão mais comum (e perigoso) do que parece.

Poluição do ar: um inimigo silencioso do coração

Mesmo que muitas pessoas associem poluição a problemas respiratórios, as evidências científicas mostram que os impactos cardiovasculares são igualmente preocupantes.

Partículas finas em suspensão no ar, especialmente o material particulado conhecido como PM2.5, estão associadas ao desenvolvimento de hipertensão arterial, aterosclerose e aumento do risco de infarto e AVC.

Essas partículas, liberadas por emissões de veículos, desgaste de pneus e freios, e até por processos industriais, têm a capacidade de penetrar profundamente nos pulmões e atingir a corrente sanguínea, desencadeando processos inflamatórios e alterações na função dos vasos sanguíneos.

Segundo os autores do estudo, pessoas que vivem próximas a vias com grande fluxo de veículos estão especialmente vulneráveis, mesmo que a poluição ambiente não ultrapasse os limites legais considerados seguros.

O que mostrou o novo estudo

A pesquisa foi conduzida nos Estados Unidos e envolveu 154 adultos que moravam perto de rodovias com tráfego intenso. Nenhum dos participantes usava medicamentos para controle da pressão arterial.

Todos foram submetidos a um experimento controlado: em suas casas, receberam unidades portáteis de purificadores de ar HEPA (High Efficiency Particulate Air), capazes de reter até 99,97% das partículas microscópicas presentes no ar.

O estudo seguiu um modelo de ensaio clínico cruzado randomizado. Durante um mês, parte dos participantes usou os purificadores com filtro ativo, enquanto a outra parte utilizou unidades sem filtro (chamadas de “falsas”). Após um período de descanso de 30 dias, os grupos inverteram os tratamentos.

Ao final de cada fase, os pesquisadores mediram a pressão arterial dos participantes e aplicaram questionários sobre o uso dos dispositivos e a exposição ao ambiente.

Resultados principais:

Entre os participantes com pressão sistólica elevada (acima de 120 mmHg), houve uma redução média de 2,8 mmHg após o uso do purificador HEPA por um mês.

Durante o uso dos aparelhos sem filtro, a pressão sistólica aumentou levemente (0,2 mmHg).

Isso representa uma diferença estatisticamente significativa de 3,0 mmHg a favor dos purificadores com filtro.

Não houve efeito relevante sobre a pressão diastólica, nem sobre pessoas com pressão arterial normal.

Segundo os especialistas envolvidos, essa redução pode parecer modesta, mas tem relevância clínica, sobretudo quando se trata de medidas preventivas de baixo custo e fácil aplicação.

Purificador de ar.
Purificador de ar. Foto: Canva PRO

Por que essa redução é importante?

A pressão arterial sistólica é o número mais alto da medição (por exemplo, 130/80 mmHg) e está associada ao risco de complicações cardiovasculares ao longo do tempo.

Reduções de apenas 2 a 3 mmHg podem significar menor incidência de infartos, AVCs e insuficiência cardíaca na população em risco.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão atinge cerca de 30% da população adulta no país, sendo uma das principais causas de morte evitável.

Embora o tratamento medicamentoso seja eficaz, intervenções não farmacológicas continuam sendo indispensáveis, como alimentação balanceada, atividade física, controle do estresse e, agora, o cuidado com o ar que se respira dentro de casa.

A qualidade do ar interno também importa

Para muitos, o lar é sinônimo de segurança. No entanto, estudos mostram que o ar dentro de casa pode ser até cinco vezes mais poluído do que o ar externo, dependendo da ventilação, uso de produtos de limpeza, fogões a gás, tabagismo e entrada de poluentes do ambiente externo.

Esse estudo reforça que, especialmente em regiões com tráfego intenso, as partículas de poluição conseguem penetrar no interior das residências, impactando a saúde cardiovascular dos moradores.

O uso de purificadores de ar com filtros HEPA se mostra, assim, uma medida de proteção eficaz e relativamente acessível.

Especialistas destacam potencial de impacto populacional

O editorial que acompanhou o estudo no JACC destacou que os efeitos da poluição do ar sobre a saúde estão bem documentados, inclusive em níveis de exposição abaixo dos considerados seguros pelas legislações atuais.

Para Jonathan Newman, médico cardiologista e professor da NYU Grossman School of Medicine, os dados devem servir de incentivo para ampliar políticas públicas que garantam ar limpo, mas também para educar a população sobre intervenções possíveis dentro de casa.

Pequenas melhorias na qualidade do ar interno podem representar ganhos reais em saúde, principalmente para pessoas com fatores de risco cardiovascular“, afirma o médico.

Limitações do estudo e próximos passos

Como qualquer pesquisa, o estudo possui limitações. Os participantes eram, em sua maioria, pessoas brancas, de renda mais elevada e sem uso de medicamentos para hipertensão.

Além disso, o período de acompanhamento foi relativamente curto (dois meses no total), e não foram avaliadas as variações durante o verão ou em locais com alta concentração de poluentes internos.

Ainda assim, os resultados abrem espaço para novas investigações e reforçam a importância de intervenções ambientais como parte do cuidado com a saúde cardiovascular.

Purificadores de ar podem reduzir pressão arterial

Para a população em geral, especialmente quem mora em grandes cidades, a principal mensagem é clara: melhorar a qualidade do ar que você respira dentro de casa pode ajudar a controlar a pressão arterial e proteger o coração.

Se você já tem pressão alta ou histórico familiar de doenças cardiovasculares, pode valer a pena considerar a adoção de purificadores de ar com filtro HEPA, além, é claro, de manter uma rotina saudável e realizar acompanhamento médico regular.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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