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Sintomas de apneia do sono: como identificar e quando buscar ajuda médica
Acordar cansado mesmo depois de uma noite aparentemente longa, ouvir de familiares que você ronca alto ou sentir pausas na respiração durante o sono são sinais que merecem atenção.
Esses episódios podem indicar sintomas de apneia do sono, um distúrbio que, se não tratado, aumenta o risco de hipertensão, arritmias, AVC e outros problemas graves de saúde.
Aqui, no SaúdeLAB, vamos explicar quais são os sintomas mais comuns da apneia do sono, incluindo sinais menos conhecidos que também merecem cuidado, e indicar quando é o momento certo de procurar avaliação médica.
A informação é baseada em evidências científicas e recomendações de especialistas da medicina do sono, para que você possa tomar decisões mais seguras sobre sua saúde.
O que é a apneia do sono e por que ela é preocupante
A apneia do sono é um distúrbio caracterizado por interrupções repetidas da respiração durante o sono.
Essas pausas podem durar alguns segundos ou até mais de um minuto e se repetem várias vezes ao longo da noite, prejudicando a oxigenação e a qualidade do descanso.
O tipo mais comum é a apneia obstrutiva do sono, que ocorre quando os músculos da garganta relaxam excessivamente, bloqueando temporariamente as vias aéreas.
Existe também a apneia central, causada por falhas na comunicação entre cérebro e músculos respiratórios, e a apneia mista, que combina as duas formas.
A preocupação não se limita ao desconforto noturno. A apneia não tratada está associada a problemas cardiovasculares, comprometimento da memória e até maior risco de acidentes de trânsito, devido à sonolência diurna excessiva.
Prevalência da apneia do sono
A apneia do sono é mais comum do que se imagina.
Estudos epidemiológicos estimam que cerca de 30% dos adultos podem apresentar algum grau do distúrbio, sendo que a prevalência aumenta com a idade e com a presença de fatores como excesso de peso.
Apesar disso, grande parte das pessoas permanece sem diagnóstico, o que significa que muitos convivem com sintomas diários sem perceber que se trata de uma condição tratável.
Principais sintomas de apneia do sono
Reconhecer os sintomas é fundamental para buscar diagnóstico e tratamento adequados. Eles podem se manifestar durante o sono, ao acordar e ao longo do dia.
Sintomas durante o sono
- Ronco alto e frequente: geralmente percebido por parceiros ou familiares.
- Pausas na respiração: muitas vezes observadas por outra pessoa, seguidas de engasgos ou suspiros.
- Engasgos ou sufocamento noturno: sensação súbita de falta de ar que desperta o indivíduo.
- Sono agitado: movimentação constante, mudança de posição frequente e despertares involuntários.
Sintomas ao acordar
- Sensação de sufocamento ou falta de ar: mesmo ao despertar de forma natural.
- Boca seca ou dor de garganta: resultado da respiração pela boca durante a noite.
- Dor de cabeça matinal: relacionada à baixa oxigenação sanguínea e má qualidade do sono.
Sintomas durante o dia
- Sonolência excessiva: dificuldade para manter-se acordado em reuniões, ao ler ou assistir TV.
- Cansaço constante: mesmo após horas de sono.
- Alterações de humor: irritabilidade, impaciência e até sintomas depressivos.
- Problemas de memória e concentração: lapsos frequentes e dificuldade para focar em tarefas.
Sintomas menos conhecidos, mas que podem indicar apneia
Alguns sinais não são imediatamente associados à apneia do sono, mas podem ser pistas importantes:
- Noctúria: necessidade de levantar-se várias vezes à noite para urinar.
- Baixa libido: possível consequência das alterações hormonais causadas pelo sono fragmentado.
- Refluxo noturno: episódios mais frequentes durante a madrugada.
- Ansiedade e depressão: distúrbios emocionais que podem ser agravados pela má qualidade do sono.
Estes sintomas, isolados, não confirmam o diagnóstico, mas sua presença em conjunto com os sinais clássicos deve ser investigada.
Fatores de risco associados aos sintomas
Embora qualquer pessoa possa apresentar apneia do sono, alguns fatores aumentam o risco de desenvolver o problema:
- Obesidade ou sobrepeso, especialmente quando há acúmulo de gordura na região do pescoço.
- Idade acima dos 40 anos, embora o distúrbio também possa ocorrer em jovens.
- Sexo masculino, ainda que mulheres, principalmente após a menopausa, também apresentem risco elevado.
- Tabagismo e consumo frequente de álcool, que favorecem o relaxamento excessivo da musculatura da garganta.
- Histórico familiar de apneia do sono.
Conhecer esses fatores ajuda a entender por que determinados sintomas aparecem em algumas pessoas com maior intensidade.
Diferença entre sintomas leves e sinais de alerta
A intensidade e frequência dos sintomas ajudam a diferenciar quadros mais leves de situações que exigem atenção urgente.
Sintomas leves: ronco ocasional, cansaço moderado, sono não reparador algumas vezes por semana.
Sinais de alerta: pausas respiratórias frequentes observadas por terceiros, sonolência que interfere em atividades diárias, episódios de quase dormir ao volante, palpitações noturnas ou desmaios.
Se os sintomas atingem esse nível, o risco de complicações cardiovasculares e metabólicas aumenta significativamente.
Leitura Recomendada: Ronco, cansaço, insônia? Médico explica o que é polissonografia e o que ela pode descobrir sobre você
Ronco simples x apneia do sono
Um ponto que gera muita dúvida é a diferença entre ronco simples e apneia do sono. O ronco isolado, embora possa ser incômodo para quem dorme por perto, não é necessariamente sinal de apneia.
A diferença está nas pausas respiratórias: quem tem apneia não apenas ronca, mas também sofre interrupções na respiração, muitas vezes seguidas de engasgos ou despertares súbitos.
Portanto, roncar todas as noites pode ser um alerta, mas somente a presença de pausas respiratórias e sintomas diurnos característicos permite suspeitar fortemente da apneia.

Consequências dos sintomas não tratados
Ignorar os sintomas da apneia do sono pode trazer consequências que vão além do cansaço diário.
A sonolência excessiva aumenta o risco de acidentes de trânsito e de trabalho, enquanto a fragmentação do sono está associada a queda no desempenho profissional e acadêmico.
Além disso, a apneia contribui para hipertensão arterial, arritmias, resistência à insulina, AVC e infarto, condições que reduzem a qualidade e a expectativa de vida.
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Quando procurar ajuda médica
Sempre que os sintomas forem persistentes ou houver sinais de alerta, é essencial consultar um médico especializado, como um pneumologista ou médico do sono.
O diagnóstico é feito por meio de polissonografia, exame que registra a atividade cerebral, a respiração, a oxigenação do sangue e outros parâmetros durante o sono.
O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, uso de aparelhos como o CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) ou, em alguns casos, cirurgia.
Iniciar o tratamento cedo melhora a qualidade de vida e reduz o risco de problemas de saúde a longo prazo.
A apneia do sono é mais do que um incômodo noturno. Ela afeta a saúde física, mental e emocional, comprometendo o bem-estar e aumentando o risco de doenças graves.
Reconhecer seus sintomas (tanto os clássicos quanto os menos conhecidos) é o primeiro passo para buscar ajuda e prevenir complicações.
Se você se identificou com alguns dos sinais descritos aqui, não adie a avaliação médica. Dormir bem não é um luxo: é uma necessidade vital para manter o corpo e a mente em equilíbrio.
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