Sintomas de Coqueluche: conheça 4 sinais iniciais mais preocupantes

A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma doença respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis.

Esta infecção bacteriana atinge o trato respiratório, causando inflamação e episódios graves de tosse. A coqueluche pode ser especialmente perigosa para bebês e crianças pequenas, sendo uma das principais razões para a importância da vacinação.

Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos falar somente os sintomas de coqueluche para que você esteja alerta e atue da forma mais rápida possível.

O que é Coqueluche?

A coqueluche é uma infecção afeta principalmente o trato respiratório, causando inflamação e resultando em uma tosse severa e prolongada que pode durar várias semanas ou até meses.

A doença é particularmente perigosa para bebês e crianças pequenas, podendo levar a complicações graves, incluindo pneumonia, convulsões e, em casos extremos, morte.

A doença é transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas respiratórias expelidas ao tossir, espirrar ou falar.

O diagnóstico precoce é crucial para o tratamento eficaz da coqueluche.

A conscientização sobre os sintomas da coqueluche e a importância da vacinação são fundamentais para prevenir surtos e proteger as populações mais vulneráveis, especialmente lactentes e crianças pequenas.

Situação epidemiológica da coqueluche no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, na década de 1980, a coqueluche era prevalente no Brasil, com mais de 40 mil casos anuais e uma incidência superior a 30 por 100.000 habitantes. A partir de 1983, esses números caíram drasticamente.

Em 1990, foram registrados 15.329 casos, resultando em uma incidência de 10,6 por 100.000 habitantes, a mais alta da década.

Desde 1995, o número de casos diminuiu, especialmente após 1998, devido ao aumento da cobertura vacinal, reduzindo a incidência para 0,9 por 100.000 habitantes em 2000.

Entre 2001 e 2010, a incidência variou entre 0,32 e 0,75 por 100.000. No entanto, em 2011, houve um aumento súbito nos casos, atribuído a melhorias no diagnóstico, técnicas biomoleculares, coberturas vacinais heterogêneas, maior suscetibilidade em bebês não vacinados e a ciclicidade natural da doença.

De 2011 a 2014, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) confirmou 22.772 casos de coqueluche, com um aumento de 283% no período, e a incidência variou de 1,2 a 4,2 por 100.000 habitantes.

A maioria dos casos (61%) ocorreu em menores de um ano, sendo 87% destes em bebês com menos de seis meses, devido à gravidade da doença nessa faixa etária, resultando em maior procura por serviços de saúde e diagnósticos. A letalidade também foi mais alta entre crianças menores de um ano.

Sintomas da Coqueluche

Conheça agora os principais sintomas em todas as fases da doença.

Sintomas iniciais (fase catarral)

Na fase catarral, os sintomas da coqueluche são leves e frequentemente confundidos com os de um resfriado comum.

Durante esta fase, que dura de uma a duas semanas, os pacientes podem apresentar coriza, espirros, febre baixa e tosse leve e ocasional. Esses sinais iniciais são sutis e muitas vezes não levantam suspeitas de coqueluche, dificultando a identificação precoce da doença.

Sintomas da fase paroxística

À medida que a doença progride para a fase paroxística, que pode durar de uma a seis semanas, os sintomas se tornam mais severos e característicos. A tosse torna-se intensa e persistente, ocorrendo em acessos conhecidos como “paroxismos”.

Durante esses acessos de tosse, o paciente pode experimentar uma série de tosses rápidas seguidas de um grande esforço para inspirar, resultando no som característico de “guincho” na inalação. Este som distintivo é muitas vezes descrito como um “grito” ou “guincho” e é um indicativo claro da coqueluche.

Os episódios de tosse são frequentemente seguidos de vômitos, devido ao esforço intenso, e podem causar fadiga extrema no paciente.

Em casos mais graves, a falta de oxigênio durante os ataques de tosse pode levar à cianose, uma condição em que a pele ou os lábios ficam azulados. Esses sintomas são especialmente preocupantes em bebês e crianças pequenas, que podem ter dificuldade em lidar com a gravidade dos acessos de tosse.

Sintomas em lactentes

Os sintomas de coqueluche em lactentes podem ser significativamente diferentes dos observados em crianças mais velhas e adultos.

Em bebês, a tosse característica da coqueluche pode estar ausente ou ser mínima, dificultando o reconhecimento da doença.

Em vez disso, os sinais mais comuns incluem paradas respiratórias (apneia), onde o bebê pode parar de respirar por curtos períodos. Esta condição é extremamente perigosa e requer atenção médica imediata.

Além da apneia, os bebês com coqueluche podem apresentar dificuldades alimentares devido aos episódios de tosse, levando à recusa alimentar e à perda de peso.

Outro sintoma preocupante é a cianose, onde a pele ou os lábios do bebê podem ficar azulados devido à falta de oxigênio. Estes sintomas graves reforçam a necessidade de um diagnóstico e tratamento precoces para prevenir complicações severas.

Complicações potenciais

A coqueluche pode levar a várias complicações, especialmente em bebês e crianças pequenas. As infecções secundárias são comuns, sendo a pneumonia uma das mais frequentes.

A infecção bacteriana pode se espalhar para os pulmões, causando inflamação e acúmulo de fluidos, o que pode ser fatal sem tratamento adequado. Outra complicação é a otite média, uma infecção do ouvido médio que pode causar dor intensa e, em casos graves, perda auditiva.

Em casos mais severos, a coqueluche pode levar a convulsões, resultantes da falta de oxigênio durante os ataques de tosse prolongados.

A encefalopatia, uma condição em que o cérebro sofre danos devido à falta de oxigênio ou infecção direta, também pode ocorrer, resultando em problemas neurológicos permanentes. Além disso, a desidratação e a perda de peso são complicações comuns devido à dificuldade em se alimentar durante os episódios de tosse.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce da coqueluche é crucial para iniciar o tratamento adequado e prevenir complicações.

Os métodos de diagnóstico incluem a cultura de secreção nasofaríngea, onde uma amostra das secreções do nariz e garganta é coletada e analisada para a presença da bactéria Bordetella pertussis.

Testes de PCR (reação em cadeia da polimerase) também são usados para detectar o DNA da bactéria rapidamente e com alta precisão.

Exames de sangue podem ser realizados para identificar sinais de infecção e inflamação. Em casos onde há suspeita de complicações, como pneumonia, uma radiografia torácica pode ser solicitada para avaliar a presença de fluidos ou inflamação nos pulmões.

A identificação rápida da doença permite um tratamento mais eficaz, reduzindo o risco de transmissão e complicações graves.

Tratamento e manejo

O tratamento da coqueluche envolve o uso de antibióticos para combater a infecção bacteriana. Os antibióticos mais comuns incluem a azitromicina, eritromicina e claritromicina.

É fundamental iniciar o tratamento o mais cedo possível para reduzir a gravidade dos sintomas e a duração da doença. O tratamento precoce também ajuda a limitar a disseminação da bactéria para outras pessoas.

Além dos antibióticos, os cuidados de suporte são essenciais para o manejo dos sintomas.

Manter a hidratação é crucial, especialmente em crianças, para evitar a desidratação. O controle da febre pode ser realizado com medicamentos antitérmicos recomendados pelo médico. Evitar irritantes como fumaça de cigarro, poeira e poluentes ambientais é importante para reduzir os acessos de tosse.

Pacientes com coqueluche devem ser monitorados de perto, especialmente os bebês, para garantir que recebam o cuidado necessário e para prevenir complicações severas. Em casos graves, a hospitalização pode ser necessária para fornecer suporte respiratório e cuidados intensivos.

Prevenção da disseminação

A coqueluche é altamente contagiosa, o que torna a prevenção da disseminação crucial para proteger a saúde pública. O isolamento do paciente é uma medida fundamental para evitar a propagação da doença.

Pacientes diagnosticados com coqueluche devem ser mantidos afastados de outras pessoas, especialmente bebês, crianças pequenas, grávidas e indivíduos com o sistema imunológico comprometido, até que tenham completado pelo menos cinco dias de tratamento com antibióticos.

Além do isolamento, é importante vacinar os contatos próximos do paciente. A vacinação pode ajudar a criar uma barreira de imunidade ao redor do paciente, diminuindo as chances de transmissão da bactéria.

Contatos próximos que não estejam adequadamente vacinados devem ser orientados a receber a vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) o mais rápido possível.

Prevenção

A vacinação é a principal estratégia para prevenir a coqueluche. A vacina DTP é fundamental na proteção contra a doença. Ela é normalmente administrada em uma série de doses durante a infância, com reforços ao longo da vida para manter a imunidade.

O esquema vacinal recomendado inclui doses aos 2, 4, 6 e 15-18 meses de idade, com um reforço entre 4 e 6 anos. Adolescentes e adultos também devem receber doses de reforço para garantir a continuidade da proteção.

Além da vacinação, boas práticas de higiene são essenciais para prevenir a disseminação da coqueluche. A lavagem frequente das mãos com água e sabão é uma prática simples e eficaz para reduzir a transmissão de patógenos.

O uso de máscaras pode ajudar a conter a propagação de gotículas respiratórias, especialmente em ambientes com surtos de coqueluche. Evitar aglomerações em períodos de surtos também é uma medida preventiva importante, reduzindo o risco de exposição à bactéria Bordetella pertussis.

Reconhecer os sintomas da coqueluche é vital para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, prevenindo complicações graves e a disseminação da doença. A coqueluche pode ser particularmente perigosa para lactentes e crianças pequenas, tornando a identificação precoce dos sintomas e a vacinação ainda mais importantes.

A vacinação é a ferramenta mais eficaz na prevenção da coqueluche. A vacina DTP protege não apenas contra a coqueluche, mas também contra a difteria e o tétano, sendo uma parte crucial do calendário de imunização infantil.

Reforçar a importância da vacinação para pais e responsáveis é essencial para manter a imunidade coletiva e proteger as populações mais vulneráveis.

Finalmente, é importante buscar atendimento médico imediato ao suspeitar de sintomas de coqueluche.

A intervenção precoce com antibióticos e cuidados de suporte pode fazer a diferença na recuperação do paciente e na prevenção de complicações. Informar e educar a comunidade sobre a coqueluche e suas medidas preventivas é fundamental para controlar e eventualmente erradicar a doença.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
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