Sustentabilidade alimentar: o que é e como reduz o risco de doenças

A sustentabilidade alimentar deixou de ser apenas um conceito ligado à preservação do planeta para se tornar também uma questão direta de saúde pública. A comprovação mais recente dessa relação foi um estudo publicado no dia 7 de outubro na revista The Lancet Regional Health – Europe.

A pesquisa, conduzida por cientistas franceses do projeto NutriNet-Santé, demonstrou que dietas mais sustentáveis (caracterizadas por menor impacto ambiental e maior base em alimentos de origem vegetal) podem reduzir significativamente o risco de doenças como câncer, diabetes tipo 2 e cardiovasculares.

Dessa forma, o trabalho reforça que as escolhas alimentares que beneficiam o planeta são, simplesmente, as mesmas que protegem a saúde da população, destacando o duplo benefício de uma alimentação consciente.

Entendendo o que é sustentabilidade alimentar

A resposta para o que é sustentabilidade alimentar está no equilíbrio.

Podemos defini-la como a harmonia entre o que comemos, a forma como os alimentos são produzidos e o impacto dessas escolhas no planeta.

Ela envolve priorizar alimentos naturais, frescos, locais e de origem vegetal, evitando desperdícios e reduzindo o consumo de ultraprocessados e carnes em excesso.

Mais do que uma escolha individual, trata-se de um caminho essencial para garantir a saúde das pessoas e do planeta.

Comer bem é também cuidar do meio ambiente

Segundo o estudo, os pesquisadores acompanharam mais de 34 mil adultos na França durante cerca de oito anos, analisando hábitos alimentares e o impacto ambiental de cada dieta.

Foram avaliados fatores como:

  • emissão de gases do efeito estufa;
  • uso de água;
  • pesticidas;
  • energia gasta na produção;
  • e ocupação de terras agrícolas.

Com base nisso, eles criaram um índice que mede o quanto cada alimentação “pesa” sobre o planeta.

Os dados revelaram que quanto maior era esse “peso ambiental” da dieta, maior era o risco de desenvolver doenças crônicas, como câncer, diabetes tipo 2 e problemas no coração.

Já quem seguia uma alimentação com baixo impacto ambiental, ou seja, rica em frutas, verduras, grãos integrais e leguminosas, e com menos carnes e ultraprocessados, teve menor risco dessas doenças.

Por outro lado, as pessoas que consumiam muita carne vermelha e produtos de origem animal apresentaram o efeito oposto, com risco mais elevado.

Um mesmo prato, dois impactos: na saúde e no planeta

De acordo com os autores, a sustentabilidade alimentar une dois objetivos poderosos: preservar o meio ambiente e proteger a saúde.

Dietas baseadas em alimentos vegetais costumam gerar menos emissões de carbono e consumir menos recursos naturais.

Outro achado importante: o uso intensivo de pesticidas e o alto gasto de energia na produção de alimentos foram associados a maior risco de câncer e doenças cardiovasculares, segundo o estudo.

Já os alimentos orgânicos e as práticas agrícolas mais sustentáveis mostraram benefícios tanto para o corpo quanto para o meio ambiente.

Conduzido por instituições como a Universidade Sorbonne Paris Nord e o INRAE, o estudo reforça que dietas sustentáveis podem ser um dos pilares da prevenção de doenças em escala global.

Mais do que uma tendência, a sustentabilidade alimentar representa uma oportunidade de transformação, um equilíbrio possível entre nutrição, meio ambiente e bem-estar humano.

Leitura Recomendada: Afirmações positivas realmente funcionam? Estudo investiga efeitos sobre o bem-estar

Compartilhe este conteúdo
Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

VIRE A CHAVE PARA EMAGRECER

INSCRIÇÕES GRATUITAS E VAGAS LIMITADAS