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Uma trilha sonora para o sono: o que a música pode fazer por quem tem mais de 50
Uma simples melodia pode ter um efeito muito mais profundo do que imaginamos. De acordo com uma nova revisão científica publicada na revista PLoS One em 4 de novembro, a terapia musical pode ajudar a melhorar a qualidade do sono em pessoas com 50 anos ou mais (um problema que afeta quase metade desse grupo no mundo todo).
O trabalho reuniu resultados de 10 estudos clínicos realizados entre 2010 e 2023, somando mais de 600 participantes.
No geral, a música mostrou-se uma aliada promissora para reduzir sintomas de insônia, facilitar o relaxamento e proporcionar um descanso mais tranquilo, sem recorrer a medicamentos.
Quando a música vira tratamento
A terapia musical vem ganhando espaço como uma forma segura e prazerosa de cuidar da mente e do corpo.
Diferente de simplesmente ouvir uma canção qualquer, trata-se de um método estruturado.
Pode envolver escutar composições específicas, cantar ou até tocar instrumentos sob orientação de um terapeuta.
Nos estudos analisados, a maioria dos participantes participou de sessões de escuta com música relaxante; geralmente com batidas lentas (entre 60 e 80 por minuto), melodias suaves e sem letra.
O objetivo era acalmar o sistema nervoso, reduzir o estresse e preparar o corpo para o sono.
Resultados que embalam o sono
Os pesquisadores observaram que, em média, quem participou da terapia musical teve uma melhora nos escores de sono:
- dormiu mais rápido;
- acordou menos vezes durante a noite;
- relatou maior sensação de descanso pela manhã.
Segundo os autores, esse efeito pode estar ligado a uma série de reações do corpo.
É que a música ajuda a reduzir o nível de cortisol (o hormônio do estresse), desacelera o batimento cardíaco e favorece a liberação de neurotransmissores que induzem relaxamento, como a serotonina e o GABA.
Em outras palavras, o som atua como um “remédio natural” para o sistema nervoso.
Ele estimula o que os cientistas chamam de resposta de calma, que é uma espécie de antídoto biológico contra a tensão e a ansiedade.
Terapia musical: um descanso sem remédios (e com cautela)
O uso de remédios para dormir é comum entre pessoas com 50 anos ou mais, mas vem acompanhado de riscos, como dependência, quedas e confusão mental.
Por isso, alternativas como a terapia musical ganham relevância como opção não medicamentosa.
Os cientistas, porém, reforçam que ainda faltam estudos mais amplos e padronizados para definir o tipo de música, o tempo ideal de exposição e os perfis que mais se beneficiam.
Embora os resultados sejam promissores, as evidências ainda são consideradas de baixa qualidade, o que exige cautela antes de recomendações clínicas mais firmes.
Mesmo assim, há um consenso crescente de que o simples ato de ouvir uma música relaxante antes de dormir pode ser um passo importante para melhorar o bem-estar e a saúde mental de quem envelhece.
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