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Trabalhos sedentários aumentam insônia e podem afetar a saúde a longo prazo
Você sabia que seu trabalho pode estar atrapalhando suas noites de sono? Uma pesquisa recente revelou que pessoas com empregos sedentários têm mais chances de sofrer com insônia e outros problemas relacionados ao sono.
O estudo, publicado no Journal of Occupational Health Psychology, acompanhou mais de mil trabalhadores durante 10 anos e destacou como o tipo de atividade profissional pode interferir na saúde noturna.
A pesquisa identificou três perfis de dormidores: os bons dormidores, os que enfrentam insônia e os dormidores de recuperação. Entre os trabalhadores que desempenham funções altamente sedentárias, o risco de insônia foi muito maior.
A má qualidade do sono não apenas prejudica a produtividade, mas também aumenta os riscos de desenvolver doenças crônicas, como problemas cardíacos e depressão. Entenda como o sedentarismo no trabalho afeta seu sono e o que pode ser feito para melhorar sua qualidade de vida.
Confira, todos os detalhes aqui, no SaúdeLAB.
O impacto do trabalho sedentário no sono
Trabalhos sedentários alteram profundamente os padrões de sono, segundo o estudo. A falta de atividade física durante o dia afeta diretamente o relógio biológico, responsável por regular o ciclo natural de sono e vigília.
Esse desequilíbrio prejudica a liberação de hormônios como a melatonina, que induz ao sono, resultando em noites mal dormidas.
Além disso, o estudo apontou que trabalhadores que passam muitas horas em frente ao computador ou realizando tarefas repetitivas apresentam maior propensão à insônia. Isso ocorre porque esses ambientes aumentam os níveis de estresse e ansiedade, fatores conhecidos por dificultar o relaxamento necessário para adormecer.
A pesquisa também mostrou que aqueles com horários de trabalho irregulares, como turnos noturnos, são ainda mais impactados.
Esses indivíduos têm 66% mais chances de serem classificados como “dormidores de recuperação”, ou seja, pessoas que compensam a falta de sono durante a semana com cochilos ou longas horas de sono nos finais de semana.
Três perfis de saúde do sono identificados no estudo
Para entender como os padrões de sono mudam ao longo dos anos, o estudo categorizou os participantes em três grupos principais:
- Bons dormidores: Indivíduos com padrões regulares e saudáveis de sono, com baixa fadiga diurna e boa produtividade.
- Dormidores com insônia: Pessoas que sofrem com dificuldade para dormir ou se manter dormindo, além de apresentarem altos níveis de cansaço durante o dia.
- Dormidores de recuperação: Aqueles que enfrentam noites irregulares e tentam compensar o cansaço acumulado com cochilos ou sono extra nos finais de semana.
A pesquisa revelou que os trabalhadores de “colarinho branco” (com funções administrativas ou intelectuais) tinham maior probabilidade de serem bons dormidores.
Já os trabalhadores de “colarinho azul” (envolvidos em atividades físicas ou industriais) eram mais frequentemente classificados como dormidores de recuperação devido aos seus horários desafiadores.
As consequências da insônia no longo prazo
A insônia, especialmente quando persistente, traz consequências graves para a saúde. De acordo com o estudo, 90% dos participantes que relataram insônia no início do acompanhamento ainda apresentavam o problema 10 anos depois. Isso demonstra como os hábitos de sono ruins podem se tornar crônicos.
Dormir mal não afeta apenas o bem-estar diário. Pessoas com insônia apresentam um risco até 188% maior de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes, depressão e até fragilidade física. Esses dados ressaltam a importância de não subestimar a qualidade do sono, mesmo quando os efeitos negativos não são imediatos.
Além disso, trabalhadores que desempenham tarefas sedentárias ou que enfrentam longas jornadas precisam estar atentos. Adotar hábitos saudáveis, como práticas de relaxamento e exercícios físicos regulares, pode ser essencial para prevenir problemas no futuro.
Dicas práticas para melhorar o sono no trabalho sedentário
Se você trabalha em um ambiente sedentário, algumas mudanças simples podem fazer toda a diferença na qualidade do sono. Confira as recomendações dos especialistas:
Incorpore movimento à rotina: Levante-se a cada hora para se alongar ou caminhar. Isso ajuda a estimular o corpo e reduzir o impacto do sedentarismo.
Mantenha horários consistentes: Tente dormir e acordar no mesmo horário todos os dias, mesmo nos finais de semana. Isso regula seu relógio biológico.
Evite telas antes de dormir: A luz azul de celulares e computadores inibe a produção de melatonina. Prefira atividades relaxantes antes de dormir, como leitura ou meditação.
Invista em um ambiente propício ao sono: Use cortinas blackout, reduza ruídos e mantenha a temperatura do quarto agradável para facilitar o relaxamento.
Pratique exercícios físicos regularmente: Caminhadas diárias ou atividades como yoga ajudam a reduzir o estresse e melhorar a qualidade do sono.
Com essas práticas simples, é possível reduzir os impactos do sedentarismo e garantir noites de sono mais reparadoras.
A relação entre trabalho sedentário e insônia é um alerta para quem passa muitas horas sentado. O estudo reforça que o design do trabalho e os hábitos diários influenciam diretamente na saúde do sono, impactando o bem-estar físico e mental.
Para evitar que o sedentarismo interfira no descanso noturno, pequenas mudanças no dia a dia podem ser fundamentais. Incorporar atividades físicas, reduzir o estresse e priorizar o sono de qualidade não apenas aumentam a produtividade, mas também ajudam a prevenir doenças graves a longo prazo.
Afinal, cuidar do sono é cuidar da saúde como um todo.
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