Book Appointment Now

Tuberculose no Brasil avança e muitos ignoram os sintomas
A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria que atinge principalmente os pulmões e se transmite pelo ar, por meio da tosse, fala ou espirro. Embora muita gente associe o problema ao passado, a tuberculose no Brasil segue longe de estar controlada.
Somente no último ano, cerca de 85 mil brasileiros receberam o diagnóstico, e aproximadamente 6 mil morreram em decorrência da doença.
Esses números colocam a tuberculose entre as infecções que mais matam no país, contrariando metas globais de controle estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desde 2014, a OMS mantém uma estratégia para eliminar a tuberculose até 2035.
Para 2025, a meta previa reduzir pela metade o número de novos casos. No Brasil, porém, o cenário é inverso: a incidência da doença cresce de forma contínua desde 2015.
Em 2023, foram registrados quase 40 casos a cada 100 mil habitantes, muito acima do objetivo internacional, que gira em torno de 6 casos para a mesma população.
O cenário tende a piorar. Segundo um estudo da Fiocruz Bahia divulgado em janeiro, a incidência da tuberculose pode alcançar 42,1 casos por 100 mil habitantes até 2030, mostrando que o controle da doença segue distante.
Quais são os principais sintomas da tuberculose
Os sintomas da tuberculose nem sempre aparecem de forma abrupta.
Tosse persistente por mais de três semanas, cansaço excessivo, perda de peso sem explicação, febre baixa no fim do dia e suor noturno estão entre os sinais mais comuns.
Em muitos casos, esses sintomas são confundidos com problemas respiratórios simples, o que atrasa o diagnóstico e favorece a transmissão.
Tuberculose no Brasil: desigualdade social e avanço da doença
A tuberculose é considerada uma doença determinada socialmente. Ela se espalha com mais facilidade em contextos de pobreza, moradia precária, alimentação insuficiente e acesso limitado aos serviços de saúde.
Por isso, costuma caminhar junto de outras doenças associadas à exclusão social.
Grandes centros urbanos concentram parte importante do problema.
O Rio de Janeiro, por exemplo, apresenta uma das maiores taxas do país, influenciado por aglomeração, crise econômica e aumento da vulnerabilidade social.
Prisões ampliam a transmissão
Um dos pontos mais críticos para a tuberculose no Brasil é o sistema prisional. Pessoas privadas de liberdade apresentam uma incidência da doença dezenas de vezes maior do que a população em geral.
Ambientes superlotados, pouca ventilação e dificuldades no diagnóstico favorecem a transmissão.
Muitas infecções ocorrem dentro das prisões, mas os sintomas só aparecem meses ou anos depois, quando a pessoa já voltou ao convívio social, ampliando o alcance da doença para famílias e comunidades.
Tratamento existe, mas adesão é um desafio
O tratamento da tuberculose é gratuito e eficaz, mas exige disciplina.
São pelo menos seis meses de medicamentos tomados diariamente.
Muitas pessoas interrompem o uso assim que os sintomas melhoram, o que representa um risco sério.
Parar o tratamento antes do tempo pode permitir que a bactéria sobreviva e se torne resistente aos remédios.
Isso dificulta a cura, aumenta o risco de transmissão e torna o controle da doença ainda mais complexo.
Além disso, há a chamada tuberculose latente, quando a pessoa carrega a bactéria sem sintomas. Identificar e tratar esses casos é fundamental para evitar novos surtos no futuro.
Enquanto novas vacinas são estudadas e estratégias sociais seguem em debate, a tuberculose permanece como um retrato das desigualdades no país.
É uma doença antiga, conhecida e tratável, mas ainda longe de ser superada.
Leitura Recomendada: Tratamento natural para artrite? O que a ciência começa a ver numa planta brasileira
Com informações da DW



