Usar boné deixa calvo? Veja o que a ciência diz sobre isso

Descubra se usar boné deixa calvo, o que dizem os especialistas e como cuidar da saúde capilar sem cair em mitos.

Afinal, usar boné deixa calvo? Essa é uma dúvida frequente entre homens e mulheres que fazem uso frequente do acessório, seja por estilo, proteção solar ou praticidade no dia a dia. A preocupação é compreensível, já que a calvície costuma gerar insegurança e desperta atenção para qualquer possível fator associado à queda de cabelo.

Muitas pessoas ouvem frases como “vai ficar careca se continuar usando boné todo dia”, e começam a se perguntar se há alguma verdade nisso.

Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos esclarecer se o uso de boné realmente contribui para a calvície ou se isso não passa de um mito popular. Todas as informações são baseadas em evidências científicas e orientações de especialistas em saúde capilar.

De onde vem o mito de que usar boné causa calvície?

É comum escutar, principalmente entre familiares ou amigos mais velhos, que usar boné com frequência pode acelerar ou até provocar a calvície. Esse tipo de ideia se espalhou com o tempo e foi reforçado pelo senso comum, especialmente em casos em que pessoas calvas eram vistas frequentemente usando boné.

O raciocínio popular tende a associar diretamente o uso do acessório ao problema capilar, como se o hábito de cobrir a cabeça “sufocasse” o couro cabeludo, impedisse os fios de respirarem ou causasse enfraquecimento dos folículos.

No entanto, essa crença ignora o que realmente provoca a calvície — que na maioria dos casos está relacionada a fatores genéticos e hormonais, e não ao uso de acessórios.

A repetição da associação visual (pessoa calva → que usa boné) também pode reforçar esse mito. Mas é importante lembrar que, muitas vezes, a pessoa usa o boné justamente para disfarçar a calvície, e não o contrário.

O que diz a ciência? Boné causa calvície?

De forma direta: não, usar boné não causa calvície em pessoas saudáveis. Esse é um mito comum, mas sem respaldo científico.

A calvície mais frequente, conhecida como alopecia androgenética, tem origem genética e hormonal. Ela ocorre devido à sensibilidade dos folículos capilares à ação de hormônios androgênicos, como a di-hidrotestosterona (DHT), o que leva à miniaturização dos fios ao longo do tempo.

Ou seja, não é o que se coloca na cabeça que desencadeia o processo, mas sim uma predisposição interna do organismo.

Além disso, é importante entender que o boné não interfere na raiz do cabelo, que está localizada abaixo da superfície do couro cabeludo. A perda capilar definitiva ocorre quando o folículo é danificado de forma permanente, o que não acontece pelo simples uso do boné.

Em que casos o uso de boné pode prejudicar o couro cabeludo?

Embora o boné não cause calvície hereditária, seu uso inadequado pode, sim, prejudicar temporariamente a saúde do couro cabeludo e dos fios.

Entre os problemas mais comuns associados ao uso prolongado ou incorreto do boné estão:

  • Aumento da oleosidade do couro cabeludo, especialmente se o boné for usado por muitas horas seguidas em dias quentes.
  • Ambiente abafado e úmido, causado pelo suor, pode favorecer a proliferação de fungos e bactérias, o que leva a dermatites e infecções.
  • Bonés sujos ou apertados demais podem gerar irritações, coceira e até obstrução dos poros, dificultando a saúde dos fios.

Essas condições não causam calvície genética, mas podem levar à queda temporária de cabelo, conhecida como eflúvio telógeno, e outras alterações dermatológicas que merecem atenção.

Veja também: Vinagre de maçã é bom para queda de cabelo? Entenda aqui

Cuidados importantes para quem usa boné com frequência

Se você gosta de usar boné no dia a dia, alguns cuidados simples ajudam a proteger a saúde do couro cabeludo e prevenir problemas:

  • Mantenha o boné sempre limpo. O acúmulo de suor, oleosidade e poeira cria um ambiente propício para fungos e bactérias.
  • Evite o uso prolongado em dias quentes e úmidos, especialmente se estiver praticando atividades físicas ou sob exposição ao sol.
  • Dê intervalos ao couro cabeludo, retirando o boné por algumas horas ao longo do dia para permitir a ventilação da pele.
  • Lave corretamente o couro cabeludo, utilizando shampoos adequados ao seu tipo de cabelo e, se necessário, produtos antioleosidade ou antifúngicos sob orientação dermatológica.

Com esses cuidados, é possível usar boné sem comprometer a saúde dos fios ou do couro cabeludo.

Quando a queda de cabelo é sinal de algo mais sério?

É importante saber que alguma queda de cabelo é normal no dia a dia. O couro cabeludo passa por ciclos naturais de crescimento, repouso e queda dos fios. Essa perda fisiológica pode variar de 50 a 100 fios por dia, sem representar nenhum problema de saúde.

No entanto, quando a queda se torna excessiva, persistente ou localizada, é um sinal de que algo pode estar fora do esperado. Nesses casos, o ideal é buscar avaliação com um dermatologista, profissional capacitado para investigar e diagnosticar alterações no couro cabeludo e nos fios.

Sinais de alerta incluem:

  • Queda intensa ao lavar ou pentear os cabelos;
  • Falhas visíveis em áreas específicas da cabeça;
  • Coceira frequente, sensação de ardência ou dor;
  • Descamação intensa ou presença de feridas no couro cabeludo.

Esses sintomas podem estar relacionados a doenças inflamatórias, infecções fúngicas, alopecias não genéticas ou até mesmo carências nutricionais. O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz.

Afinal, usar boné deixa calvo?

Não, usar boné não deixa a pessoa calva. A calvície de padrão genético, que é a forma mais comum de perda de cabelo, não está relacionada ao uso de acessórios como bonés, chapéus ou toucas.

O boné pode ser usado com segurança, desde que se mantenham cuidados básicos, como boa higiene do acessório, períodos de uso moderado em dias quentes e atenção à saúde do couro cabeludo.

Evitar mitos e buscar informações com base científica é essencial para preservar a saúde capilar e tomar decisões conscientes. Em caso de dúvidas ou alterações perceptíveis nos fios ou no couro cabeludo, a melhor atitude é procurar um profissional especializado.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
E-mail: raqueldefaria68@gmail.com

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