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Por que alguns vegetais entraram no radar de pesquisa sobre câncer de mama
A relação entre vegetais crucíferos e câncer de mama tem ganhado destaque em pesquisas científicas que analisam como a alimentação pode influenciar o risco da doença ao longo da vida.
Um novo estudo de grande porte, conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard, reforça essa discussão ao indicar que mulheres que consomem mais alimentos desse grupo tendem a apresentar um risco ligeiramente menor de desenvolver câncer de mama, especialmente alguns subtipos mais agressivos.
A análise reuniu dados de cerca de 160 mil mulheres acompanhadas por décadas nos Estados Unidos.
Os resultados foram apresentados no Simpósio de Câncer de Mama de San Antonio de 2025 e chamaram atenção por sugerirem que escolhas alimentares repetidas ao longo dos anos podem influenciar a saúde das células mamárias.
O que são vegetais crucíferos e por que eles importam
Para quem nunca ouviu o termo, vale entender o que são vegetais crucíferos.
Eles pertencem à família Brassicaceae e recebem esse nome por causa do formato em cruz de suas flores.
No cotidiano, estão presentes em alimentos bem conhecidos pelo brasileiro. Entre eles estão brócolis, couve, repolho, couve-flor, couve-de-bruxelas, acelga e mostarda.
Esses vegetais chamam a atenção da ciência porque contêm glucosinolatos, substâncias naturais que, ao serem digeridas, se transformam em compostos que ajudam a proteger as células.
Tais compostos podem atuar em processos ligados ao surgimento de tumores, como inflamação, estresse oxidativo e crescimento celular descontrolado.
Vegetais crucíferos e câncer de mama no centro da pesquisa
Ao analisar os hábitos alimentares das mulheres, os pesquisadores observaram que aquelas que consumiam vegetais crucíferos com mais frequência apresentaram menos casos de câncer de mama do que as que quase não comiam esses alimentos.
Isso não significa que eles previnam a doença, mas que esse hábito esteve associado a um risco menor ao longo do tempo.
A associação foi mais evidente em um tipo de câncer de mama que costuma ser mais agressivo e responder pior aos tratamentos hormonais.
Esse padrão já havia sido apontado em pesquisas anteriores.
As conclusões vêm de dois grandes estudos que acompanharam mulheres por muitos anos, reunindo informações sobre alimentação e saúde.
Diferenças conforme o perfil das mulheres
O estudo também apontou que a associação entre maior consumo de vegetais crucíferos e menor risco de câncer de mama foi mais evidente entre mulheres com índice de massa corporal (IMC) abaixo de 25.
Já entre aquelas com sobrepeso ou obesidade, o efeito foi menos consistente, o que sugere que fatores metabólicos podem influenciar essa relação.
Além disso, mulheres com maior ingestão de glucosinolatos (compostos naturais presentes nos vegetais) apresentaram, em média, menos casos de câncer de mama, reforçando a hipótese de que essas substâncias podem ajudar a proteger as células.
Alimentação não previne sozinha, mas pode ajudar
Os próprios autores destacam que nenhum alimento, isoladamente, é capaz de prevenir o câncer de mama.
Ainda assim, os resultados fortalecem a ideia de que um padrão alimentar rico em vegetais (especialmente os crucíferos) pode contribuir para reduzir o risco ao longo da vida.
Para quem busca escolhas mais saudáveis, incluir esses alimentos com mais frequência nas refeições é uma estratégia alinhada com o que a ciência tem observado até agora.
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