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Vitamina D e disfunção erétil: estudo revela mecanismo alarmante e impacto no tratamento
Descubra a relação entre vitamina D e disfunção erétil segundo estudo recente. Baixos níveis de vitamina D prejudicam a função vascular e reduzem a eficácia de tratamentos para DE. Entenda os mecanismos e implicações.
A deficiência de vitamina D, problema que afeta mais da metade da população global, já é conhecida por seu papel no enfraquecimento ósseo e na regulação do sistema imunológico.
Agora, uma pesquisa publicada no British Journal of Pharmacology traz uma descoberta preocupante: níveis baixos dessa vitamina não só estão associados à disfunção erétil (DE) como também podem comprometer a eficácia dos tratamentos convencionais.
A DE é uma condição prevalente, atingindo 52% dos homens entre 40 e 70 anos nos EUA e 30% dos europeus entre 40 e 79 anos. Além de impactar a qualidade de vida, ela é considerada um marcador de saúde comprometida, sendo um fator de risco independente para acidente vascular cerebral (AVC) e infarto.
Doenças metabólicas, como diabetes e obesidade, também estão ligadas ao problema. No entanto, este novo estudo aponta que a deficiência de vitamina D pode ser um agravante direto, danificando os tecidos eréteis por meio de mecanismos até então pouco explorados.
A conexão entre vitamina D e a saúde sexual masculina
A vitamina D exerce funções que vão muito além da regulação do cálcio e do fósforo.
Ela influencia o crescimento celular, a imunidade e o metabolismo, além de estar presente em tecidos especializados, como os do pênis. Estudos epidemiológicos já haviam observado que homens com DE frequentemente apresentam níveis mais baixos de 25-hidroxivitamina D (a forma ativa da vitamina no sangue).
No entanto, até agora, não estava claro se essa relação era causal ou apenas uma associação indireta.
A nova pesquisa, realizada com amostras humanas e modelos animais, demonstrou que a falta de vitamina D:
- Aumenta em 40% os depósitos de colágeno no tecido erétil, causando fibrose (rigidez que prejudica a ereção).
- Reduz a eficácia de medicamentos como o sildenafila (princípio ativo do Viagra), usado no tratamento da DE.
- Eleva a produção de superóxido, uma molécula que danifica as células e interfere na dilatação dos vasos sanguíneos penianos.
Como o estudo foi realizado?
Para investigar os efeitos da vitamina D na função erétil, os pesquisadores analisaram:
- Amostras humanas: Tecidos do corpo cavernoso (estrutura responsável pela ereção) de 12 doadores de órgãos, comparando respostas em homens com níveis normais e baixos de vitamina D.
- Modelos animais: Ratos alimentados com uma dieta sem vitamina D por cinco meses, além de camundongos geneticamente modificados para não expressar o receptor de vitamina D (VDR).
Os resultados mostraram que:
- A relaxação induzida por estímulos elétricos (EFS) foi significativamente menor em tecidos de indivíduos com deficiência de vitamina D.
- A resposta ao sildenafila foi reduzida nos animais com carência da vitamina, enquanto outros vasodilatadores, como o riociguate, mantiveram eficácia.
- A pressão intracavernosa (medida da ereção) caiu drasticamente nos ratos deficientes em vitamina D.
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O mecanismo: superóxido e a queda do SLPI
O estudo identificou que a deficiência de vitamina D leva a um aumento na produção de superóxido, uma molécula oxidante que:
- Neutraliza o óxido nítrico (NO), substância essencial para a vasodilatação e a ereção.
- Reduz os níveis de SLPI (Secretory Leukocyte Protease Inhibitor), uma proteína que protege contra danos oxidativos.
Quando o SLPI está em baixa, o tecido peniano fica mais vulnerável ao estresse oxidativo, agravando a disfunção erétil. Além disso, a fibrose causada pelo excesso de colágeno dificulta ainda mais o fluxo sanguíneo necessário para uma ereção saudável.
Implicações para o tratamento da disfunção erétil
Os achados sugerem que:
- Pacientes com DE e baixos níveis de vitamina D podem não responder bem aos inibidores da PDE5 (como sildenafila e tadalafila), pois a via de relaxamento muscular está comprometida pelo excesso de superóxido.
- A suplementação de vitamina D pode ser uma estratégia complementar, especialmente em casos de deficiência comprovada. No entanto, os autores ressaltam que são necessários mais estudos clínicos antes de recomendar a vitamina D como parte do tratamento.
Um alerta para a saúde masculina
Esta pesquisa reforça a importância da vitamina D não apenas para os ossos, mas também para a saúde vascular e sexual. A descoberta de que sua deficiência dificulta a ação de medicamentos para DE é um alerta para que médicos e pacientes considerem avaliar os níveis dessa vitamina em casos de disfunção erétil resistente.
Apesar dos resultados promissores, os cientistas destacam que as evidências ainda são preliminares e que mais investigações em humanos são necessárias.
Enquanto isso, manter níveis adequados de vitamina D — seja por exposição solar moderada, alimentação ou suplementação orientada — continua sendo uma medida preventiva válida para a saúde como um todo.
A mensagem final é clara: a disfunção erétil pode ser um sinal de que algo mais está em desequilíbrio no organismo. Investigar as causas, incluindo deficiências nutricionais, é essencial para um tratamento efetivo e duradouro.
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