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Laboratório da UFPR busca voluntários para pesquisa sobre o uso de cigarro eletrônico e seus impactos à saúde
O aumento no consumo de cigarro eletrônico, também conhecidos como vape, tem gerado preocupação entre especialistas da saúde, especialmente devido ao crescente número de jovens usuários.
No Brasil, embora a comercialização, importação e publicidade desses dispositivos seja proibida desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), pouco se sabe sobre como eles têm se inserido no cotidiano dos adolescentes e jovens brasileiros.
No cenário mundial, organizações como o National Institute on Drug Abuse (NIDA) dos Estados Unidos alertam sobre o crescimento dessa prática, especialmente entre esse grupo etário.
Para investigar esse fenômeno, o Laboratório de Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória (Laficar) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) tem se dedicado a três estudos sobre o uso de cigarros eletrônicos e seus impactos à saúde, buscando voluntários para participar da pesquisa.
Cigarro eletrônico e seus efeitos na saúde dos jovens
O cigarro eletrônico tem sido uma alternativa popular ao cigarro convencional, principalmente entre os jovens. Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) funcionam ao aquecer uma substância líquida (geralmente contendo nicotina e outros compostos) até que ela se transforme em vapor, que é inalado.
Embora muitas pessoas acreditem que o uso desses dispositivos seja menos prejudicial do que fumar cigarros tradicionais, estudos estão mostrando que os riscos associados ao uso de vapes e outros cigarros eletrônicos podem ser igualmente graves.
De acordo com os primeiros resultados de pesquisas conduzidas pelo Laficar da UFPR, jovens usuários de cigarros eletrônicos apresentam um nível de dependência considerável, além de comprometimentos físicos e funcionais em suas capacidades cardiorrespiratórias.
A pesquisa revelou que indivíduos com idades entre 20 e 24 anos, participantes do estudo, demonstraram sinais de dependência similar àquela observada em fumantes tradicionais, o que levanta sérias preocupações sobre os efeitos a longo prazo do uso desses dispositivos.
Principais riscos à saúde
A professora Silvia Valderramas, coordenadora do Laficar e docente do Departamento de Fisioterapia da UFPR, explica que a inalação de substâncias presentes nos cigarros eletrônicos vai além da nicotina.
Muitos líquidos utilizados em vapes contêm uma variedade de produtos químicos e metais pesados que, quando aquecidos, podem ser inalados diretamente para os pulmões.
O risco de doenças pulmonares, como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e câncer de pulmão, está entre os mais alarmantes. Além disso, os dispositivos podem aumentar a probabilidade de problemas cardiovasculares, como infarto do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Outro ponto destacado pelos pesquisadores é a falta de dados conclusivos sobre o impacto do uso de cigarros eletrônicos a longo prazo.
Apesar de serem amplamente comercializados como uma alternativa mais segura ao cigarro tradicional, os estudos ainda estão em estágios iniciais e os riscos potenciais à saúde não podem ser subestimados.
Como participar da pesquisa sobre cigarros eletrônicos
O Laboratório de Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória (Laficar) da UFPR está conduzindo três projetos de pesquisa focados no uso de cigarros eletrônicos, sendo um deles multicêntrico, realizado em parceria com outras instituições.
Os objetivos desses estudos incluem a avaliação da função pulmonar, da capacidade cardiorrespiratória, da dependência do uso, bem como a mensuração do nível de monóxido de carbono exalado pelos participantes.
Para que a pesquisa alcance uma amostragem estatisticamente significativa, o Laficar continua a convocar voluntários para participar dos estudos.
A equipe de pesquisadores está em busca de jovens que usem cigarro eletrônico com regularidade para contribuir com o entendimento dos impactos desses dispositivos na saúde dos indivíduos.
O impacto nas políticas públicas de saúde
De acordo com a coordenadora Silvia Valderramas, os resultados dessa pesquisa podem ter um impacto direto nas políticas públicas de saúde no Brasil e no mundo.
Como os cigarros eletrônicos se popularizaram rapidamente entre os jovens, é fundamental que a comunidade científica e as autoridades de saúde se antecipem para melhor compreender os efeitos desses produtos à saúde.
Com base nos dados coletados, espera-se que seja possível propor estratégias eficazes para prevenir o uso desses dispositivos e, ao mesmo tempo, informar a população sobre os riscos associados.
Apesar da proibição da comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil, seu uso continua crescendo, especialmente entre os jovens.
As pesquisas realizadas pelo Laboratório de Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória (Laficar) da UFPR são fundamentais para entender melhor os impactos dessa prática à saúde, incluindo a dependência e os danos pulmonares e cardiovasculares.
A participação de voluntários é crucial para a realização desses estudos, e os resultados obtidos podem influenciar políticas públicas voltadas para a proteção da saúde da população jovem.
Podem participar da pesquisa pessoas com mais de 18 anos, de qualquer sexo, que utilizem cigarros eletrônicos há pelo menos três meses.
Os voluntários passarão por uma série de exames, como espirometria, Teste do Degrau e monoximetria, além de responderem aos questionários sobre atividade física (Ipaq) e ao Índice de Dependência de Cigarro Eletrônico Penn State. A avaliação tem duração aproximada de 30 minutos.
Após a participação, os voluntários receberão um laudo com os resultados e a interpretação das avaliações realizadas, além de uma cartilha com orientações sobre prevenção à saúde relacionadas ao uso de cigarros eletrônicos.
SERVIÇO
Chamada para participação em pesquisas do Laficar UFPR sobre cigarro eletrônico
- Quem: Pessoas acima de 18 anos com histórico de uso de cigarro eletrônico por pelo menos três meses.
- Onde: Departamento de Prevenção e Reabilitação em Fisioterapia (DPRF) da UFPR, no Campus Jardim Botânico (R. Coração de Maria, 92, Jardim Botânico, Curitiba/PR).
Para se inscrever, entre em contato com as pesquisadoras Gabriella Ferreira (41 9777-1470) e Gabriele Kapp (42 9805-6799).
Fonte: UFPR
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