Cheiro ruim nas axilas mesmo usando desodorante? Saiba o que você está fazendo de errado

Muitas pessoas enfrentam um problema que pode ser constrangedor e frustrante: o mau odor nas axilas, que persiste mesmo com o uso diário de desodorantes. Apesar de seguir rotinas de higiene e investir em diferentes produtos, o cheiro desagradável pode continuar a aparecer, e isso levanta a questão: o que está dando errado?

Esse problema não afeta apenas a higiene, mas também a confiança e a qualidade de vida das pessoas. Ter mau odor nas axilas pode dificultar interações sociais, causando constrangimento em ambientes como o trabalho, encontros sociais e até a vida familiar.

Muitas vezes, o impacto psicológico é grande, levando a pessoa a evitar interações ou situações onde o odor possa ser notado.

Hoje aqui no SaúdeLAB, vamos explorar as principais causas do mau odor nas axilas, mesmo para quem utiliza desodorantes ou antitranspirantes. Vamos identificar erros comuns, fatores que podem influenciar o odor e, finalmente, dar dicas práticas para quem deseja resolver de vez esse problema.

Se você sofre com o mau cheiro nas axilas, continue lendo e descubra como adotar hábitos e práticas que realmente podem ajudar.

O que causa o mau odor nas axilas?

É importante entender que o suor em si é inodoro. Ele é composto principalmente de água e sais minerais e, quando secretado, não apresenta nenhum cheiro desagradável.

Porém, ao entrar em contato com bactérias presentes na pele, ele pode gerar compostos que são responsáveis pelo odor característico. Ou seja, o mau cheiro nas axilas ocorre, principalmente, devido à ação de micro-organismos que vivem naturalmente na nossa pele.

Para entender melhor o processo, precisamos conhecer as duas principais glândulas sudoríparas presentes no corpo: as glândulas écrinas e as glândulas apócrinas.

Glândulas écrinas: Essas glândulas estão espalhadas por todo o corpo e produzem um tipo de suor que é essencialmente água, sem qualquer cheiro. A principal função desse suor é ajudar a regular a temperatura corporal, especialmente em dias quentes ou durante a prática de atividades físicas.

Em geral, o suor écrino não contribui significativamente para o odor nas axilas.

Glândulas apócrinas: Localizadas principalmente nas axilas, virilhas e outras áreas específicas, as glândulas apócrinas produzem um tipo de suor mais espesso e com substâncias que podem servir de alimento para bactérias.

Quando esse suor é secretado, as bactérias presentes na pele o decompõem, formando ácidos que geram o odor característico das axilas. Por esse motivo, as glândulas apócrinas são as grandes responsáveis pelo mau cheiro, e o controle desse tipo de suor é essencial para evitar o problema.

Fatores que aumentam o odor

Além das glândulas sudoríparas, alguns fatores contribuem diretamente para o mau odor nas axilas:

Alimentação: Certos alimentos, como alho, cebola, curry e álcool, podem aumentar o odor corporal, pois liberam substâncias que são eliminadas pelas glândulas sudoríparas. Quando esses compostos são secretados nas axilas, eles podem intensificar o cheiro desagradável.

Estresse: Em situações de estresse ou ansiedade, o corpo libera hormônios que estimulam o suor das glândulas apócrinas. Esse tipo de suor tende a ter mais nutrientes, o que contribui para um ambiente ainda mais propício à proliferação bacteriana e, consequentemente, ao mau cheiro.

Uso inadequado de desodorantes e antitranspirantes: Muitas pessoas confundem desodorante com antitranspirante, e isso pode afetar o controle do odor.

Enquanto o desodorante combate as bactérias causadoras de mau cheiro, o antitranspirante age reduzindo a quantidade de suor. O uso incorreto de um ou de outro pode dificultar o controle do odor.

Roupa inadequada: O uso de roupas sintéticas dificulta a evaporação do suor e cria um ambiente úmido nas axilas, o que favorece o crescimento bacteriano. Roupas de algodão, por exemplo, permitem melhor ventilação e absorção do suor, ajudando a controlar o odor.

Possíveis erros no uso de desodorantes e antitranspirantes

O uso de desodorantes e antitranspirantes é uma das práticas mais comuns para controlar o mau odor nas axilas. No entanto, muitos cometem erros que comprometem a eficácia desses produtos. Entender como utilizá-los de maneira adequada pode fazer toda a diferença.

Confundir desodorante com antitranspirante

A primeira diferença importante é entender a função de cada produto:

Desodorantes: Eles foram formulados para neutralizar ou mascarar o odor. Desodorantes contêm ingredientes que combatem bactérias, responsáveis pelo mau cheiro, e fragrâncias que ajudam a dar uma sensação de frescor. Contudo, eles não controlam a produção de suor.

Antitranspirantes: Esses produtos atuam diretamente nas glândulas sudoríparas para reduzir a quantidade de suor produzido. Ao diminuir o suor, reduzem também o ambiente onde as bactérias se proliferam, o que ajuda a minimizar o odor.

Para quem transpira muito e sente que o desodorante sozinho não resolve, o antitranspirante pode ser uma opção mais eficaz.

Aplicação incorreta

Para que o produto seja eficaz, ele precisa ser aplicado na pele seca e limpa. Aplicar o desodorante ou antitranspirante logo após o banho, quando a pele ainda está úmida, ou sobre o suor acumulado ao longo do dia reduz a eficácia.

Além disso, o suor ou a umidade impedem que o produto forme uma camada protetora sobre a pele, reduzindo seu efeito.

Tempo de ação

Alguns antitranspirantes, especialmente os mais potentes, precisam de tempo para agir sobre as glândulas sudoríparas. Recomenda-se aplicá-los à noite, quando a atividade das glândulas está naturalmente reduzida.

Esse tempo extra permite que o produto funcione de forma mais eficaz e tenha um efeito mais duradouro ao longo do dia.

Quantidade e frequência

Usar muito ou pouco produto também pode ser um erro. Uma quantidade excessiva de desodorante ou antitranspirante pode obstruir a pele e, paradoxalmente, causar irritações que levam a um odor desagradável.

Por outro lado, uma aplicação muito superficial não será suficiente para proteger contra o suor e as bactérias. A recomendação é aplicar uma quantidade moderada, cobrindo toda a área da axila de maneira uniforme.

Hábitos de higiene e como eles influenciam no mau odor

Além do uso de produtos adequados, hábitos de higiene são fundamentais para manter o mau odor sob controle. Pequenas mudanças na rotina podem fazer uma grande diferença.

Limpeza correta da pele

Lavar as axilas com sabonetes antibacterianos ou de pH neutro é uma boa estratégia para reduzir a quantidade de bactérias que causam o mau odor.

Sabonetes antibacterianos podem eliminar essas bactérias, enquanto os de pH neutro mantêm o equilíbrio natural da pele, evitando irritações que podem favorecer a proliferação bacteriana. Além disso, é essencial secar bem a pele antes de aplicar o desodorante ou antitranspirante, pois a umidade favorece o crescimento das bactérias.

Higiene das roupas

As bactérias podem acumular-se nas roupas, especialmente em peças que entram em contato direto com as axilas, como camisetas e blusas. Esse acúmulo é ainda maior em tecidos sintéticos, que retêm a umidade e dificultam a ventilação da pele.

A dica é lavar bem essas peças e, sempre que possível, dar preferência a tecidos naturais, como o algodão, que são mais arejados e ajudam a manter a pele seca.

Cuidados extras com a depilação

A depilação pode ajudar a reduzir o odor, pois os pelos oferecem uma superfície onde as bactérias se alojam e se multiplicam. No entanto, é importante tomar cuidado com irritações ou cortes, que podem favorecer infecções e até piorar o odor.

Para quem depila a região das axilas, o ideal é manter a pele hidratada e evitar desodorantes que contenham álcool logo após o procedimento, pois podem causar irritação.

Problemas de saúde que podem influenciar o odor

Em alguns casos, o mau odor nas axilas persiste mesmo com boas práticas de higiene e o uso correto de produtos. Isso pode ser um sinal de condições de saúde específicas que afetam a produção de suor ou o equilíbrio bacteriano da pele.

Hiperidrose

A hiperidrose é uma condição na qual a pessoa transpira excessivamente, mesmo em situações de temperatura amena ou sem exercício físico. Esse excesso de suor cria um ambiente ideal para o crescimento de bactérias e, consequentemente, para a formação de odor.

Em casos de hiperidrose, o uso de antitranspirantes potentes e algumas terapias específicas, como aplicação de toxina botulínica, podem ajudar a controlar o problema.

Infecções de pele

Certas infecções bacterianas e fúngicas podem causar mau cheiro nas axilas, mesmo com a higienização diária. A infecção fúngica, por exemplo, pode deixar um odor característico e requer tratamento específico com antifúngicos.

Se o mau cheiro vier acompanhado de outros sintomas, como coceira, descamação ou vermelhidão, é aconselhável procurar um dermatologista para uma avaliação mais detalhada.

Outros problemas de saúde

Condições como diabetes, distúrbios hormonais e problemas renais também podem alterar o odor corporal. No caso do diabetes, por exemplo, o excesso de açúcar no sangue pode interferir no cheiro do suor.

Alterações hormonais, como durante a menopausa, podem aumentar a sudorese e, por consequência, o odor. Já os problemas renais podem levar ao acúmulo de toxinas no organismo, que acabam sendo liberadas pelo suor, contribuindo para o mau cheiro.

Se houver suspeita de algum problema de saúde, o ideal é procurar orientação médica.

Soluções práticas para o mau odor nas axilas

Para quem quer evitar o mau odor nas axilas, algumas práticas simples e mudanças na rotina podem ajudar a solucionar o problema de forma eficaz.

Escolher o produto certo

É essencial identificar o produto mais adequado para o seu tipo de pele e necessidade. Quem precisa apenas controlar o odor pode optar por um desodorante, enquanto quem deseja reduzir a transpiração deve escolher um antitranspirante.

Para quem tem transpiração excessiva e odor intenso, pode ser útil combinar os dois produtos: aplicar o antitranspirante à noite e o desodorante pela manhã, garantindo uma proteção mais completa durante o dia.

Higiene adequada

Manter uma rotina de cuidados com a pele e com as roupas é essencial para prevenir o mau odor. Lave as axilas diariamente com sabonete antibacteriano e seque bem a pele antes de aplicar qualquer produto.

Além disso, certifique-se de usar roupas limpas e trocá-las sempre que necessário, especialmente em dias quentes ou após atividades físicas.

Mudanças na alimentação

Alguns alimentos contribuem para o odor corporal, especialmente aqueles ricos em cafeína, álcool e enxofre, como alho, cebola e brócolis. Diminuir o consumo desses alimentos pode ajudar a reduzir o odor nas axilas.

Priorize uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e água, o que contribui para uma transpiração mais leve e um odor menos intenso.

Remédios naturais e caseiros

Algumas alternativas naturais também podem ser eficazes:

Vinagre de maçã: Pode ser usado como um desodorante natural devido às suas propriedades antibacterianas. Dilua o vinagre em um pouco de água e aplique nas axilas com um algodão. Isso pode ajudar a reduzir o número de bactérias responsáveis pelo mau odor.

Bicarbonato de sódio: Com ação neutralizadora de odores, o bicarbonato pode ser aplicado nas axilas para controlar o cheiro. Basta aplicar uma pequena quantidade, mas evite se a pele estiver irritada.

Limão: Rico em ácido cítrico, o limão pode ajudar a controlar as bactérias que causam o odor. Esprema algumas gotas de limão e aplique com um algodão nas axilas secas. No entanto, tenha cuidado para não usá-lo se a pele estiver sensível ou irritada, e nunca se exponha ao sol após a aplicação, pois pode causar manchas.

Consultar um dermatologista

Quando o mau odor persiste mesmo com todos esses cuidados, é importante buscar orientação profissional. Um dermatologista pode indicar produtos específicos ou até tratamentos médicos para reduzir o suor e o odor, como toxina botulínica (botox) para casos de transpiração excessiva.

Prevenindo o mau odor a longo prazo

Para evitar que o problema retorne, algumas mudanças de hábitos e investimentos em produtos específicos podem ser importantes.

Mudança de hábitos

Adotar uma rotina de cuidados diários, incluindo uma dieta equilibrada e roupas adequadas, é fundamental. Prefira roupas de tecidos naturais, como algodão, que permitem que a pele respire e reduzam a transpiração excessiva.

Evitar o estresse e praticar exercícios físicos regularmente também pode ajudar a controlar a transpiração e o odor corporal.

Produtos que valem o investimento

Se o problema for frequente, pode valer a pena investir em produtos antitranspirantes de ação prolongada ou desodorantes naturais e personalizados, formulados especificamente para sua pele. Esses produtos podem oferecer uma proteção mais duradoura e um controle do odor que se adequa ao seu estilo de vida.

Para combater o mau odor nas axilas, é essencial entender as causas e ajustar alguns hábitos. Desde escolher o produto correto até melhorar a higiene e cuidar da alimentação, existem várias opções práticas que podem fazer uma grande diferença.

O mau odor nas axilas pode ser frustrante, mas, com alguns ajustes simples na rotina de cuidados e higiene, é possível reduzir o problema significativamente. Esses cuidados não só melhoram a autoconfiança, mas também o bem-estar no dia a dia.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
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