Estudo revela que carne bovina pode ser incluída em uma dieta saudável para o coração

Recentemente, um estudo de revisão trouxe novas perspectivas sobre o consumo de carne bovina em uma dieta saudável para o coração.

A pesquisa demonstrou que, ao contrário de muitas recomendações dietéticas anteriores, a carne bovina não processada, quando consumida em porções moderadas, pode ser parte de uma alimentação equilibrada sem afetar negativamente a saúde cardiovascular.

Este estudo analisou ensaios clínicos randomizados, considerados o padrão-ouro da pesquisa nutricional, para avaliar o impacto do consumo de carne bovina não processada na saúde do coração.

Com base nesses dados, a carne bovina pode ser apreciada sem aumentar os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV), como pressão arterial elevada ou níveis descontrolados de colesterol.

A pesquisa sobre carne bovina e doenças cardiovasculares

A revisão e meta-análise avaliaram 20 ensaios clínicos randomizados (ECRs) que analisaram o impacto da carne bovina não processada em diversos padrões alimentares.

Esses estudos foram conduzidos com a finalidade de observar a relação entre o consumo de carne bovina e vários fatores de risco associados às doenças cardiovasculares, como pressão arterial, colesterol e triglicerídeos.

Um dos principais achados do estudo foi que consumir até duas porções de carne bovina não processada (cerca de 85 gramas por porção) diariamente não resultou em alterações significativas nesses fatores de risco.

Essa descoberta é relevante porque, ao longo dos anos, a carne vermelha, especialmente a processada, foi associada a um aumento no risco de doenças do coração.

No entanto, essa pesquisa focou especificamente na carne bovina não processada, uma variação da carne vermelha que, quando consumida com moderação, não gerou efeitos adversos.

A análise também ressaltou a importância de distinguir entre carne vermelha processada e não processada, uma vez que essas categorias podem ter impactos significativamente diferentes na saúde cardiovascular.

Os desafios da pesquisa nutricional e as recomendações alimentares

Um dos pontos cruciais mencionados pelos autores do estudo é a dificuldade em fazer recomendações alimentares baseadas em evidências de forma clara e consistente, devido à variedade de tipos de carne vermelha disponíveis e seus diferentes métodos de processamento.

Além disso, muitos estudos anteriores que indicavam o risco do consumo de carne vermelha não faziam a devida distinção entre carne bovina não processada e outros tipos de carnes processadas, como salsichas ou bacon, que têm efeitos prejudiciais bem documentados sobre a saúde cardiovascular.

O estudo ressaltou a importância de seguir diretrizes alimentares baseadas em pesquisas de alta qualidade, como os ensaios clínicos randomizados, em vez de confiar em estudos observacionais que podem não provar causa e efeito de forma tão convincente.

A análise demonstrou que, quando a carne bovina não processada é consumida em um padrão alimentar equilibrado, ela não aumenta o risco de hipertensão ou de níveis elevados de colesterol, dois dos principais fatores associados ao aumento das doenças cardiovasculares.

O impacto da carne bovina na saúde cardiovascular

A meta-análise mostrou que a carne bovina não processada, quando incluída em uma dieta balanceada, não teve impacto negativo sobre a pressão arterial ou sobre a maioria das variáveis relacionadas às lipoproteínas, como o colesterol total, o colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-C), os triglicerídeos e o colesterol não HDL.

Esses resultados são importantes porque sugerem que a carne bovina não processada pode ser uma fonte saudável de proteínas e nutrientes essenciais sem comprometer a saúde do coração.

Além disso, a pesquisa sugeriu que a carne bovina pode ser consumida com moderação dentro de uma dieta equilibrada, ao lado de outros alimentos saudáveis como frutas, vegetais e grãos integrais, sem aumentar o risco de doenças cardíacas.

Os especialistas envolvidos no estudo destacam que a carne bovina não deve ser vista como um vilão na dieta, mas sim como uma parte de uma alimentação geral saudável.

Embora seja necessário um consumo moderado e consciente, a carne bovina magra pode fornecer proteínas de alta qualidade, ferro, zinco e outros nutrientes essenciais para a saúde geral.

A meta-análise sobre o consumo de carne bovina não processada e sua relação com a saúde cardiovascular oferece uma nova perspectiva para aqueles que desejam seguir uma dieta saudável para o coração.

Ao contrário de recomendações passadas que associavam a carne vermelha a um risco maior de doenças cardíacas, este estudo revela que, quando consumida com moderação, a carne bovina não processada pode fazer parte de uma alimentação equilibrada sem prejudicar os principais indicadores de saúde cardiovascular, como colesterol e pressão arterial.

É importante, no entanto, que os consumidores façam uma distinção entre os diferentes tipos de carne e optem por versões não processadas e com menor teor de gordura, para garantir os benefícios à saúde. Como sempre, a chave está na moderação e na escolha de uma dieta equilibrada que inclua uma variedade de alimentos saudáveis.

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Fonte: News Medical

Estudo Científico: Sanders, L. M., et al. (2024). Beef Consumption and Cardiovascular Disease Risk Factors: A Systematic Review and Meta-analysis of Randomized Controlled Trials. Current Developments in Nutritiondoi.org/10.1016/j.cdnut.2024.104500.

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Redação SaúdeLab
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