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Neuroplasticidade: como treinar o cérebro para prevenir o Alzheimer, Parkinson e melhorar a memória
Nosso cérebro é incrivelmente flexível e capaz de se adaptar e mudar ao longo da vida. Esse poder de adaptação é chamado de neuroplasticidade.
A neuroplasticidade nos permite aprender coisas novas, melhorar nossas habilidades e até mesmo prevenir doenças como o Alzheimer e o Parkinson.
Para entender melhor como isso funciona, conversamos com a Dra. Marília Graner, neurologista especialista no assunto.
O que é Neuroplasticidade?
A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se reorganizar, criando novas conexões entre os neurônios, as células que transmitem sinais no cérebro.
Isso significa que o cérebro pode se adaptar a novas experiências e até mesmo se recuperar de lesões.
De forma simples, imagine que o cérebro é uma grande rede de estradas.
Quando você aprende algo novo, o cérebro constrói novas vias nessa rede. Quanto mais você pratica, mais fortes essas estradas se tornam.
A neuroplasticidade nos mostra que o cérebro não é fixo, ele pode mudar e melhorar constantemente, desde que seja estimulado da maneira certa.
A Dra. Marília Graner explica: “A neuroplasticidade é um divisor de águas para compreendermos como as nossas escolhas diárias influenciam a nossa saúde mental e neurológica. Ela nos permite entender que o cérebro não é algo imutável; ele tem uma capacidade incrível de adaptação e de recuperação.”
Como a Neuroplasticidade Ajuda a Prevenir o Alzheimer e o Parkinson?
O Alzheimer e o Parkinson são doenças neurológicas que afetam o funcionamento do cérebro.
No Alzheimer, as células cerebrais morrem ao longo do tempo, causando perda de memória e dificuldades em pensar claramente.
O Parkinson, por outro lado, afeta o movimento e o equilíbrio, tornando as atividades diárias mais difíceis.
A boa notícia é que a neuroplasticidade pode ajudar a prevenir essas doenças.
Ao estimular o cérebro com exercícios mentais e hábitos saudáveis, podemos criar novas conexões cerebrais que ajudam a compensar as células que podem estar sendo danificadas pelas doenças.
“Quanto mais desafiamos o cérebro com atividades que exigem raciocínio e memória, mais ele se fortalece e mais difícil se torna para doenças como o Alzheimer e o Parkinson se instalarem”, afirma a neurologista.
Ela continua: “Além de prevenir o declínio cognitivo, estimular a neuroplasticidade também é fundamental para pessoas que já enfrentam essas condições para que consigam melhorar algumas funções do dia a dia, esse processo é conhecido como reabilitação cognitiva.”
Como Estimular a Neuroplasticidade no Dia a Dia?
Agora que sabemos o que é a neuroplasticidade, é hora de aprender como podemos estimular o cérebro para melhorar nossa memória, prevenir doenças e manter a mente saudável.
A especialista sugere algumas práticas simples para integrar no cotidiano.
Exercícios Mentais
Jogos de raciocínio, como palavras cruzadas, quebra-cabeças, sudoku ou até aprender um novo idioma, são ótimos para desafiar o cérebro. Essas atividades ajudam a formar novas conexões e aumentam a capacidade de resolver problemas.
A médica explica: “Exercícios que estimulam o raciocínio são muito importantes e devem ser encarados com diversão. Eles mantêm o cérebro ativo e ajudam a prevenir doenças neurodegenerativas. O cérebro adora poder se divertir enquanto aprende.”
Exercícios Físicos
A atividade física não só melhora o corpo, mas também o cérebro. Exercícios como caminhada, corrida ou até ioga ajudam a manter o cérebro ativo e saudável. O exercício aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, o que é essencial para a formação de novas conexões neurais.
“Dentre todas as estratégias de prevenção, a atividade física regular é a mais importante. Adotar 15 minutos por dia de qualquer exercício na rotina já é suficiente para que o cérebro se beneficie.”
Boa Alimentação
Comer de forma equilibrada é essencial para a saúde cerebral. Alimentos ricos em antioxidantes, ômega-3 e vitaminas, como frutas, vegetais e peixes, ajudam a proteger o cérebro e a melhorar a memória.
Dormir Bem
O sono é fundamental para a saúde do cérebro. Durante o sono, o cérebro organiza as informações do dia, fortalece as conexões e elimina toxinas. Tente dormir de 7 a 9 horas por noite para manter o cérebro em boa forma.
Meditação e Mindfulness
A meditação ajuda a reduzir o estresse e melhora a concentração. A prática de mindfulness, que é a atenção plena no momento presente, também é eficaz para aumentar a neuroplasticidade. Essas práticas ajudam a manter o cérebro calmo e focado, o que é essencial para aprender e manter a memória.
Neuroplasticidade e a Memória: Como Melhorar a Retenção de Informações?
A neuroplasticidade também tem um papel fundamental na memória.
Quando você aprende algo novo, seu cérebro cria novas conexões para armazenar essa informação.
Quanto mais você revisa e pratica, mais fortes essas conexões se tornam, facilitando a retenção e a recuperação de dados.
Se você está tentando melhorar sua memória, é importante desafiar o cérebro de diferentes formas. Isso pode ser feito através de atividades como:
- Ler livros ou artigos sobre novos temas.
- Assistir a vídeos educativos ou documentários.
- Ensinar algo a outra pessoa.
- Usar técnicas de associação, ou seja, associar algo que você já sabe a algo que acabou de aprender.
Além disso, a repetição é uma ótima aliada para melhorar a memória.
Revisar as informações periodicamente ajuda o cérebro a consolidar essas memórias e a torná-las mais duradouras.
Até Quando a Neuroplasticidade é Ativa?
Um dos maiores mitos sobre o cérebro é que ele perde a capacidade de se adaptar com o tempo.
Na verdade, a neuroplasticidade pode ocorrer em qualquer fase da vida.
Mesmo em idades mais avançadas, o cérebro pode continuar se reorganizando e criando novas conexões, o que ajuda a manter a saúde mental e a prevenir doenças.
A Dra. Marília Graner esclarece: “O cérebro dos idosos também se beneficia de exercícios mentais e físicos. A neuroplasticidade não tem limite de idade. Ela está presente em todas as fases da vida, sempre que desafiamos o cérebro e adotamos uma postura curiosa diante da vida e de novas experiências.”
Embora seja verdade que o cérebro jovem tenha uma capacidade maior de adaptação, estudos mostram que o cérebro de pessoas mais velhas também pode se beneficiar de exercícios mentais e físicos, prevenindo doenças como o Alzheimer e o Parkinson.
A Neuroplasticidade Está ao Seu Alcance
A neuroplasticidade é a prova de que, com o estímulo certo, podemos melhorar nossas funções cognitivas, prevenir doenças neurológicas e até mesmo aprender novas habilidades em qualquer fase da vida.
O segredo é manter o cérebro ativo, desafiado e saudável.
Portanto, comece hoje mesmo a treinar o seu cérebro.
Exercite a mente com novos desafios, cuide da saúde física, tenha uma alimentação equilibrada e não se esqueça de dormir bem.
O cérebro tem um grande potencial de adaptação, e você pode aproveitar esse poder para ter uma vida mental mais saudável e longeva.
Leia mais: Quais são os critérios para o diagnóstico de TDAH? O que você precisa saber
Dra. Marilia Graner – CRM-SP 164058 / RQE 68446 – Neurologista
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