As propriedades medicinais da Aloe vera e seu potencial na saúde, cosméticos e alimentação comprovados pela ciência

Presente em muitos lares e amplamente utilizada em cremes, pomadas e até sucos, a Aloe vera é conhecida há séculos por suas propriedades medicinais. Quem nunca ouviu falar dos benefícios desse gel transparente que sai de suas folhas e promete aliviar queimaduras, hidratar a pele e até ajudar na digestão?

Mas, além do conhecimento popular, a ciência tem se aprofundado nos efeitos dessa planta,  mas, estudos revelam que seus benefícios vão muito além do que se imaginava.

Pesquisadores de Portugal e Itália revisaram diversos estudos sobre a Aloe vera e concluíram que ela tem potencial terapêutico para diversas condições, graças às suas propriedades antiviral, antimicrobiana, anti-inflamatória e antioxidante.

Os cientistas destacam que a planta pode ajudar no tratamento de doenças de pele, distúrbios digestivos e até mesmo no combate ao câncer. No entanto, também alertam para os cuidados no consumo oral, pois algumas substâncias presentes na planta podem ser tóxicas em grandes quantidades.

No entanto, alertam para o uso cauteloso, especialmente na ingestão oral, devido a possíveis efeitos tóxicos. Entenda todos os detalhes aqui, no SaúdeLAB.

Propriedades terapêuticas e cosméticas

A Aloe vera é uma das plantas medicinais mais estudadas quando se trata de cicatrização, alívio da dor e regeneração da pele. Seu gel, rico em polissacarídeos e compostos bioativos como aloína e acemanana, possui uma forte ação anti-inflamatória e cicatrizante.

Um estudo publicado na revista Foods aponta que seu efeito pode ser comparável ou até superior ao de anti-inflamatórios sintéticos, como o diclofenaco, amplamente utilizado no tratamento de inflamações musculares e articulares.Esse efeito se deve à capacidade da Aloe vera de estabilizar membranas celulares, reduzir o estresse oxidativo e modular genes associados à inflamação.

Além disso, pesquisas sugerem que seu uso tópico acelera a regeneração de tecidos ao estimular a produção de colágeno, sendo especialmente útil no tratamento de queimaduras, cortes, feridas e irritações na pele.

Ação antimicrobiana e antifúngica

Além de suas propriedades cicatrizantes, a Aloe vera tem demonstrado forte atividade antimicrobiana e antifúngica. Estudos apontam que seus compostos bioativos – como ácidos fenólicos, flavonoides e antioxidantes naturais – são eficazes contra bactérias que causam infecções gastrointestinais e respiratórias.

Entre elas, destacam-se Helicobacter pylori, associada a úlceras gástricas, e Mycobacterium tuberculosis, responsável pela tuberculose.

No combate a fungos, o gel de Aloe vera tem se mostrado eficiente contra diversas espécies de Candida, incluindo a Candida albicans, um dos principais agentes de infecções na pele, boca e trato gastrointestinal.

Os pesquisadores observaram que a planta inibe a formação de tubos germinativos, estruturas essenciais para que os fungos colonizem tecidos humanos, reduzindo assim a progressão das infecções.

Além disso, estudos indicam que a eficácia antimicrobiana da Aloe vera pode ser potencializada quando combinada com nanopartículas de prata e óxido de zinco, abrindo caminho para novas aplicações terapêuticas na área da saúde.

Uso na indústria cosmética: hidratação e proteção da pele

A presença da Aloe vera em produtos de beleza não é à toa. Seu poder hidratante e regenerador faz dela um dos ingredientes mais utilizados em cosméticos para pele e cabelo.

O gel extraído da planta contém um alto percentual de água, vitaminas (A, C, E), minerais e enzimas, proporcionando uma hidratação profunda sem deixar a pele oleosa.

Além disso, a Aloe vera age como um antioxidante natural, ajudando a combater os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce. Estudos sugerem que seu uso regular pode reduzir rugas finas, melhorar a elasticidade da pele e minimizar os danos causados pela exposição ao sol.

No cuidado com os cabelos, a Aloe vera tem sido utilizada para tratar caspa, coceira no couro cabeludo e ressecamento capilar. Sua ação antifúngica combate microorganismos que podem causar descamação e irritação, enquanto sua capacidade hidratante fortalece os fios, deixando-os mais macios e brilhantes.

Possível aplicação no combate a vírus e doenças crônicas

Outro destaque do estudo é o potencial antiviral da Aloe vera. Pesquisas apontam que a planta pode inibir a replicação de vírus como influenza, herpes simples e até SARS-CoV-2, responsável pela Covid-19.

Os cientistas observaram que extratos da planta reduziram significativamente a replicação viral em culturas de células, sugerindo uma possível aplicação no desenvolvimento de novos tratamentos.

Além disso, a Aloe vera mostrou efeitos imunomoduladores promissores. Estudos em animais indicam que a planta pode ajudar a reduzir sintomas de doenças autoimunes, como esclerose múltipla e diabetes, além de oferecer suporte na radioterapia e quimioterapia contra o câncer.

Segurança no consumo e recomendações

Apesar dos inúmeros benefícios comprovados da Aloe vera, especialistas alertam para os riscos do uso indiscriminado, principalmente quando ingerida.

Embora muitas pessoas consumam o gel da planta na forma de sucos, cápsulas e suplementos, algumas substâncias presentes nela podem ser potencialmente tóxicas, exigindo precaução.

Possíveis riscos da ingestão oral

A maior preocupação está relacionada a um composto chamado aloína, encontrado na parte amarelada da folha, logo abaixo da casca. Essa substância tem efeito laxativo e, quando consumida em excesso, pode causar diarreia intensa, desidratação, cólicas abdominais e perda de eletrólitos essenciais, como potássio e sódio.

A longo prazo, seu consumo frequente pode levar a irritação da mucosa intestinal, alteração da flora bacteriana e danos ao fígado e rins.

Em 2002, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, proibiu a venda de laxantes à base de Aloe vera sem prescrição médica, devido aos riscos à saúde.

Além disso, estudos indicam que o consumo prolongado da planta pode estar associado a alterações celulares no intestino grosso, aumentando o risco de lesões e até câncer colorretal.

Interação com medicamentos e contraindicações

Outro ponto de atenção é a possível interação da Aloe vera com medicamentos. Por ter efeito hipoglicemiante, seu consumo pode potencializar o efeito de remédios para diabetes, levando a quadros de hipoglicemia severa.

Além disso, por suas propriedades anticoagulantes, a planta pode aumentar o risco de sangramentos quando combinada com medicamentos como aspirina e varfarina.

A ingestão da Aloe vera não é recomendada para gestantes e lactantes, pois pode estimular contrações uterinas e afetar a absorção de nutrientes essenciais para o bebê.

Pessoas com doenças intestinais, como síndrome do intestino irritável, colite ulcerativa e doença de Crohn, também devem evitar o consumo, pois a planta pode agravar a inflamação do trato digestivo.

Recomendações para um uso seguro

Diante dessas evidências, especialistas recomendam que o consumo da Aloe vera seja feito com orientação profissional, especialmente quando ingerida na forma de sucos, cápsulas ou suplementos. A remoção adequada da aloína, geralmente por processos de filtragem e purificação, é essencial para tornar a ingestão mais segura.

No uso tópico, a planta é considerada segura para a maioria das pessoas, mas pode causar reações alérgicas em peles mais sensíveis. Antes de aplicar o gel diretamente na pele, é recomendado fazer um teste em uma pequena área para verificar possíveis irritações.

Embora seja um ingrediente natural com inúmeros benefícios, a Aloe vera deve ser usada com equilíbrio e conhecimento. O acompanhamento de profissionais de saúde é fundamental para garantir que seus efeitos sejam positivos, sem colocar a saúde em risco.

O estudo reforça que a Aloe vera continua sendo uma das plantas medicinais mais versáteis e estudadas pela ciência. Com aplicações que vão desde a dermatologia até o tratamento de doenças crônicas, seus benefícios são amplamente reconhecidos.

No entanto, a segurança no consumo deve ser priorizada, garantindo que seus efeitos positivos sejam aproveitados sem riscos à saúde.

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Redação SaúdeLab
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