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Implante de silicone e câncer: Brasil registra caso raro que alerta médicos
Implantes de silicone e câncer estão no centro das atenções após pesquisadores brasileiros relatarem o primeiro caso no país de um tumor extremamente raro.
O carcinoma espinocelular foi associado ao uso de próteses mamárias de silicone em artigo publicado em uma revista científica internacional.
Embora a situação seja considerada excepcional, especialistas destacam que a descoberta reforça a importância de atenção médica contínua para mulheres que possuem implantes, especialmente quando já estão há muitos anos no organismo.
O que foi descoberto sobre o caso no Brasil
O registro foi feito por uma equipe de mastologistas do Hospital de Amor, em Barretos (SP).
A paciente tinha implantes de silicone há mais de 10 anos, para fins estéticos, e procurou atendimento após notar um aumento incomum no volume de uma das mamas, acompanhado de dor.
Durante a investigação, foi identificado um acúmulo de líquido ao redor da prótese, situação conhecida como seroma tardio.
A cápsula que envolvia o implante foi retirada para análise e revelou a presença de um câncer agressivo.
Apesar dos tratamentos realizados, a paciente teve evolução desfavorável e sobreviveu por apenas 10 meses após o diagnóstico, evidenciando o caráter agressivo da doença.
O que é o carcinoma espinocelular ligado ao silicone
O carcinoma espinocelular é um tipo de câncer mais comum em regiões como a pele e as mucosas.
No entanto, desde 1992, já foram relatados pouco mais de 20 casos no mundo relacionados ao uso de próteses mamárias.
O caso brasileiro é importante porque ajuda médicos a compreenderem melhor a doença e até a propor formas de diagnóstico e tratamento mais adequados.
Apesar disso, os especialistas reforçam: trata-se de uma condição extremamente rara e que ainda está em estudo.
A relação entre implante de silicone e câncer
O uso de próteses de silicone é bastante comum desde os anos 1960, tanto em cirurgias estéticas quanto em reconstruções após mastectomia.
A grande maioria das mulheres que fazem esse tipo de procedimento nunca desenvolve complicações graves.
Mesmo assim, nos últimos anos, médicos têm investigado a possível ligação entre implante de silicone e câncer.
Além do carcinoma espinocelular, já existe outro tipo de tumor, mais estudado, chamado linfoma anaplásico de grandes células, que também pode surgir em associação às próteses.
Essas ocorrências são raríssimas, mas mostram que o organismo pode reagir de formas diferentes ao longo do tempo.
Entre os fatores que podem ter algum papel no surgimento desses tumores estão:
- uso prolongado das próteses (geralmente acima de 10 anos);
- presença de líquido ao redor do implante;
- processos inflamatórios crônicos na cápsula que envolve a prótese.
Quais sinais merecem atenção
Especialistas explicam que não há motivo para pânico ou para que mulheres retirem seus implantes apenas por receio.
No entanto, é importante estar atenta a sinais de alerta, principalmente se a prótese já está há muitos anos no corpo.
Alguns sintomas que merecem investigação médica incluem:
- aumento repentino do tamanho da mama;
- dor persistente ou desconforto incomum;
- presença de líquido ao redor do implante;
- alterações visíveis na forma ou na textura da região.
Caso esses sinais apareçam, o ideal é procurar o mastologista ou cirurgião plástico para exames adequados.
O diagnóstico precoce aumenta as chances de tratamento bem-sucedido.
O que dizem os especialistas
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, implante de silicone e câncer não devem ser encarados como uma relação direta ou frequente.
O silicone continua sendo considerado seguro e eficaz, tanto para fins estéticos quanto para reconstrução.
O alerta principal é para que as mulheres mantenham acompanhamento médico regular e não ignorem alterações.
Cada organismo reage de maneira diferente, e a raridade dos casos não exclui a necessidade de atenção médica.
Atenção sem alarmismo
O caso publicado na revista científica no mês passado não deve ser visto como motivo para pânico entre mulheres que possuem próteses.
A grande maioria nunca terá problemas graves relacionados a elas.
Porém, a divulgação científica desse episódio reforça a necessidade de vigilância responsável.
O recado principal dos especialistas é claro: implante de silicone e câncer não são sinônimos, mas a saúde deve estar sempre em primeiro lugar.
Acompanhamento médico, exames de rotina e atenção a sinais diferentes no corpo são atitudes fundamentais para manter a segurança e a tranquilidade de quem opta por esse procedimento.
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