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Quando a tomografia com contraste é perigosa e como saber se você está no grupo de risco
A notícia da morte de uma jovem de 22 anos em Santa Catarina, após uma reação alérgica durante um exame de tomografia com contraste, levantou uma pergunta que preocupa muitas pessoas: a tomografia com contraste é perigosa?
A resposta exige cuidado, porque embora esse tipo de exame seja amplamente utilizado e considerado seguro pela maioria dos órgãos de saúde, existem riscos que merecem atenção.
Tomografia com contraste é perigosa? O caso da jovem de Santa Catarina
Leticia Paul, de 22 anos, morreu em Rio do Sul (SC) depois de sofrer um choque anafilático (uma reação alérgica grave) ao realizar uma tomografia com contraste.
Conforme familiares relataram ao G1, a jovem já havia feito exames anteriormente por histórico de pedras nos rins, mas, nesta ocasião, não resistiu, mesmo após ser entubada no hospital.
O episódio, apesar de raro, mostra que os exames com contraste precisam sempre de acompanhamento médico adequado e protocolos de segurança rígidos.
Em nota pública, o Hospital Regional Alto Vale afirmou que os procedimentos “são conduzidos em conformidade com os protocolos clínicos recomendados”.

Afinal, o que é o contraste usado na tomografia?
O “contraste” é uma substância à base de iodo que ajuda os médicos a enxergarem com mais clareza órgãos, vasos sanguíneos e tecidos durante a tomografia computadorizada.
Sem ele, alguns detalhes poderiam passar despercebidos.
Esse recurso é reconhecido como ferramenta essencial para diagnósticos de diversas condições, como tumores, cálculos renais, infecções e problemas cardiovasculares.
Tomografia com contraste é perigosa em todos os casos?
Diante do caso de Leticia, o receio e a pergunta se a tomografia com contraste é perigosa volta à tona.
É importante mencionar, portanto, que os riscos existem, mas são considerados raros diante do enorme número de exames realizados todos os dias no Brasil e no mundo.
A maioria das pessoas faz a tomografia com contraste sem qualquer reação adversa. No entanto, alguns fatores aumentam a chance de complicações, formando o chamado grupo de risco. Entre eles estão:
- Histórico de alergia a iodo ou a contrastes em exames anteriores;
- Doenças renais crônicas;
- Asma ou outras condições respiratórias;
- Uso de certos medicamentos, como metformina (para diabetes).
Se você se enquadra em alguma dessas situações, é fundamental avisar o médico antes do exame.
Nesses casos, o profissional pode avaliar alternativas, adotar medidas preventivas (como uso de antialérgicos antes do exame) ou até evitar o contraste.
Reações alérgicas: do leve ao grave
As reações ao contraste podem variar bastante.
Na maioria das vezes, são leves, como vermelhidão, coceira na pele, náusea ou sensação de calor.
Casos graves, como o de Leticia, são chamados de choque anafilático e incluem dificuldade para respirar, queda brusca da pressão arterial e risco de morte.
Estudos internacionais mostram que esses episódios são extremamente raros.
Pesquisas indicam que reações graves a contrastes iodados ocorrem em menos de 0,04% dos casos, confirmando que, embora exista risco, ele é muito baixo (Frontiers in Medicine, 2025; Journal of Clinical Medicine, 2023).
O que dizem os protocolos de segurança
Protocolos de sociedades médicas e hospitais de referência reforçam que o uso do contraste deve sempre ser precedido de uma avaliação clínica detalhada.
É preciso observar cuidadosamente o histórico de saúde do paciente, identificar fatores de risco e adotar as medidas preventivas.
Essas recomendações também destacam que os serviços de imagem devem manter equipes preparadas para agir rapidamente em caso de reação adversa, com medicamentos de emergência disponíveis e profissionais treinados em reanimação.
A maioria dos hospitais e clínicas segue protocolos semelhantes, o que torna o exame relativamente seguro.
Como se preparar para o exame
Para reduzir riscos, especialistas recomendam algumas atitudes importantes antes da tomografia:
- Informar ao médico sobre todas as alergias conhecidas;
- Avisar sobre doenças renais, cardíacas ou respiratórias;
- Levar lista de medicamentos em uso;
- Perguntar se é necessário fazer jejum;
- Seguir rigorosamente as orientações da equipe de saúde.
Em alguns casos, o médico pode prescrever antialérgicos antes do exame ou até indicar outro tipo de avaliação por imagem, como ressonância magnética sem contraste.
Um exame essencial, mas que exige cuidado
Embora a morte da jovem em SC tenha causado comoção, especialistas reforçam que esse tipo de evento é raro e que a tomografia com contraste salva milhares de vidas todos os dias, ao permitir diagnósticos rápidos e precisos.
Ou seja, não se trata de evitar o exame por medo, mas de realizá-lo com segurança e informação.
O paciente deve sempre conversar com o médico, tirar dúvidas e relatar seu histórico de saúde.
Portanto, apesar de casos raros chamarem a atenção, não se pode afirmar que tomografia com contraste é perigosa em todos os cenários, já que para a imensa maioria dos pacientes o exame é seguro.
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