O que cientistas descobriram sobre proteína animal e câncer surpreende

Um novo estudo científico traz uma boa notícia para quem consome proteína animal como carnes, ovos ou laticínios: esse tipo de alimento não está ligado ao aumento do risco de morte por todas as causas, nem por doenças cardiovasculares ou câncer. Além disso, os dados sugerem um leve efeito protetor em relação à mortalidade por câncer.

A pesquisa foi publicada no mês passado (julho-2025) na revista Applied Physiology, Nutrition and Metabolism e analisou informações de milhares de adultos nos Estados Unidos, acompanhados por mais de 12 anos.

O que os cientistas investigaram

O estudo foi conduzido por pesquisadores do Canadá e dos Estados Unidos, utilizando dados do NHANES III, um grande levantamento de saúde e nutrição realizado entre 1988 e 1994.

Foram avaliados quase 16 mil adultos com mais de 19 anos.

A alimentação de cada participante foi analisada com foco na ingestão de proteína animal (carnes, ovos, leite e derivados) e proteína vegetal (feijões, lentilhas, grãos, cereais).

Esses dados foram cruzados com registros de mortalidade até 2006.

Proteína animal e os resultados

Os achados chamam atenção porque contrariam estudos anteriores que associavam o consumo de carne e derivados a maiores riscos de doenças.

Neste novo trabalho, os resultados foram os seguintes:

  • Morte por todas as causas: não houve aumento do risco entre os que consumiam mais proteína animal.
  • Doenças cardiovasculares: não foi observada ligação entre ingestão de proteínas (animal ou vegetal) e mortalidade cardiovascular.
  • Câncer: houve uma pequena, mas significativa, redução no risco de morte por câncer entre quem consumia mais proteína animal. Já a proteína vegetal não mostrou efeitos positivos ou negativos relevantes.

Em resumo: ingerir proteína animal dentro de uma dieta equilibrada não representa ameaça à saúde.

O único benefício identificado foi específico: uma redução discreta no risco de mortalidade por câncer.

O papel do hormônio IGF-1

O estudo também analisou o IGF-1, um hormônio ligado ao crescimento celular e já apontado como possível mediador da relação entre proteína e câncer.

Pesquisas anteriores sugeriam que dietas ricas em proteína animal poderiam elevar o IGF-1 e aumentar o risco de tumores.

No entanto, os resultados não mostraram associação entre IGF-1 e risco de morte, seja por todas as causas, por câncer ou por doenças cardiovasculares.

O que isso significa na prática

Para a população em geral, a pesquisa traz mais tranquilidade em relação ao consumo de proteína animal.

Apesar das recomendações de saúde incentivarem maior presença de alimentos vegetais, este estudo reforça que proteínas de diferentes origens podem coexistir no prato sem elevar o risco de mortalidade.

Algumas orientações práticas destacadas pelos especialistas:

  • Equilíbrio é essencial: a ingestão de proteínas deve representar entre 10% e 35% das calorias diárias.
  • Variedade ajuda: combinar carne, peixe, ovos, laticínios e leguminosas garante um aporte mais completo de aminoácidos, vitaminas e minerais.
  • Estilo de vida importa mais: fatores como tabagismo, sedentarismo e envelhecimento estiveram mais ligados ao risco de morte do que o tipo de proteína consumida.

Proteína animal no quebra-cabeça da nutrição

Embora algumas pesquisas anteriores tenham indicado riscos, este estudo — considerado robusto pelo tamanho da amostra e pelo tempo de acompanhamento — reforça que a proteína animal não deve ser vista como inimiga da longevidade.

O nutriente é essencial para manter a massa muscular, fortalece os ossos e apoiar a recuperação do organismo em diferentes fases da vida.

Já a proteína vegetal, mesmo sem efeito direto sobre mortalidade neste trabalho, continua importante por fornecer fibras e compostos bioativos benéficos.

Olhar para o todo

Mais do que escolher entre proteína animal e vegetal, o que realmente parece fazer a diferença é o conjunto da alimentação e o estilo de vida.

Uma dieta variada, associada à prática regular de exercícios, não fumar e cuidar da saúde mental, continua sendo a fórmula mais confiável para viver mais e melhor.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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