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Nova técnica revoluciona tratamento de arritmias cardíacas
Conforme a tecnologia avança, novas técnicas e ferramentas da cardiologia surgem para tornar os tratamentos mais precisos e seguros. Um dos maiores destaques atualmente é a cardioneuroablação.
Essa técnica é especialmente promissora no tratamento de arritmias cardíacas ligadas ao sistema nervoso autônomo.
Ela vem mostrando bons resultados em casos de síncope vasovagal recorrente e de difícil controle. Aquela situação em que a pessoa desmaia de repente, porque o coração reduz a frequência dos batimentos e a pressão arterial cai de forma brusca.
Como é feito o procedimento
O procedimento é feito com uma cauterização controlada, usando energia de radiofrequência, em regiões específicas dentro do coração chamadas plexos ganglionares.
Com isso, reduz-se a influência exagerada do nervo parassimpático, que em algumas pessoas provoca essas quedas repentinas.
O grande diferencial é que o tratamento é:
- Minimamente invasivo, feito por dentro do coração com cateteres, sem a necessidade de abrir o tórax;
- Guiado por mapeamento eletrofisiológico, que permite ao médico localizar com precisão os pontos a serem tratados;
- Mais seguro e eficaz, de acordo com os resultados clínicos observados.
Estudos já mostram melhora dos sintomas e menos recorrência de desmaios entre pacientes que passaram pela técnica.
Cardioneuroablação e o impacto nas arritmias cardíacas
Ainda pouco conhecida no Brasil, a cardioneuroablação vem sendo realizada em centros de referência, sempre por equipes altamente especializadas.
Apesar de restrita a poucos locais, ela tem grande potencial de se expandir nos próximos anos, justamente pelos resultados consistentes que já apresenta.
Outro avanço importante é a chamada ablação por campo pulsado.
Esse procedimento é usado para tratar a fibrilação atrial, um tipo comum de arritmia cardíaca, e tem mostrado resultados semelhantes ao da radiofrequência.
A vantagem é o menor risco de provocar lesões em áreas vizinhas do coração.
Novas tecnologias no tratamento das arritmias cardíacas
Outro recurso que mudou bastante a cardiologia é o marcapasso sem fio (leadless pacemaker).
Diferente do tradicional, ele não usa cabos e nem precisa de uma pequena bolsa sob a pele para ser implantado. Isso:
- Reduz complicações;
- Evita a necessidade de cabos;
- Proporciona maior conforto ao paciente.
Além disso, esses marcapassos permitem acompanhar o ritmo cardíaco à distância, em tempo real.
Caso algo saia do normal, o dispositivo envia um alerta ao médico, que pode agir rapidamente para evitar complicações.
Intervenções estruturais no coração
Nos procedimentos chamados de estruturais (feitos de forma minimamente invasiva para corrigir partes do coração, como válvulas, paredes ou cavidades) dois exemplos se destacam:
- TAVI (implante transcateter de válvula aórtica);
- Dispositivos para tratar a insuficiência mitral.
Essas técnicas permitiram tratar pacientes que antes não tinham opção segura, como idosos e pessoas com muitas doenças associadas. Entre os benefícios estão:
- Recuperação mais rápida;
- Melhora significativa na qualidade de vida.
O futuro do tratamento das arritmias cardíacas
As pesquisas em terapias genéticas e regenerativas também estão avançando.
Diversos estudos já estão em andamento, e alguns mostram resultados promissores, como o uso de células-tronco para regenerar áreas do coração; especialmente em pacientes que tiveram infartos graves ou apresentam doenças cardíacas avançadas.
O futuro da cardiologia também aponta para tratamentos cada vez mais personalizados, com a ajuda da inteligência artificial.
Hoje, ela já consegue analisar milhares de exames em poucos segundos, ajudando a identificar arritmias cardíacas complexas e a definir estratégias de tratamento mais seguras e eficazes.
A cardioneuroablação é um exemplo de como a união entre tecnologia e conhecimento médico pode transformar a vida dos pacientes: um tratamento mais eficaz, seguro e menos invasivo para quem convive com problemas cardíacos.
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Dr. Ricardo Ferreira é cardiologista, especialista em estimulação cardíaca artificial e arritmia clínica, com especialização em eletrofisiologia clínica e invasiva. Possui doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) e é fundador do Centro Cardiológico.