Fumar cedo pode acelerar o envelhecimento dos filhos, revela estudo

O tabagismo na adolescência não traz consequências apenas para o jovem que acende o cigarro. Pesquisas recentes indicam que esse hábito pode deixar marcas até mesmo nas futuras gerações.

De acordo com um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Respiratória Europeia, em Amsterdã, na Holanda, filhos de pais que começaram a fumar ainda muito jovens apresentam sinais de envelhecimento biológico acelerado.

Como o fumar na puberdade interfere no corpo

A puberdade é um período em que o organismo masculino está em plena formação, incluindo a produção dos espermatozoides.

Quando o jovem começa a fumar nessa fase, o cigarro pode provocar alterações no material genético que podem ser transmitidas aos filhos.

Essas mudanças, chamadas de epigenéticas, não alteram diretamente o DNA, mas afetam a forma como os genes se comportam ao longo da vida.

Esse processo ajuda a explicar por que filhos de homens que fumaram cedo apresentam uma idade biológica maior do que a cronológica, ou seja, parecem “envelhecer mais rápido” do que o esperado.

O que os cientistas descobriram

O estudo envolveu quase 900 pessoas de diferentes idades, que tiveram amostras de sangue analisadas.

A partir de técnicas específicas, os pesquisadores observaram que filhos de homens que começaram a fumar com 15 anos ou menos mostravam diferenças significativas no envelhecimento celular.

Na prática, isso significa que esses indivíduos carregavam no corpo sinais de envelhecimento biológico acelerado equivalentes a quase um ano a mais do que sua idade real.

Não apenas isso, quando eles próprios também fumaram em algum momento da vida, esse “avanço” foi ainda maior.

Já em casos em que o pai começou a fumar mais tarde, esse impacto foi menos evidente.

O mesmo padrão não foi encontrado em relação às mães que fumaram antes da gravidez, reforçando a importância de entender os riscos específicos do tabagismo precoce nos meninos.

Do câncer à demência: os riscos associados

Os cientistas ressaltam que o envelhecimento biológico acelerado não é apenas uma curiosidade de laboratório.

Ele já foi relacionado, em outras pesquisas, a doenças sérias que costumam aparecer na vida adulta, como câncer, artrite e demência.

Ou seja, quando um adolescente fuma, além de comprometer a própria saúde, pode estar aumentando as chances de seus futuros filhos enfrentarem problemas graves no decorrer da vida.

Alerta sobre os cigarros eletrônicos

Embora as taxas de tabagismo tradicional entre adolescentes venham caindo em vários países, os cigarros eletrônicos vêm ganhando espaço.

O que preocupa os especialistas é que os efeitos a longo prazo desses dispositivos ainda não são totalmente conhecidos, e não se sabe se podem ter impactos semelhantes aos do cigarro comum sobre as futuras gerações.

Esse alerta reforça a necessidade de campanhas de prevenção não apenas contra o cigarro comum, mas também contra qualquer produto que contenha nicotina.

Proteger os jovens do vício hoje significa reduzir danos tanto na geração atual quanto nas futuras.

O recado para famílias e sociedade

O estudo aponta que o tabagismo na adolescência não é um problema individual, mas uma questão de saúde coletiva.

Prevenir o acesso dos jovens ao cigarro e ao vape é essencial para reduzir riscos que atravessam gerações.

Portanto, pais, escolas e formuladores de políticas públicas têm um papel fundamental nessa missão.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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