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Diverticulite pode virar câncer? Entenda o que realmente acontece no intestino
Quando o assunto é saúde intestinal, uma dúvida muito comum nos consultórios é se diverticulite pode virar câncer. Afinal, os sintomas (dor abdominal, alteração no intestino e até sangue nas fezes) podem assustar qualquer pessoa.
Mas será que essa preocupação tem fundamento?
Antes de responder, é importante entender o que é a diverticulite, por que ela acontece e quais cuidados ajudam a evitar complicações.
O que é diverticulite e por que ela acontece
Nosso intestino grosso, também chamado de cólon, pode desenvolver pequenas bolsas em suas paredes chamadas divertículos.
Essas bolsas lembram pequenas “saliências”, parecidas com a ponta de um dedo de luva.
Quando restos de fezes e bactérias ficam presos ali, pode ocorrer inflamação, e é isso que chamamos de diverticulite.
O problema é mais comum após os 40 anos e costuma estar relacionado a uma alimentação pobre em fibras, prisão de ventre frequente e ao envelhecimento natural do intestino, que perde parte da sua elasticidade.
Com isso, o trânsito intestinal fica mais lento e aumenta o risco de inflamação.
Sintomas que merecem atenção
A diverticulite pode ficar silenciosa no início.
Muitas pessoas descobrem os divertículos apenas em exames de rotina, como a colonoscopia.
Mas quando a inflamação aparece, os sintomas podem incluir:
- Dor abdominal, geralmente no lado esquerdo;
- Febre;
- Náuseas e vômitos;
- Prisão de ventre ou diarreia;
- Inchaço e sensibilidade na barriga;
- Presença de sangue nas fezes em alguns casos.
Esses sinais devem servir de alerta. Quanto antes o diagnóstico for feito, menores as chances de complicações como abscessos, perfurações e infecções graves.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico começa com uma boa conversa entre médico e paciente sobre os sintomas, hábitos alimentares e histórico familiar.
O exame que confirma a doença é geralmente a tomografia computadorizada do abdômen, que mostra se há inflamação e qual a gravidade.
Depois da recuperação, o médico pode indicar uma colonoscopia, normalmente entre 6 e 8 semanas após o episódio.
Esse exame é importante para avaliar o interior do intestino e descartar outras doenças, como pólipos ou tumores que possam causar sintomas parecidos.
Tratamento e cuidados importantes
O tratamento depende da intensidade da inflamação.
Nos casos leves, costuma bastar uma combinação de repouso intestinal, dieta líquida, antibióticos e analgésicos.
Em geral, cerca de 80% dos pacientes melhoram apenas com o tratamento clínico.
Se houver complicações, como abscesso ou perfuração, pode ser necessária drenagem do pus ou até cirurgia para retirar o trecho afetado do intestino.
É essencial seguir as orientações médicas, evitar automedicação e não interromper os antibióticos por conta própria.
E afinal: diverticulite pode virar câncer?
Como dizia de início, essa é uma dúvida muito comum, mas a resposta é não.
A diverticulite não se transforma em câncer. São doenças diferentes:
- A diverticulite é uma inflamação ou infecção das pequenas bolsas no intestino.
- O câncer de intestino é o crescimento descontrolado de células da mucosa intestinal.
O que pode acontecer é uma confusão de sintomas.
Durante a investigação da diverticulite, exames como a colonoscopia podem acabar revelando um câncer que já existia, mas que ainda não havia sido descoberto.
Por isso, quem teve um episódio de diverticulite (principalmente se foi um caso complicado ou se nunca fez colonoscopia) deve seguir o acompanhamento médico e realizar os exames indicados.
Isso não significa que a diverticulite “vira” câncer, e sim que é importante garantir que não haja outra condição associada.
Portanto, quem teve diverticulite não tem mais risco de câncer do que a população em geral, desde que mantenha o rastreamento intestinal em dia e siga as orientações médicas.
Como prevenir novas crises
A melhor forma de evitar novos episódios é manter o intestino funcionando bem.
Isso depende, principalmente, de três hábitos simples:
- Alimentação rica em fibras – frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais ajudam a manter o trânsito intestinal regular.
- Boa hidratação – beba cerca de 2 litros de água por dia para facilitar a eliminação das fezes.
- Atividade física regular – o movimento do corpo estimula também o movimento do intestino, reduzindo a prisão de ventre.
Esses cuidados simples fazem uma grande diferença na saúde digestiva e na prevenção de complicações.
Em resumo
A diverticulite é uma doença comum, tratável e que não vira câncer.
O importante é não ignorar os sinais do corpo, procurar atendimento médico e cuidar bem do intestino com uma alimentação equilibrada, hidratação e exercícios regulares.
Cuidar do intestino é cuidar da sua saúde e qualidade de vida.
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Dr. Alexandre Nishimura
Médico cirurgião-geral, cirurgião robótico e coloproctologista. Membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva, Robótica e Digital (SOBRACIL). Atua com foco em técnicas avançadas e tratamentos de alta precisão.
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