Parkinsonismo: o que é, causas, sintomas e como é o tratamento

O termo parkinsonismo costuma gerar dúvidas e preocupações em quem o ouve pela primeira vez. Muitas pessoas acreditam que ele significa o mesmo que doença de Parkinson, mas não é bem assim.

A condição é, na verdade, um conjunto de sintomas que lembram os da doença de Parkinson, podendo surgir por diferentes causas (nem todas relacionadas a essa condição específica).

Compreender o que é, suas causas e formas de tratamento é fundamental para buscar o diagnóstico correto e garantir a melhor qualidade de vida possível.

A seguir, explicamos de forma clara e atualizada tudo o que você precisa saber sobre o tema.

O que é parkinsonismo

O parkinsonismo é um síndrome neurológica caracterizada por sintomas motores como tremores, rigidez muscular, lentidão dos movimentos e dificuldade de equilíbrio.

Essas manifestações são semelhantes às observadas na doença de Parkinson, mas o termo “parkinsonismo” é mais amplo: ele descreve o conjunto de sinais, independentemente da causa que os provoca.

Em termos simples, é um “quadro clínico” que pode ser resultado da própria doença de Parkinson ou de outras condições que afetam as áreas do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos.

Por isso, nem toda pessoa com parkinsonismo tem a doença de Parkinson, e o diagnóstico correto é essencial para definir o tratamento adequado.

Diferença entre parkinsonismo e doença de Parkinson

Apesar de estarem relacionados, parkinsonismo e doença de Parkinson não são sinônimos.

A doença de Parkinson é apenas uma das possíveis causas da condição.

De forma didática:

  • Doença de Parkinson: é uma condição neurodegenerativa crônica e progressiva, na qual ocorre a perda gradual de neurônios que produzem dopamina, substância essencial para os movimentos coordenados.
  • Parkinsonismo: é um termo clínico que descreve o conjunto de sintomas parecidos com os do Parkinson, mas que podem ter origens diferentes, como uso de medicamentos, lesões cerebrais ou outras doenças neurológicas.

Em outras palavras:

  • Toda pessoa com doença de Parkinson apresenta parkinsonismo, mas nem todo parkinsonismo é causado pela doença de Parkinson.
  • Essa distinção é essencial, pois influencia diretamente nas opções de tratamento e no prognóstico do paciente.

Leitura Recomendada: Neurocirurgiã fala sobre sintomas, tratamento e futuro da Doença de Parkinson

Principais causas de parkinsonismo

A condição pode surgir por diversos motivos. Os especialistas costumam classificá-lo em três grandes grupos: primário (ou idiopático), secundário e atípico.

1. Parkinsonismo primário (doença de Parkinson)

É a forma mais conhecida, causada pela degeneração progressiva das células cerebrais produtoras de dopamina. Essa perda afeta diretamente os circuitos motores do cérebro, levando aos sintomas clássicos da doença.

2. Parkinsonismo secundário

Nesse caso, os sintomas são provocados por outras condições médicas ou fatores externos, como:

  • Uso prolongado de certos medicamentos, especialmente antipsicóticos e antieméticos (usados para controlar náuseas e distúrbios psiquiátricos).
  • Acidentes vasculares cerebrais (AVCs) que atingem regiões do cérebro envolvidas no controle dos movimentos.
  • Traumatismos cranianos ou lesões cerebrais.
  • Infecções, intoxicações por metais pesados (como manganês ou monóxido de carbono) e efeitos adversos de drogas ilícitas.

Em muitos desses casos, o parkinsonismo pode ser reversível após o tratamento da causa subjacente, o que reforça a importância do diagnóstico precoce.

3. Parkinsonismos atípicos

Incluem doenças neurológicas raras que também causam sintomas semelhantes aos do Parkinson, mas com evolução e resposta ao tratamento diferentes.
Entre elas estão:

  • Atrofia de múltiplos sistemas (AMS)
  • Paralisia supranuclear progressiva (PSP)
  • Degeneração corticobasal (DCB)

Essas condições geralmente apresentam sintomas adicionais, como alterações no olhar, quedas precoces, rigidez acentuada e resposta limitada aos medicamentos dopaminérgicos.

Sintomas de parkinsonismo

Os sintomas do parkinsonismo variam conforme a causa, mas em geral envolvem alterações motoras que dificultam a realização de tarefas simples do dia a dia. Os mais comuns incluem:

  • Tremor em repouso, geralmente nas mãos ou nos dedos.
  • Rigidez muscular, com sensação de travamento nos movimentos.
  • Bradicinesia, que é a lentidão para iniciar ou executar movimentos.
  • Dificuldade de equilíbrio e coordenação.
  • Alterações na postura, que tende a se curvar para a frente.
  • Redução da expressão facial e da amplitude dos gestos.
  • Mudança na fala, tornando-a mais baixa e monótona.

Além desses, podem ocorrer sintomas não motores, como cansaço excessivo, distúrbios do sono, constipação intestinal, ansiedade e alterações cognitivas leves.
Esses sinais muitas vezes surgem de forma gradual, o que torna essencial a avaliação médica para identificar o quadro e diferenciar entre as possíveis causas.

Leitura Recomendada: Neuroplasticidade: como treinar o cérebro para prevenir o Alzheimer, Parkinson e melhorar a memória

Como é feito o diagnóstico do parkinsonismo

O diagnóstico do parkinsonismo é clínico, realizado por um médico neurologista com experiência em distúrbios do movimento.

Não existe um exame único que confirme o diagnóstico, por isso a avaliação inclui:

  • Histórico detalhado dos sintomas e medicamentos em uso.
  • Exame físico e neurológico para observar tremores, rigidez e lentidão motora.
  • Exames de imagem, como ressonância magnética, que ajudam a descartar outras doenças cerebrais.

Em alguns casos, o médico pode solicitar testes específicos, como o DaTscan, para avaliar a atividade dopaminérgica no cérebro.

A diferenciação entre parkinsonismo e doença de Parkinson é uma das etapas mais importantes, pois o tratamento varia de acordo com a origem do problema. Por isso, o acompanhamento especializado é indispensável.

Tratamento do parkinsonismo

O tratamento depende diretamente da causa identificada. Em geral, o objetivo é controlar os sintomas, melhorar a mobilidade e preservar a autonomia do paciente.

Na doença de Parkinson, o tratamento costuma incluir medicamentos que aumentam ou substituem a dopamina, como a levodopa e seus derivados.

No parkinsonismo secundário, a principal medida é corrigir o fator causador, como ajustar ou suspender o medicamento responsável.

Nos parkinsonismos atípicos, o foco é o controle sintomático e a reabilitação multidisciplinar, envolvendo fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.

A prática regular de exercícios físicos supervisionados, alimentação equilibrada e acompanhamento psicológico também podem contribuir para uma melhor qualidade de vida.

É importante lembrar que a resposta ao tratamento pode variar conforme o tipo de parkinsonismo, e apenas o médico especialista pode definir a melhor abordagem em cada caso.

Leia também: Você sabia que o tremor raramente aparece nos sintomas iniciais do Parkinson? Entenda

Prognóstico e qualidade de vida

O prognóstico do parkinsonismo varia bastante.

Nos casos secundários, há possibilidade de melhora significativa ou até reversão dos sintomas quando a causa é tratada a tempo.

Já na doença de Parkinson e nos parkinsonismos atípicos, o foco é retardar a progressão dos sintomas e manter a funcionalidade e a independência pelo maior tempo possível.

A adesão ao tratamento, o acompanhamento médico regular e o apoio familiar são determinantes para uma boa evolução.
Além disso, manter hábitos saudáveis (como boa alimentação, sono adequado e estímulos cognitivos) tem papel importante na preservação da qualidade de vida.

O parkinsonismo não é uma única doença, mas um termo clínico que descreve sintomas motores semelhantes aos da doença de Parkinson.

Reconhecer essa diferença é essencial para compreender o diagnóstico e buscar o tratamento correto.

Embora a doença de Parkinson seja uma das causas mais conhecidas, existem outros fatores (como medicamentos, AVCs e síndromes neurológicas) que também podem gerar um quadro de parkinsonismo.

Por isso, qualquer pessoa que apresente tremores, rigidez ou lentidão motora deve procurar avaliação médica especializada, evitando autodiagnóstico ou uso inadequado de medicamentos.

Com diagnóstico preciso, acompanhamento regular e suporte adequado, é possível controlar os sintomas, preservar a autonomia e manter uma boa qualidade de vida.

Leitura Recomendada: Medicamentos para Parkinson fornecidos pelo SUS: veja a lista atualizada e como conseguir

Compartilhe este conteúdo
Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
E-mail: [email protected]

VIRE A CHAVE PARA EMAGRECER

INSCRIÇÕES GRATUITAS E VAGAS LIMITADAS