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Afirmações positivas realmente funcionam? Estudo investiga efeitos sobre o bem-estar
Um estudo publicado em 27 de outubro, na revista American Psychologist, investigou se refletir sobre os próprios valores e qualidades pessoais — uma prática conhecida como afirmações positivas, que vai além de simples frases motivacionais e consiste em pensar ativamente sobre suas forças e princípios — pode realmente melhorar o bem-estar emocional.
Pesquisadores da Universidade de Hong Kong e da Universidade de Oxford analisaram dados de 129 estudos científicos, reunindo mais de 17 mil participantes de diferentes países.
O objetivo foi entender se esse tipo de exercício mental traz benefícios reais e duradouros para o humor, a autoestima e a saúde mental.
O que são as afirmações positivas
As chamadas afirmações positivas, também conhecidas como autoafirmações, são pequenos exercícios de reflexão que ajudam a pessoa a lembrar de seus valores, forças e conquistas.
Diferente de simplesmente “pensar positivo”, elas servem para reforçar a identidade e a autoconfiança, especialmente em momentos de pressão ou dúvida.
Exemplos incluem:
- “Eu sou capaz de aprender com meus erros.”
- “Já enfrentei desafios e consegui superá-los.”
- “Meus esforços têm valor e me ajudam a crescer.”
Segundo os pesquisadores, essas práticas podem funcionar como uma proteção psicológica, ajudando o cérebro a lidar melhor com o estresse e a autocrítica.
O que o estudo descobriu
Os pesquisadores revisaram apenas estudos que testaram a autoafirmação de forma isolada, sem outras intervenções. Eles analisaram quatro áreas principais:
- Bem-estar geral – humor e satisfação com a vida;
- Bem-estar social – senso de pertencimento e conexão;
- Autopercepção – autoestima e valorização pessoal;
- Redução de sintomas negativos – como ansiedade e tristeza.
Em todas as categorias, as afirmações positivas apresentaram efeitos pequenos, mas consistentes.
Os participantes relataram melhora no humor e menos sinais de angústia emocional, e esses efeitos duraram em média cerca de duas semanas após os exercícios.
Esse padrão foi observado em adolescentes, universitários e adultos, com pequenas diferenças:
- Os adultos foram os que mais relataram ganhos na sua autoestima.
- Entre os países, os americanos tiveram uma melhora um pouco maior no bem-estar geral se comparados aos europeus e asiáticos.
Pequenos gestos, grandes efeitos
Um ponto destacado pelos autores é que não são necessárias longas sessões de reflexão.
Atitudes simples (como escrever sobre um valor importante ou lembrar de uma conquista pessoal) já trazem impacto.
Essas práticas, segundo o estudo, ajudam a reduzir a autocrítica e equilibrar as emoções, reforçando a resiliência emocional.
Embora o termo afirmações positivas tenha ganhado espaço em livros e vídeos de autoajuda, o novo estudo reforça que, quando praticadas com propósito e base em evidências, elas têm fundamentos científicos reais.
Os autores destacam, porém, que a maioria das pesquisas foi feita com estudantes dos Estados Unidos, e que novos estudos devem incluir mais adultos e diferentes culturas para confirmar os resultados.
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