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Vacina sem agulha pode ser a peça que faltava contra a gripe aviária
Uma vacina contra gripe aviária aplicada em forma de spray nasal apresentou resultados animadores em humanos. O estudo, publicado em 6 de novembro na revista Nature Communications, mostrou que essa nova estratégia conseguiu ativar o sistema imunológico e deixar o organismo “em alerta” contra diferentes variantes do vírus H5N1.
Esse vírus é o mesmo que tem causado surtos em aves, mamíferos e casos isolados em humanos, preocupando autoridades de saúde em várias partes do mundo.
Por que uma vacina em spray nasal pode ser um divisor de águas
Hoje, quase todas as vacinas contra a gripe são aplicadas no braço, por injeção.
A versão intranasal segue outro caminho.
Ela entra pelo nariz, o mesmo local por onde o vírus costuma atacar.
Isso faz diferença porque ativa a chamada imunidade mucosa, uma barreira de defesa localizada nas vias respiratórias, que age logo nos primeiros minutos da exposição ao vírus, antes de ele se espalhar.
Na teoria, esse tipo de vacina poderia oferecer duas vantagens importantes:
- resposta mais rápida contra o vírus;
- redução da transmissão entre pessoas.
A fórmula usada no estudo combina uma proteína do H5N1 com um adjuvante nanoemulsionado, que é uma substância que potencializa a resposta do sistema imunológico.
Segundo os pesquisadores, o spray foi bem tolerado.
Os efeitos mais comuns foram coriza, irritação e congestão nasal, todos leves.
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Vacina contra a gripe aviária: teste em humanos mostra que o corpo “lembra” do vírus
O estudo envolveu 40 adultos entre 18 e 45 anos.
Eles receberam duas doses do spray nasal e, como esperado para esse tipo de vacina, a resposta inicial foi baixa.
Mas seis meses depois, ao tomar um reforço aplicado no braço, o corpo reagiu com força.
Houve um aumento expressivo de anticorpos e células de memória, capazes de reconhecer várias variantes do H5N1.
Isso indica que o spray “prepara” o sistema imunológico, e o reforço ativa essa proteção.
A vacina também estimulou defesas diretamente no nariz, algo que as injeções nem sempre conseguem.
Um avanço estratégico para evitar futuras pandemias
O vírus H5N1 voltou a preocupar o mundo depois de causar surtos em aves, mamíferos e alguns casos em humanos, inclusive nas Américas.
Por isso, ter uma vacina contra gripe aviária que possa ser aplicada pelo nariz (sem agulha e de forma rápida) pode ser um grande avanço para a saúde pública.
Esse tipo de vacina facilita campanhas de vacinação e pode ser muito útil em situações de emergência, quando é preciso imunizar muitas pessoas em pouco tempo.
Mas os cientistas fazem um alerta. Essa pesquisa ainda está no começo.
É um estudo de fase 1, com poucos participantes, e ainda não é possível saber o quanto a vacina protege na prática.
As próximas etapas terão que mostrar se ela realmente evita a infecção, por quanto tempo dura a proteção e se ajuda a reduzir a transmissão do vírus.
Mesmo assim, os resultados abrem caminho para uma nova geração de vacinas aplicadas pelo nariz, não só contra a gripe aviária, mas também contra outros vírus respiratórios, como a gripe comum e até o coronavírus.
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