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A dieta criada para pressão alta que virou aliada no controle do diabetes
A dieta DASH para diabetes ganhou novo destaque após uma revisão publicada no fim de outubro na revista Frontiers in Nutrition. O trabalho reuniu evidências recentes que reforçam o potencial desse padrão alimentar no cuidado metabólico.
Criada inicialmente para controlar a hipertensão, a dieta DASH mostrou ser eficaz em pontos críticos como o controle da glicemia, do colesterol e do peso.
Além desses fatores, a análise também identificou impactos positivos na redução de inflamações, na melhora da função renal e até na prevenção de complicações associadas ao diabetes, como neuropatia e retinopatia.
Todos esses efeitos vêm de escolhas simples no prato, sem radicalismos ou restrições difíceis de manter.
Por ser prática, acessível e sustentável, a DASH tem ganhado espaço como uma grande aliada de quem convive com diabetes tipo 2 ou está no grupo de risco.
O que é a dieta DASH
Antes de entender por que ela funciona tão bem, vale lembrar o básico. A DASH (sigla em inglês para Abordagens Dietéticas para Combater a Hipertensão) é um estilo alimentar baseado em alimentos naturais e variados.
Ela prioriza frutas, verduras, legumes, grãos integrais, castanhas, feijões, laticínios com baixo teor de gordura e proteínas magras, como peixes e aves.
Ao mesmo tempo, reduz o consumo de sal, açúcar, carnes processadas, frituras e alimentos ultraprocessados.
O segredo está no conjunto de nutrientes (fibras, potássio, magnésio, cálcio e antioxidantes) que ajudam a regular a pressão, glicemia e inflamação.
A revisão científica destaca que esse formato de alimentação entrega benefícios que vão muito além do controle da pressão arterial.
Por que a dieta DASH para diabetes funciona tão bem?
A pessoa com diabetes lida com múltiplos desafios simultâneos no organismo.
Essa condição envolve não apenas o excesso de açúcar no sangue, mas também um estado de inflamação crônica, resistência à insulina, alterações no colesterol e a possibilidade de danos progressivos aos vasos sanguíneos.
A DASH atua justamente nessas frentes:
- Melhora da sensibilidade à insulina: graças ao alto teor de fibras e ao impacto positivo no microbioma intestinal.
- Redução do HbA1c e da glicemia de jejum: estudos mostram quedas mensuráveis após semanas de adesão.
- Proteção dos rins: mulheres com boa adesão à DASH tiveram risco até 80% menor de desenvolver nefropatia diabética.
- Coração mais protegido: redução da pressão arterial, dos triglicerídeos e do colesterol total.
- Menos inflamação e estresse oxidativo: antioxidantes presentes em frutas, verduras e castanhas reduzem danos celulares típicos do diabetes.
- Atenuação de complicações menos comentadas: melhora da elasticidade das artérias, alívio de sinais de neuropatia diabética e potencial de retardar a progressão da retinopatia.
Efeitos que vão além do diabetes
A revisão também chama atenção para benefícios em condições que frequentemente acompanham o diabetes, como síndrome metabólica, esteatose hepática, SOP (síndrome dos ovários policísticos) e até distúrbios do sono relacionados ao desbalanço metabólico.
Isso acontece porque a DASH atua em bases comuns a várias doenças, como inflamação, resistência à insulina e qualidade alimentar ruim.
Como começar a aplicar a dieta DASH no dia a dia
A ideia não é seguir uma “dieta da moda”, e sim reorganizar o padrão alimentar aos poucos.
Algumas mudanças práticas incluem:
- Trocar o arroz branco pelo integral;
- Preencher metade do prato com legumes e verduras;
- Preferir frutas no lanche em vez de doces;
- Reduzir o sal usando ervas, especiarias e temperos naturais;
- Optar por leite e iogurtes com baixo teor de gordura;
- Comer peixe duas vezes por semana;
- Diminuir o consumo de carne vermelha e embutidos.
O estudo reforça que a adesão cresce quando a pessoa adapta a DASH ao seu estilo cultural e ao orçamento.
Ela funciona muito bem tanto no prato brasileiro com arroz, feijão e hortaliças quanto em versões regionais.
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