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Álcool e coração: por que sua frequência cardíaca aumenta durante o sono
Estudo revela que mesmo o consumo moderado de álcool aumenta a frequência cardíaca durante o sono, sobrecarregando o coração. Entenda os riscos e como se proteger.
Um estudo recente da Universidade Ludwig Maximilian de Munique revelou um efeito preocupante: mesmo o consumo moderado de álcool faz seu coração trabalhar mais enquanto você dorme.
Publicado na revista Nutrients, a pesquisa acompanhou 40 adultos saudáveis usando smartwatches e mostrou que o álcool aumenta significativamente a frequência cardíaca noturna, mesmo quando os padrões de sono parecem normais.
Os resultados trazem um alerta importante: o que você bebe à noite pode estar sobrecarregando seu coração sem que você perceba.
O estudo: como o álcool afeta o coração durante o sono
A pesquisa, realizada entre julho de 2024 e janeiro de 2025, monitorou participantes que consumiram doses moderadas de álcool (equivalente a 2-3 drinks) durante três noites consecutivas. Os dados coletados pelos smartwatches revelaram:
- Aumento de 3 batimentos por minuto (bpm) na frequência cardíaca noturna – de 63,6 bpm (sem álcool) para 66,6 bpm (com álcool).
- Nenhuma mudança significativa na duração ou estágios do sono (sono leve, profundo ou tempo total dormido).
- Piora na qualidade subjetiva do sono – 45% dos participantes relataram acordar mais vezes ou ter um descanso menos reparador.
Embora 3 bpm possam parecer pouco, estudos anteriores associam um aumento de 10 bpm noturnos a um risco 10% maior de doenças cardiovasculares. Ou seja: mesmo pequenas alterações podem indicar um estresse cardíaco relevante.
Por que isso acontece? A ciência por trás do efeito
Durante o sono, o corpo deveria entrar em um estado de recuperação, com o sistema nervoso parassimpático (responsável pelo “descanso”) dominando. Mas o álcool desregula esse equilíbrio, ativando o sistema nervoso simpático – o mesmo que acelera o coração em situações de estresse.
3 mecanismos explicam esse efeito:
- Ativação do sistema nervoso simpático → Libera adrenalina e cortisol, aumentando a FC.
- Vasodilatação → O álcool dilata os vasos sanguíneos, forçando o coração a bombear com mais força.
- Desidratação → O álcool reduz a hidratação, tornando o sangue mais viscoso e dificultando a circulação.
Curiosidade: Muitas pessoas acreditam que o álcool “ajuda a dormir”, mas os dados mostram que, mesmo sem alterar o tempo total de sono, ele compromete sua qualidade e sobrecarrega o coração.
Quem é mais afetado? Diferenças entre homens e mulheres
O estudo identificou que alguns grupos tiveram efeitos mais acentuados:
- Mulheres → Apresentaram maior aumento na frequência cardíaca.
- Pessoas com IMC abaixo de 25 → Coração mais sensível aos efeitos do álcool.
- Fumantes → Impacto cardiovascular potencializado.
Importante: O tipo de bebida (cerveja, vinho, destilados) não influenciou os resultados – o problema está no álcool em si, não na sua fonte.
O que isso significa para sua saúde?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou que nenhuma quantidade de álcool é completamente segura. Este estudo reforça que, mesmo em doses moderadas, o álcool:
- Aumenta o trabalho cardíaco durante o sono → Risco de hipertensão e arritmias.
- Piora a percepção de qualidade do sono → Mesmo sem mudanças nos estágios do sono.
- Pode contribuir para problemas cardiovasculares a longo prazo → Principalmente em quem já tem predisposição.
Como minimizar os efeitos? 3 recomendações práticas
Se você costuma beber à noite, essas estratégias podem ajudar:
- Reduza a quantidade → Evite ultrapassar 1 dose por noite (14g de álcool).
- Hidrate-se bem → Água entre os drinks ajuda a reduzir a desidratação.
- Deixe um intervalo de 2-3 horas antes de dormir → Dê tempo para o corpo metabolizar o álcool.
Vale a pena o risco?
Se você se preocupa com a saúde do coração e a qualidade do sono, vale repensar o hábito de beber à noite. O estudo mostra que, mesmo em quantidades socialmente aceitas, o álcool exige mais do seu coração enquanto você dorme – e esse efeito pode ter consequências a longo prazo.
Fica a reflexão: Será que aquela taça de vinho antes de dormir realmente vale a pena?
Referência
Estudo original: [Nutrients (2025), Ludwig Maximilian University of Munich].
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