Batatas podem aumentar o risco de diabetes? Entenda a relação e como consumir de forma segura

Para muita gente, batatas são sinônimos de conforto: purê cremoso, batata assada no forno ou aquela porção de batata frita crocante no fim de semana.

Mas, quando o assunto é diabetes tipo 2 (ou mesmo a prevenção da doença), será que existe um jeito certo ou errado de comer batata?

A resposta curta é: depende da forma de preparo, da quantidade e do que mais está no seu prato. E a ciência já tem pistas importantes sobre isso.

Por que as batatas estão ligadas ao diabetes?

A batata é o terceiro alimento mais consumido no mundo e, embora seja rica em vitamina C, potássio, fibras e antioxidantes, também é uma fonte concentrada de amido, um tipo de carboidrato que se transforma rapidamente em glicose no sangue.

O chamado índice glicêmico da batata é alto, especialmente quando ela é consumida cozida demais, amassada ou frita.

Isso significa que, logo após a refeição, a glicose no sangue pode subir rapidamente, exigindo mais trabalho da insulina para manter os níveis normais.

A longo prazo, picos de glicose frequentes podem contribuir para resistência insulínica e aumento do risco de diabetes tipo 2.

O papel da forma de preparo

Nem toda batata age igual no organismo. A diferença está na combinação de processamento, gordura e outros alimentos da refeição.

Batata frita: quando mergulhada em óleo quente, absorve gordura e concentra calorias. Geralmente vem acompanhada de outros alimentos pouco saudáveis (hambúrgueres, refrigerantes), criando um pacote que favorece ganho de peso e piora da sensibilidade à insulina.

Batata assada ou cozida: preserva mais nutrientes e tem menor densidade calórica, especialmente se consumida com casca e acompanhada de vegetais e proteínas magras.

Purê de batata industrializado: costuma ter adição de creme, manteiga e até açúcar, aumentando carga calórica e glicêmica.

A combinação tipo de batata + preparo + contexto da refeição é o que determina o impacto final no organismo.

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O que diz a ciência

Um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) em 2025 analisou dados de mais de 200 mil pessoas acompanhadas por décadas. O trabalho encontrou que:

  • Pessoas que comiam mais batata frita tinham risco significativamente maior de desenvolver diabetes tipo 2, até 20% a mais para cada três porções semanais adicionais.
  • Já a batata assada, cozida ou amassada não mostrou aumento significativo de risco quando o consumo estava inserido em um padrão alimentar equilibrado.
  • Substituir parte das batatas por grãos integrais (como arroz integral ou quinoa) estava associado a menor risco de diabetes.

Ou seja: não é a batata em si que “causa” diabetes, mas sim o padrão alimentar e o preparo que fazem a diferença.

Batata e quem já tem diabetes

Para quem já tem diabetes tipo 2 ou pré-diabetes, a batata não precisa ser proibida, mas precisa de planejamento:

  • Controle de porção: pequenas quantidades (½ batata média) em refeições balanceadas ajudam a evitar picos de glicose.
  • Combinação inteligente: associe a batata com alimentos ricos em fibras e proteínas (feijão, lentilha, peixe, frango, salada). Isso diminui a velocidade de absorção da glicose.
  • Atenção ao horário: incluir batata no almoço pode ser melhor do que no jantar, pois há mais tempo para o corpo utilizar a energia ao longo do dia.

Batatas podem aumentar o risco de diabetes? Sim, especialmente quando consumidas fritas em excesso. Estudos mostram que comer batata frita com frequência está associado a maior risco de diabetes tipo 2. Já batatas cozidas, assadas ou amassadas, em porções moderadas e dentro de uma dieta equilibrada, não apresentam o mesmo efeito.

Purê de batatas com frango.
Purê de batatas com frango. Foto Canva PRO

Como consumir batata de forma saudável

  • Prefira batata com casca: aumenta o teor de fibras.
  • Cozinhe no vapor ou asse: evita absorção excessiva de gordura.
  • Combine com legumes variados: dilui a carga glicêmica da refeição.
  • Experimente batata-doce ou inhame: têm índice glicêmico menor e mais fibras.
  • Evite batata frita frequente: guarde para ocasiões pontuais.

A prevenção começa no prato inteiro, não em um único alimento

É importante lembrar que o risco de diabetes não se resume a um único ingrediente. Ele é resultado de um conjunto de escolhas alimentares, prática de atividade física, controle de peso, sono adequado e manejo do estresse.

No caso da batata, a mensagem central é: modere a quantidade, escolha preparos mais saudáveis e cuide do restante da dieta. Assim, você pode continuar aproveitando o sabor desse alimento sem colocar sua saúde em risco.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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