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Beber muito refrigerante faz mal – Médico alerta após cirurgia assustadora
Caso do paciente que retirou 35 pedras da bexiga liga o alerta de que beber muito refrigerante faz mal e pode aumentar os riscos de doenças graves.
Beber muito refrigerante faz mal, e não faltam exemplos — e estudos — para comprovar isso. Recentemente, um caso chamou a atenção nas redes sociais e acendeu um importante alerta para os riscos do consumo dessas bebidas.
Um urologista de Minas Gerais viralizou ao compartilhar o caso de um paciente que, após anos bebendo de 2 a 3 litros de refrigerante por dia, desenvolveu dezenas de pedras na bexiga.
No total, foram retirados 35 cálculos durante uma cirurgia.
O caso acendeu o alerta para um problema que muita gente ainda ignora: beber muito refrigerante faz mal, e não é preciso exagerar como o paciente citado para sofrer consequências graves.
Estudos mostram que o simples consumo diário de uma lata de bebida adoçada já é suficiente para aumentar significativamente o risco de doenças sérias, como cálculos urinários, obesidade e até câncer.
Você verá aqui no SaúdeLab o que aconteceu com o paciente mineiro e, com base em estudos científicos, entender por que beber muito refrigerante faz mal e pode ter consequências sérias.
O caso que viralizou: 35 pedras retiradas da bexiga
O médico responsável pelo procedimento é o urologista Dr. Thales Franco de Andrade, que atua em Ituiutaba (MG), mas realizou a cirurgia em Capinópolis, também no Triângulo Mineiro.
Em vídeo publicado nas redes sociais, ele mostra um recipiente repleto de cálculos urinários, alguns deles bem maiores do que o habitual.
Inicialmente, o plano era remover as pedras com o uso de laser, uma técnica menos invasiva.
Porém, ao constatar a quantidade e o tamanho dos cálculos, a equipe médica optou por uma cirurgia aberta.
O paciente, um homem que relatou consumir de dois a três litros de refrigerante por dia, já apresentava sintomas há anos, como dificuldade para urinar e sensação de peso na região pélvica.
Segundo o médico, o paciente tinha uma condição chamada estenose uretral (um estreitamento do canal urinário), o que dificultava o esvaziamento completo da bexiga.
Essa retenção urinária prolongada, somada ao excesso de refrigerante e à baixa ingestão de água, favoreceu a formação dos cálculos ao longo do tempo.
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Por que beber muito refrigerante faz mal?
O refrigerante pode parecer inofensivo no dia a dia, mas a ciência mostra que seus ingredientes têm impactos profundos na saúde.
O Dr. Thales explica que essas bebidas são ricas em ácido fosfórico e açúcares, dois elementos que contribuem para o surgimento de pedras nos rins e na bexiga.
Veja os principais efeitos do consumo excessivo de refrigerantes:
- Acidificação da urina: facilita a formação de cristais e cálculos.
- Aumento da excreção de cálcio: o excesso de ácido fosfórico leva o organismo a liberar mais cálcio na urina.
- Maior concentração de oxalato e fosfato de cálcio: substâncias que se combinam para formar pedras.
- Desidratação: quem bebe muito refrigerante costuma consumir menos água, prejudicando os rins.
Outro ponto importante é que o excesso de açúcar e aditivos químicos presentes nos refrigerantes pode gerar um processo inflamatório crônico no organismo.
Esse processo está associado ao surgimento de doenças metabólicas, cardiovasculares e até mesmo distúrbios neurológicos.
Além disso, o consumo rotineiro dessas bebidas pode prejudicar o funcionamento dos órgãos ao longo dos anos, principalmente quando combinado com outros fatores, como má alimentação e sedentarismo.
Estudo aponta risco aumentado de câncer e doenças do fígado
Se o caso mineiro já não fosse suficiente para ligar o sinal de alerta, pesquisas científicas recentes reforçam que beber muito refrigerante faz mal também para outros órgãos, como o fígado.
E quando falamos em “beber muito refrigerante”, estamos nos referindo ao consumo regular dessa bebida.
Um estudo publicado na revista JAMA (Journal of the American Medical Association) revelou que o consumo diário de bebidas adoçadas aumenta em até 85% o risco de câncer de fígado, em comparação com quem consome essas bebidas raramente.
Esse mesmo estudo apontou que o risco de morte por doenças hepáticas crônicas era 68% maior entre quem bebia essas bebidas pelo menos uma vez por dia.
A pesquisa, que acompanhou por mais de 20 anos mulheres na pós-menopausa nos Estados Unidos, revelou os efeitos de longo prazo do consumo contínuo.
Outro dado preocupante é que até mesmo refrigerantes diet e sucos adoçados artificialmente estiveram associados a um risco 17% maior de câncer de fígado.
Isso mostra que o problema não está apenas no açúcar, mas também nos adoçantes artificiais e outros componentes químicos presentes nessas bebidas.
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Impacto na saúde pública: mortes, obesidade e custos bilionários
De acordo com um estudo solicitado pela organização ACT Promoção da Saúde, bebidas adoçadas como refrigerantes são responsáveis por cerca de 13 mil mortes por ano no Brasil.
Elas também estão diretamente ligadas a 20% dos casos de sobrepeso e obesidade infantil, afetando quase 3 milhões de crianças.
Os impactos não param por aí.
O Sistema Único de Saúde (SUS) gasta em torno de R$ 3 bilhões anuais no tratamento de doenças causadas ou agravadas pelo consumo desses produtos, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e problemas renais.
Outro levantamento, feito pelo Global Dietary Database e publicado na revista Nature Communications, mostrou que o consumo mundial de bebidas adoçadas cresceu 15,9% entre 1990 e 2018.
Regiões como América Latina e Caribe estão entre as que mais consomem, com uma média de 7,8 porções semanais, quase o triplo da média mundial.
Como reduzir os riscos e mudar hábitos?
Diante de tantos dados e exemplos, não há mais dúvidas: beber muito refrigerante faz mal, e os efeitos são cumulativos.
Portanto, para prevenir muitos desses problemas, é importante adotar algumas mudanças simples no dia a dia:
- Substitua refrigerantes por água, água com gás e sucos naturais sem açúcar.
- Evite comprar grandes embalagens, pois isso estimula o consumo excessivo.
- Prefira manter a hidratação com água ao longo do dia, especialmente em dias quentes ou após exercícios.
- Esteja atento ao consumo de adoçantes artificiais, pois eles também têm riscos.
A adesão a uma alimentação mais natural e equilibrada é a melhor forma de proteger o organismo.
Frutas, vegetais, grãos integrais e o consumo regular de água ajudam a manter o bom funcionamento dos rins, fígado e intestino, contribuindo para a saúde geral do corpo.
No caso do paciente mineiro, a cirurgia foi apenas parte do tratamento.
O médico ressaltou a importância de corrigir os fatores que causaram o problema (como o estreitamento da uretra) e reforçou que a mudança de hábitos é essencial para evitar que os cálculos voltem a se formar.
Beber muito refrigerante faz mal: o recado por trás do caso que viralizou
Mais do que um vídeo impactante nas redes sociais, o caso do paciente que precisou retirar 35 pedras da bexiga serve como alerta para todos nós.
O refrigerante, que muitas vezes está presente nas refeições diárias de forma quase automática, pode ser um verdadeiro vilão silencioso.
Beber muito refrigerante faz mal, e o corpo sente os efeitos com o passar do tempo, seja com dores nos rins, ganho de peso, doenças crônicas ou até câncer.
Priorizar a saúde deve ser uma escolha diária, não apenas quando os sintomas aparecem.