Bichectomia: entenda quais são os riscos do procedimento para ‘afinar’ o rosto

Especialista relaciona a cirurgia ao envelhecimento precoce do rosto e não recomenda o procedimento

Nos últimos tempos, a bichectomia – retirada permanente da gordura na região da bochecha, a chamada bola de Bichat – tem tomado grande repercussão na internet. O procedimento cirúrgico estético-funcional é realizado com o objetivo de reduzir o tamanho das bochechas, proporcionando ao paciente um rosto mais fino. Várias pessoas, porém, relataram danos colaterais consequentes da cirurgia como o afundamento das bochechas, lesão de algumas estruturas, assimetria facial, além de flacidez com aspecto de pele caída. Entenda mais aqui no SaúdeLAB.

Bichectomia

Os perigos do procedimento são evidenciados em perfis no instagram – como é o caso da página @vitimasdabichectomia –  e grupos de apoio no whatsapp, criados por vítimas, para apoiar outras pessoas que sofreram danos colaterais da bichectomia e alertar aquelas que ainda pensam em fazer o procedimento.

Outros problemas incluem lesões do nervo facial, gerando paralisia, hemorragias e infecções. “A gordura é essencial para sustentação da face e, muitas vezes, não é nossa inimiga. Influenciadoras e a mídia trazem a bichectomia como uma operação com ótimos resultados, já que, no primeiro momento, o rosto realmente aparenta harmonia. Mas, a longo prazo, depois de cerca de dois anos, o procedimento pode minimizar drasticamente a gordura e sustentação do rosto, causando envelhecimento precoce, olheiras e flacidez”, explica o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Victor Cutait.

O especialista afirma que o resultado final a longo prazo tem altas chances de ser insatisfatório tanto fisicamente, já que deixa o rosto com aparência envelhecida e desigual, quanto emocionalmente, pois, o procedimento, que deveria aumentar a autoestima, tem efeito totalmente contrário e abala a autoconfiança dos pacientes.

Apesar da cirurgia ser relativamente simples e pouco invasiva, o especialista adverte que há uma certa banalização do procedimento, pois  é mais complexo do que os centros estéticos demonstram. “Essa região é ligada a uma área muito delicada da face, próxima a várias terminações do nervo facial, ducto parotídeo, por onde a saliva circula da glândula parótida para a boca, e dos principais vasos sanguíneos da face”, explica o médico.

Cirurgia da moda

O médico também aponta que, embora recentemente esteja em evidência, a cirurgia existe há cerca de 60 anos e, ao longo do tempo, tem picos de modismos. Ele complementa: “A bichectomia é solicitada eventualmente no meu consultório por pacientes que desejam um rosto menos redondo e, na maioria dos casos, eu não recomendo a operação, pois traz resultados negativos. Há também situações em que o rosto tem aparência mais alongada e arredondada em razão de outras causas e não da bochecha, como a hipertrofia do músculo masseter, sendo assim, a retirada da gordura da bochecha não resulta na aparência mais fina do rosto”, revela o profissional.

Conheça procedimentos seguros que, ao contrário da bichectomia, ajudam no rejuvenescimento facial

Blefaroplastia 

A cirurgia corrige o excesso de pele nas pálpebras, o que causa perda de firmeza ao longo dos anos. O acúmulo de pele ao redor dos olhos dá a sensação de cansaço e aparência envelhecida. “Nas mulheres e também nos homens, o excesso de pele traz o aspecto de olhar caído e cansado, o que influencia muito na autoestima e bem estar, já que, em situações mais extremas, chega a atrapalhar a visão”, explica o profissional.

O procedimento é simples e é realizado tanto em clínicas quanto em ambiente hospitalar. Além disso, pode ser feita na região superior ou inferior das pálpebras. “A blefaroplastia é feita sob anestesia local com ou sem sedação, podendo ser associada com outras cirurgias”, explica.

Segundo o Dr. Victor, o procedimento possui recuperação rápida e praticamente indolor.

Otoplastia

A otoplastia visa corrigir ou alterar a forma e tamanho das orelhas. O procedimento pode ser realizado a partir dos, cinco anos, obrigatoriamente sob sedação e em ambiente hospitalar. Para pacientes acima de 14 anos, a cirurgia poderá ser feita com anestesia local. “O período de recuperação também é curto e o resultado é visto logo nos primeiros dias”, explicou o médico.

Rinoplastia 

O nariz é uma das partes de mais destaque no rosto, e justamente por isso, ganhou maior atenção no período de pandemia – quando as atenções estavam voltadas para a câmera frontal de celulares e computadores em reuniões online.

O médico destaca que o procedimento na estrutura nasal é uma cirurgia muito delicada e que deve ser feita após estudo minucioso da anatomia do nariz e as necessidades do paciente. “Há diversos procedimentos que podem ser feitos em uma rinoplastia, como afinar as asas nasais, aumentar ou diminuir o comprimento do nariz, oferecer alinhamento à ponta, e também diminuir a giba óssea, mais conhecido como ‘osso’ do nariz”, explica.

Ritidoplastia

O procedimento, também conhecido como “lifting facial”, é a cirurgia que reposiciona a pele e as estruturas profundas do rosto e pescoço. O procedimento tem o objetivo de esticar estruturas faciais como pele, gordura e músculos dando ao rosto uma aparência mais jovial.

“Assim como se arruma uma cama, esticando todos os lençóis e depois cobrindo com a colcha, na ritidoplastia colocamos todas as estruturas nos seus devidos lugares, reposicionando  toda a pele”, explicou o médico.

O procedimento é indicado para as pessoas que notaram perda expressiva da elasticidade da pele.

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