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Cães detectam doença de Parkinson pelo cheiro da pele, aponta estudo
Você já teve alguém próximo diagnosticado com Parkinson? Ou talvez sinta receio de desenvolver a doença no futuro?
A incerteza, os sintomas que demoram a aparecer e a falta de um teste definitivo podem gerar angústia em quem convive com essa realidade.
Afinal, quanto mais cedo se descobre uma doença, maiores são as chances de controle e qualidade de vida.
Mas e se houvesse uma forma mais precoce, simples e natural de identificar o Parkinson antes mesmo dos sinais mais evidentes?
Enquanto a ciência ainda busca uma cura, o avanço de estratégias de detecção precoce está se mostrando promissor – inclusive com a ajuda de um dos nossos maiores aliados: os cães.
Por que o diagnóstico precoce do Parkinson ainda é um desafio?
A doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo progressivo, que afeta principalmente a coordenação motora, mas também pode impactar o sono, o humor, o olfato e até a digestão.
O grande desafio? Ela se desenvolve de forma silenciosa por muitos anos, e os sintomas mais claros – como tremores e rigidez muscular – só aparecem quando há uma perda significativa de neurônios.
Hoje, não existe um teste específico ou um marcador único que confirme o diagnóstico. O que temos é um conjunto de avaliações clínicas e exames complementares que, muitas vezes, só fecham o diagnóstico quando a doença já está avançada.
É por isso que qualquer nova forma de identificação precoce ganha tanta relevância.
O corpo fala antes dos sintomas: como identificar os sinais silenciosos?
Antes mesmo de surgirem os sintomas motores, muitas pessoas relatam:
- Perda de olfato ou alteração no cheiro corporal
- Constipação persistente
- Distúrbios do sono (como movimentos bruscos durante o sono REM)
- Mudanças de humor ou apatia
- Caligrafia menor e mais apertada
- Leve tremor ou sensação de rigidez em um dos lados do corpo
Esses sinais nem sempre são exclusivos do Parkinson, mas podem servir como alertas precoces. Por isso, manter o corpo sob observação e buscar acompanhamento médico com regularidade é fundamental.
Hábitos que podem ajudar a proteger o cérebro
Embora o Parkinson não tenha cura, alguns hábitos podem ajudar a proteger o cérebro e contribuir com a prevenção de doenças neurodegenerativas:
- Alimentação anti-inflamatória: frutas vermelhas, vegetais verdes escuros, azeite de oliva extravirgem e cúrcuma são exemplos de alimentos que ajudam a combater inflamações crônicas, que estão ligadas ao envelhecimento cerebral.
- Atividade física regular: movimentar-se ajuda a estimular a produção de neurotransmissores e melhora a saúde global do cérebro.
- Sono de qualidade: dormir bem é essencial para o processo de “limpeza” cerebral, que ocorre durante o sono profundo.
- Redução do estresse crônico: técnicas como meditação, caminhadas ao ar livre, yoga e convívio social saudável são poderosos aliados da saúde neurológica.
- Estimulação cognitiva: leitura, aprendizado de novas habilidades e jogos mentais mantêm o cérebro ativo e resiliente.
A surpresa da ciência: cães podem detectar Parkinson pelo cheiro da pele
Você sabia que o corpo de quem tem Parkinson emite um odor específico?
Pesquisadores do Reino Unido confirmaram isso em um estudo publicado em julho de 2025 no Journal of Parkinson’s Disease.
Em colaboração com a organização Medical Detection Dogs e as universidades de Bristol e Manchester, cientistas treinaram dois cães (um golden retriever e um labrador preto) para farejar amostras de sebo (óleo natural da pele) de pessoas com e sem Parkinson.
O resultado surpreendeu:
Os cães conseguiram detectar a doença com até 80% de sensibilidade e 98% de especificidade.
E o mais impressionante: eles identificaram o Parkinson mesmo em pessoas que ainda não apresentavam todos os sintomas ou tinham outras doenças associadas.
A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de testes olfativos não invasivos, como sensores eletrônicos que imitem o olfato canino e ajudem na triagem precoce.
Segundo a professora Nicola Rooney, da Universidade de Bristol, “os cães mostraram que existe uma assinatura olfativa distinta em pessoas com a doença”.
A pesquisa faz parte do projeto Nose2Diagnose, que busca tecnologias baseadas em aromas para diagnóstico médico.
O que essa descoberta significa para você?
Mais do que uma curiosidade científica, essa pesquisa mostra que nosso corpo dá sinais muito antes de um diagnóstico formal, e que métodos naturais (como o olfato de um cão) podem ter um papel importante na medicina do futuro.
Enquanto a ciência ainda avança, você pode:
- Observar melhor os sinais do seu corpo
- Adotar hábitos saudáveis para proteger o cérebro
- Incentivar familiares a buscarem acompanhamento médico diante de mudanças sutis, mas persistentes
- Apoiar iniciativas científicas que promovam diagnóstico precoce e acessível
A conexão entre humanos e cães, que atravessa séculos, agora pode ganhar um novo papel: o de salvar vidas com o faro.
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