Calor extremo pode atrasar o desenvolvimento do seu filho e estudo orienta como evitar danos

Quando pensamos nos impactos das altas temperaturas, costumamos lembrar de queimaduras de sol, desidratação ou simples cansaço. Mas a ciência mostra que há mais acontecendo em silêncio.

Um estudo publicado em 8 de dezembro, que acompanhou quase vinte mil crianças em seis países, revelou uma relação importante entre calor extremo e desenvolvimento infantil.

Segundo os pesquisadores, a temperatura do ambiente nos primeiros anos de vida pode influenciar habilidades básicas que a criança deveria estar conquistando nessa fase.

Calor extremo e o desenvolvimento infantil: as crianças são mais sensíveis do que parece

Foram avaliadas pelo estudo crianças de três e quatro anos em seis países de clima quente.

Nesse cenário, um padrão chamou a atenção. Quando a média das temperaturas máximas ultrapassava os 32 °C ao longo dos primeiros anos de vida, a probabilidade de a criança estar “no caminho esperado” em seu desenvolvimento diminuía.

As habilidades mais afetadas foram justamente as ligadas ao início da alfabetização e ao raciocínio lógico, que são áreas sensíveis do ponto de vista do aprendizado.

A ciência aponta possíveis explicações:

  • o corpo infantil tem mais dificuldade para regular a própria temperatura;
  • a desidratação chega mais rápido;
  • o sono tende a piorar;
  • e a disposição para brincar diminui quando faz muito calor.

Quando esses fatores se repetem ao longo de meses, podem interferir no ritmo do aprendizado.

Onde o calor pesa ainda mais no desenvolvimento

Os pesquisadores também destacam que o impacto não é igual para todas as famílias.

Crianças que vivem em casas sem ventilação adequada, com pouco acesso a água potável ou em regiões com saneamento precário são mais vulneráveis.

Nos centros urbanos, o efeito é ainda maior por causa das chamadas “ilhas de calor”, onde a temperatura fica mais elevada do que em áreas rurais.

Nesse cenário, o calor acaba se somando a outros desafios já presentes na rotina dessas famílias, criando um quadro que pode dificultar ainda mais o desenvolvimento infantil.

O papel da rotina familiar

Os resultados ajudam a explicar por que, durante períodos muito quentes, muitos pais notam seus filhos mais irritados, cansados ou com dificuldade para dormir.

Quando a temperatura sobe, a rotina muda. O corpo precisa trabalhar mais para manter o equilíbrio, o humor oscila e a energia para brincar e aprender diminui, especialmente entre os menores.

Como proteger as crianças nos dias mais quentes

Alguns cuidados simples já fazem diferença:

  • oferecer água com frequência,
  • priorizar refeições leves,
  • evitar sol nos horários de pico,
  • manter os ambientes o mais frescos possível.

Também vale observar sinais de alerta, como sonolência excessiva, irritabilidade, perda de apetite ou apatia; todos podem indicar que a criança está sofrendo com o calor.

Para os bebês, essa atenção deve ser redobrada. Eles dependem totalmente dos adultos para regular o ambiente.

Um alerta que vale para agora (e para o futuro)

O estudo deixa claro que estamos diante de um tema que tende a crescer nos próximos anos.

Com as temperaturas subindo no mundo todo, os impactos do calor no desenvolvimento infantil já começam a aparecer.

Faz-se necessário pensar em adaptações que vão além das casas; creches, escolas, espaços públicos e as próprias cidades precisarão estar preparadas para proteger as crianças em um clima cada vez mais quente.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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