Candidíase de repetição: por que acontece e como tratar de forma eficaz

Se você tem candidíase que volta sempre, não está sozinha. A chamada candidíase de repetição é um problema comum que afeta muitas mulheres em diferentes fases da vida, causando desconforto físico e emocional.

Apesar de ser uma infecção conhecida, quando as crises se tornam frequentes, o quadro pode indicar um desequilíbrio interno que precisa ser investigado e tratado de forma mais abrangente.

Hoje, você vai entender por que a candidíase de repetição acontece, quais são as causas mais comuns, como é feito o diagnóstico e quais medidas realmente funcionam no tratamento e na prevenção.

O que é candidíase de repetição

A candidíase é uma infecção causada principalmente pelo fungo Candida albicans, que normalmente vive em equilíbrio na flora vaginal, intestinal e oral. O problema surge quando esse equilíbrio se rompe, permitindo a multiplicação excessiva do fungo.

O termo candidíase de repetição é usado quando a mulher tem três ou mais episódios de infecção por ano. Nessas situações, o tratamento isolado com antifúngicos tende a aliviar os sintomas, mas não resolve a causa subjacente (por isso a infecção volta em pouco tempo).

Além do incômodo físico, a repetição das crises costuma gerar ansiedade, frustração e até impacto na vida sexual. Por isso, identificar o motivo das recorrências é essencial para um controle duradouro.

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Por que a candidíase volta? Causas mais comuns

A candidíase de repetição não é causada apenas pela presença do fungo, mas por condições que favorecem o seu crescimento. Conhecer essas causas ajuda a direcionar o tratamento e prevenir novas crises.

1. Desequilíbrio da flora vaginal e intestinal

O uso frequente de antibióticos, dietas pobres em fibras ou o excesso de açúcar podem alterar a microbiota — o conjunto de microrganismos que protege o organismo.

Quando as bactérias benéficas diminuem, a Candida encontra espaço para se multiplicar.

2. Imunidade baixa

Estresse constante, noites mal dormidas, deficiências nutricionais e algumas doenças crônicas reduzem as defesas do corpo, facilitando a reincidência da infecção.

3. Uso de anticoncepcionais hormonais

Os anticoncepcionais à base de estrogênio podem alterar o pH vaginal e favorecer a proliferação do fungo, especialmente em mulheres predispostas.

4. Diabetes mal controlado

A glicose elevada no sangue e nas secreções vaginais cria um ambiente propício para o crescimento da Candida. Por isso, é importante manter o controle glicêmico adequado.

5. Roupas apertadas e umidade constante

Roupas íntimas sintéticas, calças muito justas e biquínis úmidos por longos períodos aumentam a temperatura local e retêm umidade, fatores que estimulam a multiplicação do fungo.

6. Hábitos de higiene e uso de produtos irritantes

Sabonetes íntimos perfumados, duchas vaginais e lenços umedecidos podem alterar o pH e remover a proteção natural da mucosa, deixando a região mais vulnerável.

7. Relações sexuais e reinfecção pelo parceiro

Embora a candidíase não seja considerada uma infecção sexualmente transmissível, o parceiro pode abrigar o fungo e contribuir para a reinfecção se não for tratado.

Esses fatores, isolados ou combinados, explicam por que muitas mulheres têm candidíase de repetição, mesmo cuidando da higiene e seguindo tratamentos convencionais.

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Diagnóstico: quando procurar o médico

Quando as crises se tornam frequentes, o ideal é procurar um ginecologista para confirmar o diagnóstico. Nem toda coceira ou corrimento é candidíase — outras infecções vaginais podem causar sintomas parecidos.

O diagnóstico é feito com exame clínico e análise da secreção vaginal, que permite identificar o fungo e descartar outras causas.

Em casos de candidíase de repetição, o médico pode solicitar exames adicionais, como cultura fúngica, testes hormonais e glicemia, para investigar fatores associados.

Evitar a automedicação é fundamental. O uso contínuo de pomadas ou comprimidos antifúngicos sem acompanhamento pode mascarar sintomas e dificultar o controle da infecção.

Tratamento da candidíase de repetição: o que realmente funciona

O tratamento eficaz da candidíase de repetição vai além do uso de antifúngicos. Ele precisa corrigir os fatores que favorecem a multiplicação da Candida e restabelecer o equilíbrio do organismo.

1. Tratamento médico individualizado

O médico pode prescrever antifúngicos de uso oral ou local por períodos mais longos, além de tratar o parceiro quando há reinfecção. Em alguns casos, são usados esquemas de manutenção mensal para prevenir novas crises.

2. Reequilíbrio da microbiota vaginal e intestinal

O uso de probióticos específicos pode ajudar a restaurar as bactérias benéficas e reduzir as chances de recorrência. A alimentação rica em fibras, frutas e vegetais também auxilia nesse processo.

3. Controle de doenças associadas

Se houver diabetes, distúrbios hormonais ou imunidade baixa, o tratamento dessas condições é indispensável para eliminar o problema pela raiz.

4. Ajustes no estilo de vida

Práticas simples, como dormir bem, reduzir o estresse e manter uma rotina alimentar equilibrada, fortalecem as defesas naturais do corpo.

5. Cuidados durante o tratamento

Evitar relações sexuais durante as crises, não usar roupas apertadas e manter a região seca ajudam a acelerar a recuperação.

O acompanhamento médico é essencial para ajustar o tratamento conforme a resposta do organismo. O objetivo é evitar que o fungo volte a se multiplicar e interromper o ciclo de reinfecções.

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Como prevenir novas crises de candidíase

A prevenção é a etapa mais importante para quem sofre com candidíase de repetição. Pequenas mudanças de hábito podem fazer grande diferença:

  • Prefira roupas íntimas de algodão e evite tecidos sintéticos.
  • Não permaneça com roupas molhadas por muito tempo após o banho ou piscina.
  • Evite o uso prolongado de absorventes diários e duchas vaginais.
  • Mantenha uma alimentação equilibrada, com menos açúcar e carboidratos simples.
  • Dê atenção à saúde intestinal e ao uso consciente de antibióticos.
  • Faça acompanhamento regular com o ginecologista, mesmo quando estiver sem sintomas.

Esses cuidados ajudam a manter o pH e a flora vaginal equilibrados, dificultando a proliferação do fungo.

Candidíase não é uma DST

Um ponto importante que causa muita confusão é a ideia de que a candidíase é uma doença sexualmente transmissível (DST).

Na verdade, ela não é considerada uma DST, porque o fungo Candida albicans já faz parte da microbiota natural do corpo humano (tanto de mulheres quanto de homens). Ou seja, ele pode estar presente normalmente na pele, na boca, no intestino e na região genital sem causar sintomas.

A infecção acontece quando há desequilíbrio no organismo, e não necessariamente por contato sexual.

Assim, uma mulher pode desenvolver candidíase mesmo sem ter tido relações sexuais, principalmente se houver fatores como baixa imunidade, uso de antibióticos, alterações hormonais ou roupas muito apertadas.

Embora o parceiro possa, em alguns casos, apresentar sintomas e contribuir para a reinfecção, isso não significa que a infecção foi “transmitida” sexualmente, e sim que ambos precisam restaurar o equilíbrio da flora genital.

Por isso, o tratamento é voltado para corrigir as causas internas e prevenir novos episódios, e não para evitar contágio.

Candidíase de repetição tem cura?

Embora o termo “cura definitiva” não seja o mais adequado, é possível controlar completamente o problema e evitar novas crises por longos períodos. Quando a causa é identificada e tratada (seja hormonal, imunológica ou relacionada à microbiota) a mulher volta a ter equilíbrio natural e qualidade de vida.

O segredo está em tratar o corpo de forma integrada, associando acompanhamento médico, alimentação adequada e hábitos saudáveis. Em muitos casos, após o ajuste desses fatores, as crises deixam de ocorrer.

A candidíase de repetição é um sinal de que algo está em desequilíbrio no organismo, e não apenas uma infecção isolada. Com diagnóstico correto e tratamento completo, é possível quebrar o ciclo das recorrências e recuperar o bem-estar íntimo.

Buscar orientação médica é essencial para descobrir a causa e receber o tratamento mais adequado. Cuidar da saúde como um todo (corpo, alimentação e equilíbrio emocional) é a base para prevenir a candidíase e promover uma vida mais saudável e confortável.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
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