Canela faz mal para o fígado? Descubra seus efeitos hepáticos

A canela é uma das especiarias mais utilizadas no mundo, conhecida por seu aroma marcante e pelos possíveis benefícios à saúde.

Nos últimos anos, seu uso tem se tornado cada vez mais popular entre pessoas que buscam emagrecer, controlar os níveis de açúcar no sangue ou acelerar o metabolismo por meio de métodos naturais.

No entanto, junto com essa popularidade, também surgiram dúvidas: será que a canela faz mal para o fígado?

Mas o que diz a ciência sobre isso? E como usar a canela de forma segura?

Por que surgiu a dúvida se a canela faz mal ao fígado?

A canela ganhou destaque como um possível aliado natural na perda de peso, no controle da glicemia e até na melhora da digestão.

Esses benefícios, associados ao fácil acesso da especiaria e ao seu uso tradicional em diversas culturas, contribuíram para o aumento do consumo diário, muitas vezes sem controle de quantidade ou tipo.

A partir desse uso mais frequente, começaram a circular informações sobre os possíveis efeitos adversos da cumarina, especialmente no fígado.

A cumarina é um composto natural presente em algumas espécies de canela, que pode causar danos hepáticos quando ingerida em excesso.

Com isso, muitos consumidores passaram a questionar: qual tipo de canela estou consumindo? Existe um limite seguro? Toda canela faz mal? Essas perguntas são legítimas e precisam ser respondidas com base em evidências científicas confiáveis.

Canela faz mal para o fígado mesmo?

Embora seja um ingrediente comum e natural, a canela pode, sim, oferecer riscos ao fígado quando consumida em excesso — especialmente em sua forma mais popular, a canela-cássia.

A preocupação médica e científica em torno desse potencial efeito adverso se concentra em uma substância específica presente em algumas variedades da especiaria: a cumarina. Entender o que é esse composto e como ele atua no organismo é essencial para avaliar se a canela representa um risco real à saúde hepática.

O que é a cumarina e por que ela preocupa?

A cumarina é um composto aromático natural encontrado em várias plantas, incluindo a canela-cássia (Cinnamomum cassia), a variedade mais comum no comércio.

Embora em pequenas quantidades não represente riscos para a maioria das pessoas, a ingestão prolongada de cumarina em doses elevadas pode sobrecarregar o fígado e causar toxicidade hepática.

Segundo a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e o Comitê de Especialistas em Aditivos Alimentares da FAO/OMS (JECFA), a cumarina tem um limite de ingestão diária tolerável de até 0,1 mg por quilo de peso corporal.

Isso significa que uma pessoa com 60 kg, por exemplo, deveria ingerir no máximo 6 mg de cumarina por dia.

Estudos em animais e relatos clínicos isolados em humanos mostram que a exposição crônica a altos níveis de cumarina pode levar a danos no fígado, com alterações em enzimas hepáticas e, em casos raros, hepatite tóxica.

Quantidade de canela considerada segura

A quantidade de cumarina varia conforme o tipo de canela. A canela-cássia contém entre 2 e 5 mg de cumarina por grama de especiaria. Isso significa que, ao consumir apenas 1 grama de canela-cássia por dia (cerca de meia colher de chá), uma pessoa com 60 kg já pode estar se aproximando ou ultrapassando o limite seguro diário.

Por isso, o risco está associado ao uso contínuo e em grandes quantidades, como ocorre em chás muito concentrados, cápsulas fitoterápicas não padronizadas ou no uso diário em grandes porções.

Já a canela-do-ceilão (Cinnamomum verum), conhecida como “canela verdadeira”, tem níveis muito baixos de cumarina, sendo considerada mais segura para uso prolongado.

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Quais tipos de canela existem? E qual é mais segura?

• Canela-cássia (Cinnamomum cassia)

A canela-cássia é a variedade mais comum no Brasil e no mundo. Tem sabor mais forte e é vendida em pó ou em pau.

Por ser mais barata e amplamente disponível, costuma ser a mais utilizada em receitas, chás e suplementos.

Por outro lado, essa variedade apresenta altos teores de cumarina, o que levanta preocupações quando seu uso se torna frequente ou em doses elevadas.

• Canela-do-ceilão (Cinnamomum verum)

Também chamada de canela-do-ceilão ou “canela verdadeira”, essa variedade é originária do Sri Lanka e possui sabor mais suave e adocicado.

Seu custo é mais elevado e sua disponibilidade no Brasil ainda é limitada, mas ela contém quantidades muito pequenas de cumarina, sendo a opção mais segura para quem deseja usar canela com regularidade.

Quem deve ter mais cuidado com o consumo de canela?

Embora a canela seja segura para a maioria das pessoas quando consumida com moderação, alguns grupos precisam de atenção especial:

• Pessoas com gordura no fígado, hepatite, cirrose ou qualquer condição hepática crônica
• Indivíduos que fazem uso de medicamentos com potencial hepatotóxico, como paracetamol em doses elevadas, certos antibióticos ou quimioterápicos
• Gestantes, que devem evitar o consumo excessivo de canela devido ao potencial risco de toxicidade e efeitos sobre o fígado

📌 Atenção: “Se você tem alguma condição hepática, consulte um médico antes de usar canela como suplemento ou em grandes quantidades.”

Como consumir canela com segurança?

A canela pode ser usada com segurança por grande parte da população, desde que respeitadas algumas orientações importantes quanto ao tipo e à quantidade ingerida.

A chave está no consumo moderado e consciente, evitando exageros e preferindo variedades com menor potencial tóxico.

Para uso diário, a recomendação geral é não ultrapassar 1 colher de chá (cerca de 2 a 3 gramas) por dia de canela em pó, especialmente se for da variedade cássia, que tem maior teor de cumarina.

Quando o consumo for frequente ou prolongado, o ideal é optar pela canela-do-ceilão, que oferece menor risco hepático.

Suplementos e extratos de canela, por sua alta concentração de ativos, devem ser utilizados somente com orientação profissional, pois podem ultrapassar rapidamente os limites seguros de ingestão de cumarina.

Além disso, é importante observar sinais de desconforto hepático, como fadiga anormal, dor no lado direito do abdômen ou alteração na coloração da urina.

Em caso de sintomas suspeitos, o uso deve ser interrompido e o médico consultado.

Afinal, canela faz mal para o fígado mesmo?

A canela, por si só, não é prejudicial ao fígado quando consumida em quantidades moderadas e de forma adequada. No entanto, o risco existe em casos de consumo excessivo e contínuo de variedades ricas em cumarina, especialmente sem acompanhamento profissional.

A escolha do tipo de canela — dando preferência à canela-do-ceilão — e a atenção à dose diária são fundamentais para garantir os benefícios da especiaria sem colocar o fígado em risco.

Portanto, com uso consciente e informação correta, a canela pode continuar sendo uma aliada natural no dia a dia, sem comprometer a saúde hepática.

FAQ – Perguntas frequentes sobre os efeitos da canela no fígado

Canela em chá faz mal para o fígado?

O consumo moderado de chá de canela geralmente não faz mal, desde que seja preparado com uma quantidade segura. Recomenda-se preferir a canela-do-ceilão, principalmente em uso contínuo.

Quem tem gordura no fígado pode usar canela?

Sim, desde que com moderação e, preferencialmente, com a variedade do tipo ceilão. Pessoas com qualquer condição hepática devem conversar com o médico antes de iniciar o uso regular.

Qual canela tem cumarina?

A canela-cássia contém altos teores de cumarina, enquanto a canela-do-ceilão apresenta níveis muito baixos ou praticamente ausentes desse composto.

Posso tomar cápsulas de canela todos os dias?

Não é recomendado o uso diário de cápsulas de canela sem orientação médica. Esses produtos costumam ter alta concentração de ativos, o que pode elevar o risco de toxicidade hepática.

Qual a dose segura de canela por dia?

A recomendação geral é de até 1 colher de chá por dia (cerca de 2 a 3g) da canela em pó, especialmente se for da variedade cássia. A canela-do-ceilão pode ser usada com mais segurança, mas ainda assim deve-se evitar excessos.

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