Malefícios do girassol: o que a ciência diz sobre os riscos do óleo e das sementes

Conhecido por sua beleza imponente e símbolo de vitalidade, o girassol vai muito além da ornamentação.

Suas sementes e o óleo extraído delas fazem parte da alimentação de milhões de pessoas em todo o mundo, seja em preparações culinárias, snacks ou suplementos.

No entanto, apesar da ampla utilização, o consumo de produtos derivados do girassol tem levantado questionamentos sobre possíveis efeitos negativos à saúde.

Será que o óleo de girassol faz mal? Existe algum risco em consumir suas sementes com frequência?

Essas dúvidas se tornaram mais comuns nos últimos anos, especialmente entre pessoas que buscam adotar uma alimentação mais saudável e prevenir doenças crônicas.

Aqui, no SaúdeLAB, vamos explorar com base científica os possíveis malefícios do girassol, em especial do óleo de girassol refinado, explicar em quais situações ele pode ser prejudicial e comparar com alternativas mais seguras para o dia a dia.

O que é o girassol e como ele é consumido?

O girassol é uma planta originária da América do Norte, pertencente à família Asteraceae, com ampla difusão na agricultura moderna devido à sua versatilidade e valor nutricional. A espécie Helianthus annuus é a mais cultivada para fins alimentares e industriais.

Na alimentação, o girassol está presente principalmente sob duas formas:

  • Óleo de girassol: extraído das sementes, é um dos óleos vegetais mais utilizados no Brasil e no mundo. Pode ser encontrado em versões refinadas (mais comuns) e prensadas a frio (menos frequentes e mais caras). Costuma ser usado para refogar, fritar ou temperar saladas.
  • Sementes de girassol: consumidas cruas, torradas ou em snacks industrializados. Também são adicionadas a pães, granolas, barras de cereais e saladas.

Há ainda o uso das sementes em suplementos e produtos processados. No entanto, o óleo de girassol é o derivado mais consumido e também o mais questionado quanto aos seus impactos na saúde, sendo o foco deste artigo.

Quais são os possíveis malefícios do girassol para a saúde?

Embora o girassol ofereça nutrientes importantes, como vitamina E e ácidos graxos essenciais, seu consumo excessivo ou inadequado — principalmente na forma de óleo refinado — pode trazer efeitos indesejados.

Veja abaixo os principais pontos de atenção que a ciência tem observado.

Excesso de ômega-6 pode causar inflamação

Um dos principais argumentos contra o uso frequente do óleo de girassol está na sua alta concentração de ácido linoleico, um tipo de gordura poli-insaturada da família ômega-6.

Embora o ômega-6 seja essencial ao organismo, o consumo em excesso, sem o devido equilíbrio com fontes de ômega-3, pode favorecer processos inflamatórios no corpo.

Estudos indicam que uma proporção elevada de ômega-6 em relação ao ômega-3 está associada a um maior risco de:

  • Inflamações crônicas de baixo grau
  • Artrite reumatoide
  • Resistência à insulina e diabetes tipo 2
  • Doenças cardiovasculares

A alimentação moderna, rica em óleos vegetais refinados, já apresenta esse desequilíbrio. O consumo frequente de óleo de girassol pode agravar ainda mais essa proporção.

Óleo de girassol refinado e seus efeitos no coração

A maior parte do óleo de girassol disponível comercialmente passa por processos de refinamento industrial, que incluem aquecimento elevado, extração com solventes e uso de aditivos.

Isso pode resultar na perda de antioxidantes naturais (como a vitamina E) e na formação de compostos oxidados.

Quando utilizado em altas temperaturas — especialmente em frituras — o óleo de girassol refinado pode formar aldeídos tóxicos e outros subprodutos prejudiciais à saúde cardiovascular e celular.

Pesquisas recentes sugerem que o uso repetido de óleos vegetais em altas temperaturas pode aumentar marcadores inflamatórios, afetar o metabolismo lipídico e favorecer o acúmulo de placas ateroscleróticas nas artérias.

Por isso, o modo de preparo e o tipo de óleo são fatores decisivos para determinar se haverá benefício ou prejuízo.

Riscos para quem tem colesterol ou triglicerídeos altos

Embora seja de origem vegetal, o óleo de girassol não é isento de riscos para pessoas com alterações no perfil lipídico.

O consumo frequente de grandes quantidades de ácidos graxos poli-insaturados sem controle pode elevar os níveis de LDL (colesterol ruim), especialmente em dietas com excesso calórico.

Além disso, o óleo de girassol possui baixa quantidade de gorduras monoinsaturadas, consideradas mais benéficas à saúde cardiovascular, como as presentes no azeite de oliva e no óleo de abacate.

Outro ponto importante é que a ideia de que “óleo vegetal é sempre saudável” nem sempre se confirma na prática. A qualidade do processamento, a quantidade consumida e o padrão alimentar como um todo devem ser considerados na avaliação dos efeitos sobre o colesterol e os triglicerídeos.

📌 Leitura Recomendada: Sabonete de Girassol: para que ele serve? Como usá-lo corretamente?

Sementes de girassol: podem fazer mal?

As sementes de girassol, por sua vez, oferecem benefícios nutricionais, como proteínas, fibras, vitamina E, magnésio e fitoesteróis. No entanto, o consumo excessivo pode representar alguns riscos:

  • Alto valor calórico: por serem ricas em gordura, o consumo em grandes quantidades pode favorecer o ganho de peso.
  • Potencial contaminação: dependendo das condições de cultivo e armazenamento, as sementes podem acumular metais pesados, como cádmio, um metal tóxico que pode se acumular nos rins ao longo do tempo.
  • Presença de fitatos: compostos que, embora naturais, podem interferir na absorção de minerais como ferro e zinco se consumidos em grandes volumes.

Portanto, embora não sejam prejudiciais em porções moderadas, as sementes de girassol devem ser consumidas com atenção, especialmente por pessoas com dietas restritas ou condições renais.

Quando o girassol realmente faz mal?

Embora o óleo e as sementes de girassol possam fazer parte de uma alimentação equilibrada, há contextos específicos em que o uso se torna potencialmente prejudicial à saúde. Os riscos aumentam especialmente quando:

Há consumo frequente de frituras com óleo de girassol

Fritar alimentos eleva significativamente a temperatura do óleo, o que pode gerar compostos tóxicos e pró-inflamatórios.

O uso repetido do mesmo óleo para frituras, prática comum em restaurantes e até em casa, potencializa esse efeito.

O óleo de girassol é usado como única fonte de gordura

Muitas pessoas substituem todos os óleos por girassol, acreditando ser uma opção neutra ou saudável. No entanto, a ausência de diversidade na ingestão de gorduras pode comprometer o equilíbrio entre os ácidos graxos essenciais, principalmente a proporção entre ômega-6 e ômega-3.

Não há equilíbrio com fontes de ômega-3

O excesso de ômega-6, quando não compensado por boas fontes de ômega-3 (como linhaça, chia, peixes gordurosos ou suplementos), pode favorecer inflamações crônicas, como demonstrado por estudos recentes sobre doenças metabólicas e imunológicas.

A pessoa apresenta condições de saúde específicas

O uso excessivo de óleo de girassol pode agravar quadros de:

  • Dislipidemias (colesterol e triglicerídeos alterados)
  • Doenças cardiovasculares
  • Síndromes inflamatórias
  • Síndrome metabólica

Em contrapartida, o uso moderado e esporádico, dentro de um padrão alimentar equilibrado, dificilmente causa efeitos negativos relevantes. O problema não é o alimento isoladamente, mas o seu excesso, a forma de preparo e a falta de variedade na dieta.

 📌 Leitura Recomendada: Qual o melhor óleo para fritura: canola ou girassol? Veja a comparação

Existem alternativas mais saudáveis ao óleo de girassol?

Sim — e escolher bem o tipo de óleo utilizado no dia a dia pode fazer uma grande diferença para a saúde a longo prazo.

Azeite de oliva extravirgem

Rico em ácidos graxos monoinsaturados (especialmente ácido oleico)

Contém polifenóis com ação anti-inflamatória e antioxidante

Ideal para usar cru (saladas, finalização) e em refogados de baixa temperatura

Óleo de abacate

Perfil lipídico semelhante ao azeite

Alta estabilidade térmica → pode ser usado em cocção moderada

Rico em vitamina E e fitoesteróis

Óleo de coco (uso pontual)

Rico em triglicerídeos de cadeia média (TCM)

Estável ao calor → útil em receitas específicas (assados, grelhados)

Deve ser usado com moderação, pois contém alto teor de gordura saturada

Dicas práticas para substituir o óleo de girassol:

  • Saladas: troque por azeite extravirgem ou vinagretes caseiros com óleos prensados a frio.
  • Refogados leves: use azeite ou óleo de abacate em baixa temperatura.
  • Grelhados e assados: óleo de coco ou manteiga ghee (em contextos específicos) podem ser alternativas seguras.
  • Evite frituras imersas — além do tipo de óleo, esse método é o que mais prejudica a saúde.

Vale a pena evitar o girassol?

O girassol, por si só, não é um vilão, mas o consumo frequente e exclusivo do óleo de girassol refinado, especialmente em frituras, pode comprometer a saúde metabólica e cardiovascular.

Por outro lado, o uso eventual e moderado, principalmente em receitas que não exigem aquecimento intenso, não representa risco para a maioria das pessoas saudáveis.

A melhor estratégia é:

  • Diversificar as fontes de gordura boa
  • Preferir óleos prensados a frio ou minimamente processados
  • Priorizar métodos de preparo mais saudáveis
  • Equilibrar a ingestão de ômega-6 e ômega-3

Para decisões mais seguras e personalizadas, especialmente se você tem doenças crônicas ou fatores de risco, consulte um nutricionista ou médico especializado.

FAQ — Malefícios do girassol

 Óleo de girassol faz mal para o coração?

Sim, em excesso e principalmente na forma refinada e usada em frituras, o óleo de girassol pode contribuir para inflamações e aumentar o risco cardiovascular.

Sementes de girassol são prejudiciais à saúde?

Em quantidades moderadas, são fontes de nutrientes. Mas o consumo excessivo pode trazer calorias demais e riscos como metais pesados, dependendo da origem.

Qual óleo é mais saudável: girassol ou azeite?

O azeite extravirgem é considerado mais saudável por conter antioxidantes e perfil anti-inflamatório, especialmente se usado cru ou com aquecimento leve.

Quem tem colesterol alto pode consumir óleo de girassol?

O ideal é evitar o consumo frequente, principalmente em frituras. Outras fontes de gordura saudável, como azeite, abacate e sementes, são preferíveis.

📌 Leitura Recomendada: Previne cãibras e regula o intestino: os benefícios da semente de girassol

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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